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Informativo

Sempre gosto de lembrar aos leitores que este blog tem como intenção trazer à tona a informação, o conhecimento e o debate democrático sobre os assuntos mais variados do nosso cotidiano, fazendo com que todos se sintam atualizados.

Na medida em que você vai se identificando com os assuntos, opine a respeito, se manifeste, não tenha medo de errar, pois a sua opinião é de suma importância para o funcionamento e a real função deste espaço, qual seja, a de levar a todos o pensamento e a reflexão.

O diálogo sobre o que é escrito aqui e sobre o que vem acontecendo ao nosso redor é muito mais valioso e poderoso do que podemos imaginar.

Portanto, sinta-se em casa, leia, informe-se e opine. Estou aqui para opinar, dialogar, debater, pensar, refletir e aprender. Faça o mesmo.

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Opinião do Blogueiro







A dificuldade de escrever

Desde que parei de escrever tive algumas experiências de leitura e de informações que me fizeram refletir a respeito do ato de ler e do que estava lendo.

A arte da escrita é alimentada pelo conhecimento, advindo ora da vida de cada um, ora do que se lê e torna-se algo que exige muito daquele que esta escrevendo, principalmente quando se tenta ser um formador de opinião, quando se analisa as coisas de nosso cotidiano.

Penso que o que vem ocorrendo é que os fatos que estão nos cercando, lotando nossos arquivos de informações estão um tanto quanto repetitivos, em um verdadeiro Big Ben mental, onde ocorrem estes em uma seqüência de repetição frenética. Mas não é só. 
Ocorrem com uma aceitação mais frenética ainda, robótica e que não me agrada, ao contrário, me cansa. O fato de as pessoas não se importarem mais com determinadas coisas me revolta e é esta revolta que me move a escrever.

Para aqueles que pensam que criticar veemente, ser polêmico e ter opinião bem formada são coisas fáceis, digo que isto se torna extremamente maçante, na medida em que se faz isso diariamente e com material de análise e pesquisa pesado.

É muito difícil para as pessoas que tentam levar uma vida digna, ao começar os seus dias, quando recém abrem os olhos, ver, ler ou ouvir, todo santo dia, coisas como morte no trânsito, mães que jogam seus filhos no lixo, assassinatos, roubos, corrupção sem fim, enfim, coisas deste gênero do terror que cobrem de sangue e falta de escrúpulos nossas vidas sem sequer sermos parte disto ou de ato de barbárie como estes.

Um dos motivos que me moveu a colocar vídeos, tiras humorísticas e outras categorias aqui no blog, fora justamente o fato de torná-lo mais equilibrado, leve e mais divertido, mas continuo me sentindo incumbido na missão de esclarecer as pessoas com minhas idéias ou tão somente informar estas, com uma opinião descomprometida e desatrelada a nomes e poderes, sobre as coisas que nos circulam, sempre com uma pitada de pessoalidade marcante.

Vivemos em um país carente de informações de qualidade, não por culpa da imprensa ou de quem as fornece e como fornece, isso é uma ilusão, mas por nossa culpa, eis que não somos leitores que soubemos o suficiente a respeito dos acontecimentos que nos cercam a ponto de criticarmos estes com rigor e fundamento, derrubando assim informação muitas das vezes sensacionalistas que recebemos todos os dias. Faz-se necessário criarmos, cada um, um filtro de informações.

Temos hoje, uma imprensa que explora a mídia de massa com notícias que em nada acrescentam a vida das pessoas ou você é partidário de que uma mãe, jovem e desamparada que, ao jogar seus filhos gêmeos no lixo acrescenta algo a sua vida? Se pensar que sim até posso concordar no sentido de ser esta informação um exemplo de algo que não deve ser feito, negativo, para ser compartilhado na formação educacional de sua filha.

Mas não basta uma única oportunidade? É necessário repetir inúmeras vezes a mesma coisa? 

O problema se torna mais crônico ainda na medida em que a quantidade de notícias desta natureza se multiplica pelos canais de televisão aberta e fechada, ao ponto de ter nos gerado um sentimento de normalidade quando nos deparamos com situações que são em sua essência horríveis. Estamos nos tornando máquinas de absorção de informações e fatos ruins, não temos mais senso crítico e analítico. O errado não é mais tão errado e o certo é chato, antiquado.

O errado certo está impregnado em nosso subconsciente, ao ponto de não nos importarmos mais com a avalanche de notícias ruins que lemos, ouvimos e escutamos nos meios de comunicação. Acordar com a notícia de um assassinato? Mole.

Se contar a vocês que atualmente no período da manhã, enquanto estou na companhia de meu companheiro café com leite, assisto a Ana Maria Braga, poderei virar motivo de chacota.

Brega, chato, leviano, motivo de chacota dos humoristas? Para alguns, mas ao menos prefiro ficar com esse tipo de programa do que acordar e, ao estar engolindo uma bolacha água e sal com geléia diet, ver o corpo estrebuchado de um motoboy esmagado por um caminhão. A comida não tem como descer assim.

Por estes motivos venho enfrentando certa dificuldade de escrever, eis que leio e concluo que o conteúdo a ser lido é formado dominantemente por notícias na área da violência, através das suas mais variadas facetas.

Informam estas ao cidadão a respeito de tragédias e fatalidades que seus semelhantes vivem e o expectador, por sua vez, ri, acha incrível, surpreendente. É da natureza do ser humano rir e ficar surpreso negativamente com a tragédia de outro dos seus, lhe traz uma sensação de superioridade, impõe sua arrogância, prepotência eis que tem casa e o outro perdeu, tem filhos e o dos outros morreu, tem comida, mas os outros estão morrendo de fome e a lista se prolonga, ocupando todo alfabeto e suas conexões de letras. Se eu estou bem, o resto é resto. 

Para solucionar meus problemas, passei a leitura de livros, uma das formas de escolher o que vai se ler. Comecei a acessar sites divertidos, para poder rir e, com isto, tentar ficar menos preocupado, não ficar sisudo por conta de algo que li e que não me faz bem. 
Quem realmente se importa se envolve, podem acreditar.

Independente disto, digo que tudo isto é inevitável, que é algo que está fora do controle, é de nossa natureza, de nosso gene, nos acompanha, mas mesmo assim tornamos a natureza descompassada. 
Digo também que não deve ser nunca algo tolerável, pois quem tolera tem um gene não tão apropriado. Mas há um lado positivo, sempre há. Existem sim, formas de se amenizar a quantidade de informações ruins. Leiam livros, estes, como disse, são opcionais quanto ao seu assunto. Você pode escolher entre Machado de Assis e um drama policial sobre um serial killer canibal que depois de matar suas vítimas as come ou congela seus pedaços no freezer.    

Por fim podem me chamar de louco, eis que critico e falo a cerca de coisas ruins muitas das vezes. Como alguém que fala de coisas ruins pode condená-las, se faz uso deste material?

Faço uso disto por alívio e me alivio por que estes acontecimentos me trazem sentimentos como indignação, revolta, desconforto e principalmente, por que me sinto incumbido de dividir minhas aflições e formar uma opinião crítica sim, mas positiva, sempre de forma a trazer a solução do problema e não de alimentá-lo, como a maioria faz com sensacionalismo barato e grotesco. Há uma grande diferença, pouco notada.

O alicerce, a força motriz que move meus textos e a função de meu blog é manter as pessoas mais esclarecidas, informadas, sempre num formato que o leitor entenda, reflita e se torne alguém melhor a ponto de resolver um problema pessoal.

Devemos pegar o ruim e refletirmos como podemos tornar o inevitável mais evitável, pois, cabe a cada um de nós colaborar para que a máquina ande o mais corretamente possível. Não basta reclamar, é preciso agir, lutar, reivindicar e confesso, se estiver cumprindo esta função já me considero um homem satisfeito.

Marcelo Ferla

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