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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Opinião do Blogueiro








O inevitável.

O primeiro movimento que presenciei em minha geração, onde um líder de governo era supostamente deposto pelo povo que o elegera, de seu cargo, ocorreu quando da queda de Fernando Collor de Mello, então Presidente da República.

Mas havia uma coisa neste acontecimento, um fenômeno, que vim a analisar e refletir, somente depois de muito tempo, pois, á época do ocorrido não tinha experiência para tal.

Depois de algum tempo, alguns anos na verdade, adquiri mais experiência, desenvolvi meus conhecimentos e perdi mais de minha ingenuidade, o que me levou a fazer uma avaliação mais profunda do que presenciei àquela época e aviso desde já, minha conclusão não foi nada boa e não agrada a todos e mais, muitos ainda pensam como eu no que diz respeito a como tudo ocorreu e funcionou. O que ocorrera fora o seguinte:

Collor fora sim, o primeiro líder de nossa nação, ao menos que eu tenha presenciado, a ser eleito e, logo depois, deposto de seu cargo de Presidente da República, via processo de impeachment, só que com um detalhe importante, fora deposto, diretamente, pela mídia e indiretamente pelo povo.

Sim, àqueles que pensam que os “caras pintadas”, que saíram em massa as ruas, foram movidos por uma revolta popular, tudo por conta e ideologia próprias, está muito enganado. Foi bonita a coisa toda, mas a idéia não fora nossa, do povo, nos fomos motivados a fazê-lo, fomos influenciados por um potente mecanismo.

Se bem todos se recordam, a Rede Globo fora a responsável por fazer grande propaganda durante muito mais tempo e em intensidade muito maior quando comparado aos demais candidatos, para que o então Collor, candidato jovial e esportista chegasse aonde chegou. Fora eleito presidente.

Ocorre que com o passar do tempo, depois de uma série de escândalos pessoais e público-profissionais, estes por sua vez, fizeram com que a mesma Rede Globo recuasse, se arrependendo do escolhido, pois viu o tiro sair pela culatra, eis que o garoto propaganda que era promessa e aposta certa de sucesso, não correspondeu à altura, vindo a ruir, sendo derrubado do poder por seus excessos, e por isto da mesma forma e pela mesma emissora que o colocou lá, no topo, foi retirado de seu posto. Há quem diga, que Collor fora um fantoche, mas isto não é nada mais do que especulação, são teorias, várias que cobrem o acontecimento histórico, tantas quantas as que cobrem o regime militar.  

Collor estava deposto do poder por meio da mídia, fora a Rede Globo com seu alto poder de convencimento, como formadora de opinião que é e atingindo picos de mais de 60 pontos no ibope, que fez com que o povo fosse às ruas reivindicar a saída de quem ele mesmo povo elegera legalmente por meio do voto popular, ou seja, o povo não fora as ruas reivindicar por que quis, no sentido mais puto do querer, e não me venham dizer que sou de esquerda radical, amigo de Vera Guasso e companhia, e muito menos que sou anti-Rede Globo, pois não se trata disto. O que digo aqui foi fato consumado, assim como o marido que mata a esposa de forma passional. O objetivo fora alcançado, pois terminou como todos queriam. Vias tortas, resultado positivo.

Ninguém àquele tempo que tivesse os miolos no lugar e que tivesse pensamentos esclarecidos e com uma qualidade de avaliação e crítica razoáveis poderia duvidar do poder que a Rede Globo exerceu sobre a massa brasileira, ora para um lado, ora para o outro.

De minha parte, acredito piamente que a mídia brasileira, em sua maior parte, exercia e exerce um grande poder negativo sobre a população em geral de nosso país. Traz a esta, uma imprensa sem limites, marrom, com um sensacionalismo sem limites, fazendo com que a mesma seja ouvinte, leitora e espectadora de verdadeiras aberrações que hoje compõem as grades de programação das emissoras de televisões nacionais, principalmente, das televisões abertas, dos periódicos, e das rádios, tudo em prol do maldito ibope.


Claro, existem belas exceções, como Paulo Sant’Ana, David Coimbra, Lasier Martins, Fernando Mitre, Joelmir Beting,   Ricardo Boechat, Armando Nogueira, Arnaldo Jabor, Millôr Fernandes, Marcos Uchôa, dentre outros incríveis profissionais da mídia. Eis alguns dos que salvaguardam a profissão de forma integra, com qualidade, sem apelações pífias, infames.

Depois de relembrar alguns destes monstros do jornalismo profissionais e parte de nossa história política, remeto-me ao que vem acontecendo em vários países do Oriente Médio, que ocupam a Ásia, a Europa e a África. 


Mas aí vem a pergunta: O que isto tem haver com Rede Globo e Collor?

O que está acontecendo lá, também se dá em decorrência da mídia, o que desta vez, positivamente, demonstra algo incrível, um fenômeno também, mas que desta vez realmente e verdadeiramente está acontecendo em decorrência do povo, através do povo e para o povo.

Desde o ocorrido no 11 de setembro, nós ocidentais, estamos tentando, na medida do possível e de nossas limitações intelectuais, conhecer esta região e seus povos, que para nós, resulta muitas vezes em uma grande confusão, primeiro, por ser composta de países que ocupam três continentes distintos, o asiático, o europeu e o africano.


Segundo pela variedade de povos que lá vivem. Dentre os povos e clãs de lá, temos os xiitas, os sunitas, os mujahedins, os mulçumanos, os libaneses, os tunisianos, dentre tantos outros,  são muitos, tão variados ou mais em suas miscigenações quanto as que compõem nós, os brasileiros.

Há, que se entender que destes povos, muitos possuem, ao longo do tempo e atualmente, perdas irreparáveis, como as mortes de entes queridos em guerras civis sem fim, amigos, parentes e conhecidos que simplesmente morrem por terem lançado um olhar mal interpretado, mulheres violentadas, golpes políticos, tudo isto ocorrendo, desde muito de uma forma extremamente estúpida, tudo alimentado, neste caso especifico, por vários motivos, como o sentimento de repressão, os traumas, as perdas a troco de nada, servindo estes sentimentos de substancia altamente inflamável para esta revolta, esta violência, esta explosão de querer ser livre.

Mas também precisamos analisar o outro lado, o deles. Do lado de lá, eles sempre sentiram interesse em conhecer a forma ocidental de se viver, a internet, o nosso poder de comunicação, o celular com seus torpedos, o consumismo, os bens materiais a nossa disposição, a nossa liberdade, que não é exemplar quando utilizada, mas que perto da deles é o verdadeiro paraíso, eles também vem a muito aprendendo conosco. E aprenderam muito bem.

Nitidamente, todo este povo cansou. Cansou de seus ditadores, dos seus regimes malucos, de suas imposições absurdas e de tudo o que sai daquelas cabeças alienadas e retardadas, paradas no tempo.

Dessa forma, fizeram uso do que puderam aprender conosco, de certa forma, usando tudo isto para um bem maior, a liberdade. Prova disto se deu com a reunião de multidões em suas praças mobilizadas por internet clandestina e SMS de celulares clonados.  

Mesmo assim, a diferença é enorme, pois nestes países, devemos recordar, não há Rede Globo como mídia, mas a mídia, através da internet clandestina, possível graças aos hackers egípcios e as mensagens de SMS, via celular, que circulam sem controle por toda a Líbia, fizeram seus estragos e ainda farão muito mais.

Os populares estão se reunindo, se aglomerando, organizam-se como podem, comunicam-se como podem e em uma verdadeira onda de fúria e repressão engasgada, em certos casos, por quatro décadas, invadem o território inimigo, que se encontra em seu próprio território e derrubam tudo que vêem pela frente.

Primeiro foram os egípcios, que via internet e celulares estão retirando do poder o presidente Hosni Mubarak, que aos poucos caiu, e já saiu quieto em relação aos seus inimigos, com o intuito de sair por cima da carne seca dos marsupiais e camelos de lá.

Depois, a coisa toda se espalhou, um verdadeiro efeito cascata, o chamado pela imprensa internacional de “Dominó Árabe”. Egito e Tunísia já explodiram em fúria e seus lideres ruiram. O fenômeno está rapidamente se espalhando pelo Iêmen, Bahrein, Marrocos, Iraque e Líbia, chegando às ditaduras africanas, asiáticas e européias, tudo em busca da liberdade em um lugar que se calou por décadas através da violência e da repressão. Em sendo assim, pode se considerar que não é pouca coisa o que vem ocorrendo por lá e ainda mais como vem ocorrendo por lá.

A repressão está sendo mais dura ainda na Líbia e, principalmente neste país, os líbios, que aturam por mais de 40 anos o maluco Kadafi, rebelaram-se contra este extravagante doido, fazendo o mesmo com seu tio, tão doido quanto o primeiro, Sheik Khalifa Bin Salman al-Khalifa, tudo por meio de protestos vorazes que exigem a saída de ambos do poder imediatamente.

Na última sexta-feira, os protestantes convocaram o “Dia de Fúria”, independente das 04 mortes ocorridas no dia anterior em Beyida. Os líbios também estão se comunicando via facebook e SMS via celular, tudo para se organizarem em suas manifestações. O numero de mortos pode ser muito maior do que está sendo vinculado nas noticias da imprensa, a internet está sendo dificultada em seu acesso, em uma verdadeira queda de braço entre governo e protestantes, o que dificultas as informações corretas.  

Kadafi, por sua vez, também respondeu de imediato, com violência extrema, típica dos doidos. Bombardeou seu próprio povo com ataques aéreos, jogou tanques de guerra em cima do povo líbio, executou militares que estavam desertando das forças armadas, todos não querendo atacar seus semelhantes de sangue e pátria.


Alguns conseguiram pousar no aeroporto de Malta, no mediterrâneo, rejeitando as ordens do maluco Kadafi.

Mulheres morrem aos montes, assim como os que resistem sem recuar.

Como era de se esperar, cortou de imediatamente todo tipo de comunicação via internet, celular, telefonia fixa e fornecimento de eletricidade. As redes sociais Facebook e Twitter foram as primeiras a serem retiradas do ar. Os líbios estavam incomunicáveis. O déspota, ainda disse que iria incendiar todas as refinarias do país e suspender o fornecimento de petróleo e gás à União Européia.

Mas o preço de tudo isto e de seus mais de 40 anos no poder estão custando caro ao Comandante líbio Kadafi. Militares desertam, mercenários contratados por ele para matar estão sendo capturados, ministros e diplomatas pedindo demissão e deixando claro que não compartilham das insanidades do ainda líder, cidades tombando e sendo s tomadas de assalto pelo povo revoltado que cada vez recebe mais apoio dos militares  que aderem à revolução, enfim, a coisa esta feia demais para o doido Kadafi.

Mais especificamente na terça (22), muitos classificaram o que aconteceu como genocídio, fazendo com que líderes de outras nações se manifestassem no sentido de exigir a condenação de Kadafi por crimes contra a humanidade.

Além do já citado acima, as ruas da capital Trípoli, amanheceram banhadas de sangue e de corpos. Alguns falam em 230, outros em 400 mortos. O parlamento líbio foi incendiado e, como já mencionei, aviões e helicópteros de guerra atiravam balas e bombas contra o povo que deveriam defender e não executar. Nada diferente poderia ser esperado de um homem terrorista, anti-americano, anti-israelense e socializante, sendo ainda, defensor da união do povo árabe, como quem um dia já defendeu a raça ariana.

Por fim, o novo Hitler, agora sobre a pele de cordeiro que se chama Kadaf, disse que quer morrer como mártir, de que? Não imagino, ate por que ele é doido e não esta dizendo coisa com coisa a muito tempo. Diz, por exemplo, que a culpa de tudo é do tio Sam, depois diz que a culpa é do magrelo mais doido ainda, Osama Bin Laden e de sua Al-Qaeda. Diz também que os “rebeldes” são “gente que se droga e se embebeda”, realmente doido, muito doido esse Kadafi.


Não termina aí. Diz o Tirano que não sairá do poder, que nunca lhe foi dado de direito, pois sequer político é. Diz ainda que fará de sua cruzada uma verdadeira Praça da Paz Celestial (massacre na China em 1989) e de Fallujah (massacre provocado pelo exército americano, usando bombas que queimaram corpos de insurgentes iraquianos), caso continue sendo reprimido.

O que Kadafi precisa entender é que a droga da loucura e a que está sendo usada e o usuário é ele e que quem está ficando bêbado em loucura e com sangue também é ele, ao cometer tais atos insanos.

Que isso termine logo, pois mais uma vez, a conquista da liberdade de um povo está sendo cobrada pelo preço de vidas, vidas estas que na sua maior parte são inocentes, vidas que não querem a guerra. 


Mas a guerra é assim, sempre foi, são os inocentes que pagam pela insanidade de seus líderes obcecados por poder e que devem sim, em qualquer guerra, cessarem esta de imediato, ainda mais Kadafi que corre o risco de ser recordado não com o nome de Kadafi, mas de Cadáver.

Marcelo Ferla

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