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sábado, 29 de janeiro de 2011

Nunca Será







Nesta última terça, li texto do nosso querido José Antônio Pinheiro Machado ou se preferirem o nosso “Anonimus Gourmet”, onde o mesmo falava a respeito da possibilidade de se ter (algo que ele não acredita claro, como toda pessoa sã) a extinção do livro tradicional, aquele com folhas, cheiro, toque do leitor e outras coisas mais, tudo por conta da tecnologia.

Digo a vocês todos desde já, somente aquele que lê entenderá os meus sentimentos colocados nas próximas linhas.

Sinceramente, a mim é algo completamente improvável de ocorrer essa coisa aí de extinção do livro. É algo que não consigo conceber, não por ser arredio à tecnologia, não, não, mas por que a textura, as figuras, as letras, a capa, o cheiro, a postura em uma estante e o olhar de quem o leu e recorda de ter conquistado cada linha daquela caminhada pelo conhecimento, são coisas que jamais poderão desaparecer ou serem substituídas. Seria mais ou menos como só podermos jogar futebol no videogame, algo que não se equipara nem de perto quando comparado á emoção do jogo real com amigos ou adversários.

Quando leio um livro ocorre uma coisa comigo muito interessante, isso desde minhas primeiras letras lidas. Em determinado momento de minha leitura, na maior parte das vezes logo nas primeiras páginas, ultrapasso as letras que formam as frases e as linhas  no fundo branco e começo a fazer um exercício mental de imaginação, começo a imaginar o que estou lendo e, na medida em que vou lendo, cada vez mais vou imaginando como aquilo que estou lendo ocorreu ou poderia ter ocorrido, as roupas, o local, o cenário, os personagens e seus rostos, suas expressões, enfim, tudo.

Lembro-me das muitas vezes quando pequeno da cabana de cobertores que fazia em minha cama nas frias noites de inverno e, debaixo destas, lia sem parar. Tinha a sensação de que tudo que estava lendo, acontecia ali mesmo, a minha volta ou lá fora, logo depois dos toldos de minha cabana.

Mergulhava de verdade no que estava lendo e assim, atravessei mares, desertos, enfrentei chuvas, terremotos, furacões, inimigos mortais. Estive na Pérsia, no Egito, na Roma dos Imperadores, na Índia, na África, sempre próximo de animais perigosos, fugi de armadilhas fatais, onde sempre escapava por pouco. Demais tudo isto.     

O iPad que está causando dor de cabeça, causa esse efeito naqueles que, não são leitores assíduos, pois aqueles que o são, sabem que mesmo este equipamento e tantos outros que virão por aí não possuem essa capacidade de extinção, bem como sabem muito bem das sensações que citei acima, insubstituíveis.

Se me disserem que o iPad é um novo instrumento de divulgação do hábito de ler e que com este se lerá mais e mais, sou o primeiro a apoiar, pois é assim que prefiro pensar a respeito, mas da minha parte não esperem que eu troque o livro pelo iPad. E mais, disto tudo até a extinção de nosso companheiro livro, com toda honestidade, acho essa análise um grande exagero.

Sinto-me muito aliviado quando Pinheiro Machado traz em seu texto de terça a informação de que na virada do século, a F. de São Paulo demonstrou em matéria vinculada ao assunto que desde o advento da televisão o aumento na aquisição de obras literárias aumentou de 1,8% ao ano para 2,8% ao ano. Parece muito pouco, mas em um país onde se lê quase nada é muito.

Portanto, esa informação me deixa muito feliz, pois como defensor da leitura e da educação de qualidade, coisas estas que penso serem as únicas duas que podem fazer de um país uma superpotência, espero que a cada ano, a cada dia, esse número só aumente a ponto de chegarmos a um futuro bem próximo, espero, onde todo brasileiro terá acesso a obras literárias de qualidade e terá a capacidade de lê-la fluentemente, até por que o iPad, com toda sua tecnologia, nunca será, nunca será o substituto do livro.     
  
Marcelo Ferla

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