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quinta-feira, 7 de junho de 2018
O que é um ataque sônico e como ele pode impactar a saúde
O que é um ataque sônico e
como ele pode impactar a saúde
Rafael Iandoli
Funcionários da diplomacia
americana em Havana teriam sido vítimas de armas que usam ondas sonoras para
causar danos físicos e psicológicos.
FOTO: ALEXANDRE
MENEGHINI/REUTERS
SEDE DA EMBAIXADA
AMERICANA EM HAVANA, CAPITAL DE CUBA
Pouco mais de dois anos
depois de Cuba e EUA reatarem seus laços diplomáticos com a reabertura das
respectivas embaixadas na capital do outro país, o governo americano decidiu
mandar 15 diplomatas cubanos embora de Washington.
O motivo é um “ataque à
saúde” dos funcionários do serviço diplomático americano em Havana.
As vítimas
demonstraram uma série de sintomas que incluem danos cerebrais moderados, perda
de audição permanente, perda de equilíbrio e dores de cabeça regulares. Uma das
possibilidades trabalhadas pelas autoridades americanas é a de um “ataque
sônico”, ou seja, o uso de armas sonoras.
Segundo a rede CBS, essa foi a
conclusão das investigações do governo dos EUA. Não há confirmação oficial,
contudo.
Algumas vítimas relataram ouvir sons agudos sem explicação antes de
apresentar os sintomas.
Outras não ouviram nada.
O governo americano não acusa
o cubano de ter protagonizado o ataque, mas julga que os anfitriões falharam em
proteger os diplomatas visitantes, conforme manda a Convenção de Viena.
22 funcionários americanos
apresentaram os sintomas
O governo cubano investiga o
caso.
Um funcionário canadense também foi atingido.
A possibilidade de um
ataque sônico é visto com ceticismo por alguns especialistas.
A hipótese,
contudo, é a mais provável para outros, uma vez que a emissão de ondas sonoras
inaudíveis pode causar danos ao corpo humano e é explorada no livro “Sonic
Warfare” de Steve Goodman, professor de música e estudos culturais do MIT.
Como
acontece um ataque sônico
FOTO: MIKE
CASSESE/REUTERS - 03.06.2010
POLICIAIS AMERICANOS
MOSTRAM NOVO CANHÃO DE SOM PARA A IMPRENSA
Armas que utilizam o som
para desnortear ou causar danos em inimigos, geralmente não letais, são
utilizadas desde a Segunda Guerra Mundial.
Em 2005, por exemplo, a tática foi utilizada por Israel para reprimir manifestantes palestinos por meio de um
veículo chamado “O Grito”.
Polícias dos EUA também possuem “canhões” sonoros
chamados LRAD (Dispositivos Acústicos de Longo Alcance, na sigla em inglês).
Esses são equipamentos audíveis.
O ataque sônico consiste na
propagação de ondas sonoras que podem ou não ser perceptíveis para o ouvido
humano.
Caso não sejam perceptíveis, é porque estão abaixo ou acima do espectro
de ondas que nosso órgão é capaz de detectar — acima de 20Hz e abaixo de 20kHz.
Valores inferiores são as ondas infrassônicas, e os superiores, as
ultrassônicas.
A possibilidade de existir uma arma que dispara sons em
frequências não audíveis é alvo de discussão.
Elas seriam feitas a partir de
transdutores — aparelhos que convertem um tipo de energia (como sinais
elétricos) em outra (como ondas sonoras) e são encontrados na internet.
Mas,
segundo alguns especialistas, só impactam o corpo humano caso haja contato
direto com o aparelho.
Para causar danos como o que aconteceu em Cuba, seria
preciso utilizar amplificadores que aumentam o tamanho da arma e a deixam mais
difícil de esconder.
Dado o alto número de vítimas, é possível que um aparato
menos simples do que uma arma caseira tenha sido usado.
Impacto na saúde Ondas
infrassônicas são as mais utilizadas para fins militares e de controle popular.
As ultrassônicas, por sua vez, são mais fáceis de serem direcionadas a um alvo
específico, e por isso, alguns especialistas ouvidos pelo jornal inglês The
Guardian acreditam que elas foram as responsáveis pelo caso dos diplomatas
americanos em Cuba.
Os efeitos deste tipo de arma podem gerar danos físicos e
psicológicos, que vão desde o desconforto momentâneo, que termina com o
desligamento do “canhão sônico”, até efeitos permanentes, como a surdez.
Entre
os efeitos físicos estão a vertigem, a perda de equilíbrio, dificuldades para
enxergar e desorientação.
As ondas sonoras podem também ressoar em órgãos
internos, causando náusea, vômito, diarreia e espasmos musculares.
Já os
impactos psicológicos foram detectados em experimentos com ondas infrassônicas
atingindo diretamente o cérebro e o sistema nervoso dos voluntários.
Inquietude, agitação e depressão são alguns dos efeitos possíveis, a depender
do tipo de onda sonora utilizada.
Para os mais céticos, a explicação mais
factível é que os funcionários americanos tenham sido expostos, propositalmente
ou não, a alguma substância química, que podem causar danos na saúde —
inclusive a perda de audição.
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