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sexta-feira, 11 de maio de 2018
Reconstituição do Caso Marielle
Reconstituição
do Caso Marielle termina depois de cinco horas
Reprodução, que teve ruas
fechadas e até bloqueio do espaço aéreo, terminou às 4h15. Às 2h50, foram
feitos os primeiros disparos com balas de verdade para que testemunhas
tentassem reconhecer o som e a cadência dos tiros.
Por
Nicolás Satriano, G1 Rio
Terminou às 4h15 desta
sexta-feira (11) a reconstituição do assassinato da vereadora Marielle Franco e
do motorista Anderson Gomes. Com atraso, a simulação começou por volta das 23h
da quinta-feira.
Disparos com balas de
verdade que simularam a morte da militante e de Anderson foram ouvidos às 2h50.
Barreiras acústicas e sacos de areia contiveram o som e o impacto dos
projéteis.
Antes, peritos refizeram o
trajeto feito pelo carro da vereadora.
Na Rua João Paulo I, local do crime,
agentes tiraram fotos de veículo semelhante ao alvejado pelos bandidos.
Para a operação, houve cerco
do perímetro e restrição do espaço aéreo.
As vias, que haviam sido interditadas
às 22h, foram liberadas às 4h45.
"Ferramenta
imprescindível"
Pouco antes do começo da
simulação, o delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios (DH) da
Capital, explicou a importância da operação.
"Como todos sabem, nós
não contamos com imagens da dinâmica, nós não temos imagens do momento em que o
crime ocorre.
Então, em investigações em que esse problema ocorre, a reprodução
simulada se mostra uma ferramenta imprescindível", disse Giniton.
Fernando Velloso,
especialista de segurança da TV Globo, explicou que a reconstituição é uma
prova técnica.
"É diferente de um testemunho e serve para afastar
dúvidas", resume.
"É feito passo a passo, quadro a quadro, uma
testemunha por vez.
Aí o perito junta todas para ver se encaixam, afastando uma
ou outra", continua.
Velloso esclareceu ainda por
que é tão importante determinar a arma do crime.
"Antes se pensava que era
uma pistola; agora se trabalha com uma submetralhadora.
Isso diferencia o
atirador.
Ele precisa ter certa destreza para acertar tantos tiros num só
ponto.
E no Rio não temos tantas dessas armas alemãs", emenda.
Reconstituição da
morte de Marielle e Anderson (Foto: Reprodução/Globo)
Quatro testemunhas que
estavam na rua no dia do crime, mas em pontos diferentes, participaram da ação
desta quinta e chegaram sob escolta.
A assessora parlamentar que estava ao lado
de Marielle na noite do atentado foi uma delas.
Os investigadores querem
saber se elas reconhecem o som dos disparos – se foi uma rajada ou sequência de
tiros – e, assim, ajudar a confirmar a arma usada no crime.
A suspeita é que
foi uma submetralhadora 9mm.
"É preciso ter a
movimentação dos veículos, a percepção auditiva.
E com essa percepção auditiva,
levantarmos qual o armamento empregado.
Se há perícia ou não do atirador para o
manuseio dessa arma e como é o disparo realizado.
Se esse disparo é em rajada, se
é intermitente", explicou Giniton.
RJ - RECONSTITUIÇÃO /
ASSASSINATO / VEREADORA / MOTORISTA / RIO DE JA - GERAL - Reconstituição do
assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco, e seu motorista, Anderson
Gomes. Na imagem, os preparativos do local onde ocorreu o crime, no Estácio,
para a efetiva reconstituição nesta noite(10). 10/05/2018 (Foto: ALEXANDRE
BRUM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO)
Reprodução simulada
de Marielle e Anderson pode ajudar polícia a esclarecer detalhes do crime
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Plástico preto impede
visão da reconstituição da execução de Marielle (Foto: Nicolás Satriano/G1)
A ação provocou a interdição
de quatro ruas da região, o bloqueio do espaço aéreo e mobilizou 200 do
Exército e da Polícia Militar para garantir a segurança.
Militares do Exército
chegaram de manhã e começaram a colocar plásticos pretos em muros, grades e
postes, para impedir a visão de pessoas não autorizadas – incluindo
jornalistas.
Chefe da Polícia
Civil, delegado Rivaldo Barbosa, chega ao local da reconstituição da morte de
Marielle e Anderson (Foto: Reprodução/TV Globo)
Últimos momentos
Imagens de câmeras de
segurança obtidas pela TV Globo mostraram os últimos momentos de Marielle e
Anderson, depois que eles saíram do evento na Lapa.
Às 21h03, a vereadora sai do
prédio e se aproxima do carro pelo lado direito.
Do lado esquerdo, está a
assessora. Por último, chega o motorista Aderson, que logo entra no carro.
A
assessora também entra.
Depois marielle se senta no banco de trás do lado
direito.
São as últimas imagens de Marielle e Anderson ainda vivos.
Às 21h04, Anderson dá marcha
à ré e parte.
Exatamente dez segundos depois, o carro prata estacionado logo
atrás começa a sair.
Espera um outro carro escuro passar, e segue na mesma
direção.
Imagens de câmeras de lojas
mostram o que seria a perseguição pelas ruas do Centro do Rio até perto do
local do crime.
Mas na rua escolhida pelos assassinos para atirar contra o
carro, nenhuma câmera registrou o crime.
Infográfico mostra
como foi o assassinado de Marielle Franco (Foto: Editoria de Arte/G1)
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