Seja bem vindo ao Blog do Marcelo Ferla

Informativo

Sempre gosto de lembrar aos leitores que este blog tem como intenção trazer à tona a informação, o conhecimento e o debate democrático sobre os assuntos mais variados do nosso cotidiano, fazendo com que todos se sintam atualizados.

Na medida em que você vai se identificando com os assuntos, opine a respeito, se manifeste, não tenha medo de errar, pois a sua opinião é de suma importância para o funcionamento e a real função deste espaço, qual seja, a de levar a todos o pensamento e a reflexão.

O diálogo sobre o que é escrito aqui e sobre o que vem acontecendo ao nosso redor é muito mais valioso e poderoso do que podemos imaginar.

Portanto, sinta-se em casa, leia, informe-se e opine. Estou aqui para opinar, dialogar, debater, pensar, refletir e aprender. Faça o mesmo.

Pesquisa

Custom Search

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Admirável mundo torto.



SOBRE A DIFICULDADE DE PRESENTEAR UMA MENINA QUE GOSTA DE HEROÍNAS
Entro na enorme loja de brinquedos e sou abordado por uma vendedora.
— Oi, posso ajudar?
— Oi. Tô procurando um presente pra uma menininha de quatro anos. Ela gosta de jogo da memória, quebra-cabeças e Mulher Maravilha. Se desse pra unir tudo, seria perfeito.
— Por aqui, senhor.
Ela me guia até um corredor lateral.
— Olha, pra essa idade tenho esse aqui, do Frozen.
— Mas ela gosta de Mulher Maravilha...
— Tem esses da Disney também, ela não gosta?
— A mãe dela foi bem específica: ela gosta da Mulher Maravilha.
— De herói, eu tenho esses aqui, senhor.
Olho para a prateleira. 
Alguns quebra-cabeças dos Vingadores, tanto em bando quanto de heróis individuais: Hulk,Thor, Capitão América e Homem de Ferro, alguns do Batman, do Super-Homem, do Homem Aranha. 
Nenhuma mulher. 
Aí vejo, num canto, um belo quebra-cabeças da Liga da Justiça com todos os heróis, incluindo a Mulher Maravilha.
— Tem esse! — comemoro — Ah, mas esse é de 500 peças, eu queria algo mais lúdico... Vou procurar noutra loja, tá?
Entro em outra loja e o contexto e o diálogo são idênticos, com a diferença de que lá a vendedora me ofereceu um produto da Lady Bug depois que eu recusei as princesas. 
Acabo achando, enfim, um quebra-cabeças de 60 peças do filme da Liga da Justiça, com a Gal Gadot paramentada ao lado de cinco colegas homens.
Precisamos de heroínas. 
De filmes, quadrinhos, brinquedos, games, roupas de heroínas. 
Se os manda-chuvas da indústria cultural não se sensibilizam com ideais vagos como "representatividade" e "igualdade", que meditem uns instantes sobre a fortuna que estão perdendo ao excluir (ou pelo menos desencorajar bastante) do consumo de super-heróis metade da população.

post: Marcelo Ferla

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião.