Imagens de crianças
imigrantes mexicanas presas em “gaiolas” nos EUA geram revolta.
Vanessa
Martina
Senadores
pediram ao presidente mexicano que exija de Barack Obama a garantia dos
direitos dos jovens; fotos foram divulgadas por senador democrata
Somente no ano passado
mais de 24 mil crianças mexicanas foram detidas ao cruzar a fronteira rumo aos
Estados Unidos. Em 2014, o número pode ser superior a 60 mil, segundo
estimativa do Departamento de Segurança Nacional. A situação dos jovens que são
detidos nos EUA e dos que são deportados ao México é classificada por
autoridades do país como “preocupante”.
Eles alertam que, se não houver uma
política incisiva por parte do governo, a situação poderá se tornar uma “crise
humanitária”.
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A foto foi tirada por Henry Cuellar através de seu telefone celular |
Os jovens que tentam
cruzar a fronteira em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos sofrem
diversos tipos de violência: física, psicológica e sexual. Os maus tratos
sofridos por crianças detidas nos EUA ganharam especial atenção dos senadores
do país. Jornais mexicanos reportaram neste domingo (22/06) que a Comissão de
Direitos Humanos do Senado pediu que o presidente Peña Nieto exija do governo
norte-americano o “respeito irrestrito à integridade e garantias fundamentais
das crianças imigrantes que se encontram nos centros de detenção dos Estados
Unidos”.
No começo do mês, o
congressista democrata, Henry Cuellar, divulgou imagens de crianças mexicanas e
centro-americanas presas em “gaiolas”, chamadas de refúgios temporários pelas
autoridades norte-americanas, em um centro de detenção no Texas.
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[Jovens detidos em situação precária na fronteira dos EUA com o México] |
Após as denúncias, os
senadores pediram ao presidente Peña Nieto que a embaixada em Washington
realize as visitas necessárias aos centros de detenção para verificar o estado
das crianças que chegaram sozinhas ao país.
A presidente da comissão,
Angélica de la Peña, afirmou que os jovens deportados são alvo fáceis de
organizações criminosas e redes de tráfico de pessoas que atuam na região de
fronteira.
Angélica ressaltou que, se
o governo mexicano não atuar com "decisão" e não adotar
"estratégias articuladas" diante do possível aumento da chegada de
crianças imigrantes na fronteira, o país viverá uma "crise
humanitária".
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Mulheres e crianças no centro de detenção; Texas pediu US$ 30 mi ao Departamento de Estado para conter crise na fronteira |
Entre as violências
sofridas pelos jovens estão as agressões físicas e sexuais. De acordo com a
CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), instituição da OEA
(Organização dos Estados Americanos), foram registrados pelo menos 100 casos de
abusos sexuais e físicos por agentes da fronteira contra menores.
Cemitério clandestino.
Muitos dos mexicanos que
tentam cruzar a fronteira são mortos antes de chegar nos Estados Unidos. A
quantidade de pessoas que morrem nesta situação, no entanto, é imprecisa, visto
que muitos são enterrados em valas clandestinas.
Ontem, antropólogas
independentes anunciaram a descoberta dos restos mortais de pelo menos 52
pessoas em fossas comuns no cemitério Sacred Heart (Sagrado Coração), no sul do
Texas. Devido ao fato de que algumas ossadas foram armazenadas juntas, as
investigadoras não têm o número preciso de quantas pessoas podem ter sido
enterradas no local no último ano.
A descoberta foi feita nas
últimas semanas pelas antropólogas Lori Baker, da Universidade Baylor, e Krista
Latham, da Universidade de Indianápolis, e pelos estudantes de ambas como forma
do esforço plurianual para identificar imigrantes que perderam a vida na região
fronteiriça entre México e Estados Unidos.
Os restos foram
encontrados dentro de sacos de lixo, como informou o jornal Corpus Christi
Caller Times. Em 2013, foram encontrados 110 ossadas no local. Latham
classificou a descoberta como “abominável”.
Mais de 300 pessoas
morreram ao cruzar o condado Brooks de 2011 a 2013, o que corresponde a mais de
50% das mortes registradas no período ao longo do Rio Grande no Texas.
Marcelo Ferla
fonte: Opera Mundi
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