Mães da Praça de Maio
encontram restos de uma das filhas desaparecidas durante ditadura.
Lila
Epelbaum Stopolsky foi sequestrada no Uruguai em 1976, com 20 anos; mãe morreu
em 1998 sem localizar corpo.
A EAAF (Equipe Argentina
de Antropologia Forense) identificou os restos de Lila Epelbaum Stopolsky,
filha caçula de Renée “Yoyi” Epelbaum, desaparecida em 4 de novembro de 1976,
quando tinha 20 anos.
Lila Epelbaum Stopolsky sumiu em 1976, quando tinha 20 anos
“Tornamos pública, diante
de nossos amigos e conhecidos e dos que buscam incansavelmente a Verdade e a
Justiça através da Memória, uma notícia que, como sempre, nos comove
profundamente: a EAAF identificou os restos de Lila Epelbaum Stopolsky, filha
de nossa querida companheira Renée Epelbaum, Yoyi, falecida em 1998”, diz o
texto.
“Estes restos humanos, que
por tantos anos foram privados de um enterro digno onde fossem dispostos
amorosamente por sua família” serão sepultados em 10 de agosto “próximo de onde
descansa sua mãe”, diz o comunicado que acrescenta: “apesar de terrível”, a
identificação dos restos de Lila “conforta o coração” e dá ainda mais força
para “encontrar e julgar os responsáveis deste crime contra a humanidade”.
A informação foi divulgada
por um comunicado das Mães da Praça de Maio Linha Fundadora na última
quinta-feira (29/05).
Vida marcada pela ditadura
Os três filhos de “Yoyi” —
Luis, Claudio e Lila — foram sequestrados e despareceram entre agosto e
novembro de 1976. A partir de então ”Yoyi” passou a integrar o grupo de mães
que, desde a década de 1970, luta em busca de seus filhos vítimas da repressão
ilegal. Ela permaneceu na organização até morrer.
O filho mais velho, Luis,
foi sequestrado em 10 de agosto de 1976 em Buenos Aires, quando tinha 25 anos.
Meses depois, quando estavam exilados no Uruguai, Claudio e Lila foram
sequestrados em Punta del Este, no marco do Plano Condor e transportados a
Buenos Aires, onde teriam sido
torturados e detidos em centros clandestinos diferentes.
Marcelo Ferla
fonte: Opera Mundi
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