Bolada no saco
Estou aqui de volta.
Acharam que eu tinha abandonado a causa, mas, independente de todos os
problemas, mesas redondas, críticas ferrenhas e tudo o mais cá estou eu para
falar da Seleção Brasileira e de sua estreia.
Vamos nessa.
Brasil X Croácia
Texto – 14/06/2014.
No início do jogo não
poderíamos ter uma situação mais clara do que viria a ser um dos grandes problemas da
seleção até agora, a lateral direita. Daniel
Alves perde uma bola lá na frente ao se lançar ao ataque, Paulinho na cobertura
não alcança a bola e abre a avenida pela direita da defesa brasileira, Thiago Silva
sai na cobertura, o cruzamento passa por ele e pimba, Croácia 1 X 0 com um gol
contra de Marcelo, nada, mais nada poderia ser pior, nada poderia ser mais torto
estrategicamente, mais ansioso, mais pavoroso, mais desengonçado.
Uma das coisas que chamou
atenção a primeira vista e que acompanha a seleção até o presente momento é que
o pedido feito pelos jogadores e imprensa esportiva de que a torcida não vaiasse a equipe quando esta estivesse em situações difíceis teve logo de cara
sua prova de fogo, e ocorreu, o time brasileiro, assim como a torcida não se abateram e o time passou a se
reerguer, enquanto a torcida, todos juntos, pegaram o time no colo e levantaram este o levando para cima do adversário.
Outra coisa que chamou
atenção, mas que não era tanta novidade foi a apatia de Paulinho, que não
conseguia cumprir sua função, não marcava, não desarmava e não conduzia a bola
subindo para apoiar o meio de campo e ataque, assim também não distribuía.
E ai ocorreu algo que não
deveria, a princípio, funcionar assim, mas que deu certo. Em duas divididas de
bola Oscar que voltava constantemente para apoiar a marcação falha no meio de
campo divide bola com o adversário, recupera esta parcialmente, tromba de novo, recupera de vez e consegue passar a bola para Neymar que
carrega esta até a entrada da área ajeita para o lado esquerdo e dispara, era o
primeiro gol do Brasil que chegava ao empate, mesmo que através de jogada inesperada,
eis que Oscar combatia mais que Paulinho.
O jogo continuava duro e
Oscar aparecia cada vez mais salvando todo o lado direito com as péssimas atuações por ali de
Paulinho e Daniel Alves que não se encontravam no jogo. E foi ai, justamente em
jogada pela direita, que Oscar olha e cruza a bola para o meio da área e Fred de costas
para o gol e marcado pelo defensor croata domina cai. Pênalti para o Brasil, visto tão
somente pelo juiz, ufa, mesmo não o sendo este marca a favor do Brasil.
Neymar, o líder maior de
nossa seleção coloca a bola na marca da cal e bate no canto direito do goleiro
que quase pega. Tínhamos virado o jogo, 2 X 0 Brasil.
O jogo continuava difícil,
a quantidade de erros de passes de Paulinho era muito grande, o volante da seleção
estava perdido. A lateral direita tão pouco funcionava o que fazia com que o
Brasil concentrasse seu jogo do lado esquerdo com Neymar ou pelo meio o que
sobrecarregava Oscar que caia para os dois lados do campo.
Mesmo assim, em mais uma
dividida de Oscar, este se atrapalha com o croata, Ramires que entrara no lugar de Paulinho divide forte com outro adversário, a bola sobra de novo para Oscar que conduz a bola até a entrada da
área croata gastando o último gás na reserva de seus pulmões e, mesmo estando
entre dois marcadores este os enfrenta e de fora da área dá de bico, marcando o
terceiro do Brasil. Tínhamos estreado, mal, mas estreado.
Várias foram as
dificuldades que o Brasil enfrentou.
A primeira delas e que ficou evidente em
boa parte do time brasileiro se deu em relação a ansiedade descontrolada da equipe, assim como a falta de preparo físico, o que preocupa para os demais jogos do grupo A.
Segundo, Paulinho e Daniel
Alves não vem, desde o amistoso contra a Sérvia mostrando capacidade de serem
titulares, prova disto se dá com a entrada de Maicon no lugar de Daniel Alves e,
como já explicamos e em sendo o caso, Ramires, Fernandinho ou Hernanes no lugar de
Paulinho conforme o jogo se apresentar.
Terceiro, o meio de campo
do Brasil é carente de armação e criatividade, o que preocupa, eis que Neymar
não pode fazer tudo sozinho, Fred acaba desaparecendo e ficando isolado na frente e
questões como a sobra da segunda bola, apoio efetivo dos laterais, toque de
bola, aproximação do 2° volante, etc não acontecem deixando a seleção limitada
de opções de jogadas no ataque.
O jogo fica objetivo demais.
Esperamos que Felipão não
seja justamente neste momento teimoso e veja o que está ocorrendo, ou seja, a
melhora que ocorrera com as substituições feitas, principalmente, as do meio
de campo e lateral direita dando assim, mais versatilidade ao time e menos
sofrimento ao grupo como um todo.
Marcelo Ferla
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