A lição que não pode ser esquecida.
A maldição do BBB12 está chegando ao fim. Com relação aos finalistas, informação que colhi hoje pela manhã, temos de um lado, o verdadeiro homem do interior, o “Cowboy”, que é tão do interior de nossa pátria que recebe apelido americano, e do outro, a “titia” deliciosa, com cabelo descolorido, bumbum e demais qualidades feitos em casa.
Enfim, o importante é que está terminando. Deus é Pai.
Mas e o que ocorreu naquele fatídico ou seria incrível dia em que Monique e Daniel deitaram-se no ninho de amor e pecado, se entregando ao prazer da carne embebida em álcool? Como ficou? Não ficou.
Há que se entender que tal ato ocorrido lá dentro, ocorreu de forma extremamente equivocada, o tiro saiu pela culatra, gerando, mais tarde, a absolvição de Daniel, posterior ao depoimento de Monique, e com esta, a promessa de que a Rede Globo de Televisão auxiliará, em tudo, o modelo execrado em praça pública, para que este retome seu nome e fama no mercado de modelos.
Mas minha preocupação maior não é esta, aliás, ela tem sua origem do lado de fora da casa maldita e não dentro.
O fato ocorreu, se desenvolveu, se reproduziu na mídia e morreu quando não servia mais. Até aí tudo bem. Darwin adoraria a coisa se fosse ela só isso.
Exemplo impecável de evolução da humanidade, para o mal, mas evolução.
A questão é que ele não foi somente isto, ele demonstrou a capacidade que uma emissora de televisão, poderosa como ela só, tem de manipular a cabeça das pessoas que são amaldiçoadas pelo programa e por ela.
A que se fazer uma ressalva aqui, sobre as formas que o efeito do fato tomou quando ocorreu.
Os telespectadores, ao serem entrevistados na rua, se colocavam quase que todos contra o modelo Daniel, por que de fato achavam o programa como um todo um absurdo ou diziam ser este culpado por que se colocavam como uma espécie de “Maria vai com as outras da moralidade”, ou seja, mesmo não achando nada demais o que havia acontecido, diziam que o modelo, negro, deveria ir para o pau de arara. Tremenda cagada.
E o que Daniel passou durante os dias na pele de estuprador? Ao que parece estes não foram nada doloridos, alias, me pareceram consentidos, por todos, algo premeditado.
E é aí que vem a minha preocupação maior. O modelo não se manifestou no sentido de processar a emissora em decorrência de fato a ele gravíssimo a ele atribuído diante da lei penal que lhe foi imputado, e que, posteriormente, em decorrência de depoimento da suposta vítima o inocentou. E quanto a eliminação precoce, precipitada? Um prato cheio para um processo indenizatório contra a Estrela da Morte, certo?
Errado. Não houve reação da parte de Daniel, não houve abertura de processo por fato danoso, não se falou mais dele e de Monique, a suposta vítima, muito menos.
A expectativa agora é qual será a frase que ilustrará a capa da revista masculina em que esta sairá nua: a levada do edredom? A bolinada safadinha? ou ainda A bela adormecida molestada?
É assustador, bizarro, e tudo o mais que represente algo grave e ruim, a forma como este fato passou pelo programa e pela cabeça dos que o acompanhavam de uma forma direta ou indireta, consentida ou obrigatoriamente, por goela abaixo, ouvindo comentários indesejáveis por todos os cantos. Que desgraça.
A Rede Globo de televisão, através das mentes maquiavélicas de Boninho, o filho todo poderoso, e seu servo Pedro Bial, que comigo perdeu toda a moral, com o perdão do trocadilho, formularem a ideia nefasta de gerar e levantar um fato medonho como este, dentro do programa visto dos 08 aos 80 anos, em prol de IBOPE, me arrepia, me amedronta e me apavora. Como foram capazes? Mas o foram e fizeram, e a prova disto, é que tudo morreu na praia, nada se fez ou se disse e o rapaz, mais um fantoche da mídia, se calou com notas de R$ 100,00 aos milhares.
Tivemos com isso o pior dos resultados enquanto sociedade que somos, a prova de que somos pessoas omissas, desprezíveis, indiferentes e frias em relação a violência atual que vemos e sentimos e que se materializou neste caso especifico, eis que no período de uma semana falamos pelos cotovelos, na medida em que no mesmo período, tal ato gravíssimo fora esquecido por nós, como tantos outros que deveriam ser relevantes a nós, mas que não são, posto que somos cúmplices da violência atual, onde tudo vale, tudo pode em uma terra de ninguém em que vivemos.
Isso tudo só demonstra, com clareza crua, a monstruosidade de nossas cabeças, que não tem mais tempo para coisas graves, salvo se uma destas tantas, ocorrer conosco ou com um dos nossos entes queridos, aí é diferente, aí toca e mexe com o nosso egoísmo, aí não pode ser como foi.
Marcelo Ferla
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