• A verdadeira democracia é aquela onde o governo realiza o que o povo quer e defende o interesse do povo (grifo meu);
• O Peronismo é essencialmente popular (grifo meu). Todo círculo político é antipopular, logo, não é Peronista;
• O Peronista trabalha para o movimento. Esse em seu nome serve a um círculo ou a um caudilho;
• Para o Peronismo só existe uma classe de homens: os que trabalham;
• Para um Peronista não há nada melhor que outro Peronista;
• Os braços do Peronismo são a justiça social e a ajuda social;
• Na Nova Argentina os únicos privilegiados são as crianças;
• O Peronismo tem sua própria doutrina política, econômica e social: o justicialismo;
• O justicialismo é uma nova filosofia de vida, simples, prática, popular, profundamente cristã e profundamente humanista (grifo meu);
• O Peronismo pretende Constituir um governo centralizado, um estado organizado e um povo livre.
Você já deve saber o que significam estes princípios aí em cima. Sim, o peronismo, criado por Juan Domingo Perón, marido da famosa Eva Perón, que inclusive foi tema de filme, muitíssimo mal interpretada neste por Madonna, é ou deveria ser regido por seus seguidores, baseado nestes princípios, adaptados, claro, ao nosso tempo. Mas isto não vem ocorrendo.
Não estou aqui para falar de peronismo, nem estabelecer uma discussão acadêmica nas áreas de Ciências Políticas, Sociologia ou qualquer outra área científica que tenha o fenômeno político peronismo como objeto de estudo acadêmico. Estou aqui sim, para falar de Cristina Fernándes Kirchner, a presidente de nossos hermanos argentinos.
Nos últimos tempos, Cristina que é peronista ou se quiserem ser mais técnicos do PJ (Partido Justicialista), vem enfrentando sérios problemas de saúde, eis que descobriu recentemente um câncer na tireoide. Certo? Errado.
Cristina sofreu intervenção cirúrgica e não possuí o câncer que havia sido erroneamente ou convenientemente diagnosticado anteriormente. Portanto, quanto à possibilidade de ser mais um líder de Estado latino americano, acometido por um tipo de câncer, quanto a Cristina, esta está fora do pareô.
A questão é que tal situação, conforme li trouxe alívio aos argentinos, uma vez que em a presidente vindo a ter um problema de saúde, colocaria este fato, o país em crise.
Já um sério problema para a atual presidente argentina que, mais uma vez, não vem usando de transparência em seus atos (palavras da colunista Sylvia Colombo que é correspondente da Folha em Buenos Aires).
Dito isto, preciso lhes dizer que discordo parcialmente de Sylvia. Acho que não está sendo nada bom para os argentinos a forma pela qual Cristina conduz seu país, com rédeas curtas e mãos de ferro.
“Mãos de Ferro” é uma expressão que quando utilizada na política pode ser extremamente perigosa, ainda mais em se falando de um continente em que se teve um “Período de Chumbo”, a Ditadura, marcado por violência, desaparecimentos, execuções sumárias e tirania escancarada e extrema.
Se falarmos do Período de Chumbo ou de Operação Condor, em um país como a Argentina , tais assuntos se potencializam, há muito mais reflexo histórico lá do que em qualquer outro lugar da América Latina, nos dando como principal exemplo disto, as Mães da Praça de Maio, aí sim representadas em sua luta através do belo filme chamado "La historia oficial", o primeiro da América Latina a vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro, que mostra uma manifestação do grupo. Quanto a prêmios, as Mães da Praça de Maio venceram o Prêmio Sakharov em 1992, sendo assim, mundialmente conhecidas e premiadas por suas iniciativas na luta constante e intermitente em busca de seus filhos arrancados de seus braços.
Voltamos a Cristina. Esta não está sendo em nada Peronista, nem tão pouco populista e muito menos humanista e libertária, todos estes princípios que constam lá em cima.
A presidente boicota informações, tenta dominar em sua totalidade a imprensa argentina, tem como maior inimigo o jornal “Clarín”, invade tantos outros prendendo profissionais da imprensa que falam mal de seu governo com o uso do Bope da Argentina, controla a boca de seu vice, Amado Boudou, lhe dizendo: “Guardá ló que hacés”, tem um super ministro informal, como diz Sylvia em sua coluna, o seu filho Máximo, que tem nome de imperador, enfim, tudo me parecendo muito ditatorial, muito “voltemos aos tempos negros da América Latina”, como se já não bastassem Hugo Chávez, seu bibelô, Evo Morales e, completando a corja, Juan José Flores, todos exercendo seus mandatos para que se perpetuem no poder, na medida do possível da forma como for necessária, nem que seja através da velha escola da Ditadura de antigamente. Desta forma já temos na lista, Venezuela, Bolívia, Equador e agora, Argentina.
Não parando por aí, agora temos o “kirchnerismo”. Mas que raios de bicho é este?
Um movimento político, dotado de todos estes ingredientes indigestos, demonstrando um ato desesperado de uma presidente em crise existencial, na parte política e na pessoalmente, que perdura desde a morte de seu marido, Nestor, e que vem esta utilizando dos piores atributos do poder político dado a um chefe de Estado e do Estado de Direito, excluindo o próprio Estado de Direito, como pode, como deseja e quando pode.
Quando disse que não concordava em parte com a coluna de Sylvia, me dirigia à dita comoção e preocupação dos argentinos, decorrente da falsa situação de saúde de Cristina, citada na coluna da correspondente e me remetendo, claro, ao que vem fazendo Cristina para seus governados.
Um país que não possuí imprensa livre, que, consequentemente, não pode se manifestar livremente, sob pena de repressão total, não pode trazer alegria a seu povo e, posterior preocupação com seu governante. Caso isto esteja ocorrendo, podem apostar, os argentinos estão sendo manipulados por um Peronismo, chamado agora de Kirchenismo, sendo este último made in Taiwan.
Cristina é mais uma líder da América Latina em descontrole, tem inúmeros problemas pessoais, decorrentes de seu super- ego, tentando ser a “Cristina Kirchnerista”, insistindo em cravar sua bandeira na história, através desta nefasta forma de governar. Perón, homem e, principalmente sua mulher Eva, não foram isto e Cristina, na tentativa de ser maior do que o Peronismo tenta fazer algo diferente, mas se atrapalha como um jovem com fome tentando fritar um ovo, sem ter nunca chegado perto de um fogão.
Perigo a vista.
Marcelo Ferla
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