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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Especial Guerra do Vietnã - 50 anos depois.



Especial Guerra do Vietnã - III parte.

Hoje vamos falar de um dos aspectos mais marcantes desta guerra, o uso dos hilicópteros. Hoje em dia, em termos de confrotos armados dentre países, é algo normal se ter o apoio tático de aeronaves e helicóteros para o transporte de suprimentos variados, tropas e equipamentos.

Mas vale lembrar, que a Guerra do Vietnã, foi a primeira guerra da história em que se teve o deslocamento e transporte de tropas em campo de batalha e o apoio destes em ataques aos inimigos e no transporte e entrega de suprimentos, tudo através do uso destas máquinas de guerra. 


A introdução dos Assaltos Aeromóveis.





Enquanto as operações pára-quedistas são chamadas de operações aeroterrestres, as operações com tropas transportadas por helicópteros e aeronaves são chamadas de operações aeromóveis ou de assalto aéreo. Assalto aéreo (ou aeromóvel) é o movimento de forças por helicóptero ou aeronaves para engajar e destruir forças inimigas ou tomar pontos chaves no terreno de combate.

As operações aeromóveis usam o flanco aéreo para inserir tropas no campo de batalha pelo ar com o potencial de levar tropas a longas distâncias em um curto período de tempo. Podem manter seguros pontos chaves para forças convencionais passarem, atuando como um viabilizador. Também podem interditar áreas e realizar incursões de longo alcance.

Geralmente são lançadas de bases avançadas, com um corredor que deve ser sanitizado. As forças aeromóveis são usadas mais para operações ofensiva para surpresa e choque e não para defensiva. O assalto aéreo permite que a área de assalto seja bastante variada, podendo, a força de assalto explorar lacunas nas defesas, atacar os flancos e retaguarda do inimigo. Assim como as tropas pára-quedistas, as forças aeromóveis forçam o inimigo a dispersar suas tropas para cobrir todo o Teatro de Operações tentando assim, evitar surpresas.

No assalto aeroterrestre existe a desvantagem de não se ter a opção de extrair as tropas pára-quedistas após lançadas, ao contrário dos assaltos aérotransportados com helicópteros. Se a zona de pouso está comprometida e as tropas dispersas, a aeronave não pode fazer nada quando se trata de assalto aeroterrestre.


Com os helicópteros existe a possibilidade de se poder abortar a missão em uma zona de pouso “quente”, resgatar as tropas se o contato com o inimigo ocorrer pouco depois do desembarque ou se a missão fracassar. As tropas nunca ficam dispersas após o desembarque. Com as aeronaves apenas o TALO (Tactical Air-Landing Operation) tem esta opção.

A desvantagem dos helicópteros era a de serem estes detectados de forma relativamente fácil e alertar o alvo, a não ser quando o desembarque era longe do alvo com as tropas cobrindo o resto da distância a pé.


Também eram muito vulnerável até para os ataques com armas leves.

Outra desvantagem é o grande custo de aquisição e operação.

Mesmo assim, o assalto aeromóvel no Vietnã começou logo que os helicópteros chegaram em 1961 usando tropas do Vietnã do Sul. Na primeira operação, 14 dos 15 helicópteros foram atingidos e quatro caíram. Os UH-1 armados de escolta, logo foram usados para diminuir perdas. O terreno do Vietnã era difícil para operações convencionais devido aos rios, montanhas e selva.

Foi do estudo Howze Board para conceitos de mobilidade com helicópteros no campo de batalha que surgiu o conceito de cavalaria aérea em 1962. A visão do General Hamilton Howze, de uma divisão aeromóvel, teve base no planejamento de guerras convencionais em grande escala e não na atividade de contra-insurgência encontrada no Vietnã. Howze percebeu as principais vantagens das forças aeromóveis, como a mobilidade, a utilidade em operações de retardamento, a capacidade de emboscar forças convencionais e a capacidade de prover apoio de fogo direto.

O estudo Howze levou a criação da 11° Divisão de Cavalaria em 1963, para testar o conceito, técnicas operacionais, aeronaves e equipamentos. Os testes tiveram muito sucesso e foi completada a dotação da Divisão com três Brigadas. Logo foi pensado em usá-las no Vietnã, onde as condições eram ideais. A 11° Divisão de Cavalaria passou a ser chamada de 1° Divisão de Cavalaria, ou "First Team". 


A 1° Divisão recebeu 438 aeronaves e helicópteros, incluindo helicópteros armados, com 1/3 das tropas podendo ser movidas por helicópteros de uma vez só (três batalhões ou 2.000 homens). Três dos oito batalhões seriam pára-quedistas. A tática era usar os helicópteros para reconhecimento, artilharia e helicópteros armados para atacar e dar apoio aéreo, e transportar companhias de infantaria para cercar as tropas inimigas em terra. A capacidade pára-quedista foi extinta com o tempo por falta de recrutas e o uso de helicópteros.

No inicio do conflito do Vietnã, os helicópteros eram escoltados por T-28 Trojan e B-26 Invaders que não podiam atacar alvos muito próximos, podendo acertar as próprias tropas em terra e helicópteros envolvidos nas operaçõess. Os foguetes e metralhadoras disparados pelo piloto foram completadas por metralhadoras laterais. O resultado foi o aumento do peso junto com a blindagem adicional.


Isso resultou no aumento da potência com a introdução do UH-1C.

A US Navy e a USAF passaram a armar seus helicópteros para ataque ou auto-defesa. Os estudos das experiências no Vietnã mostrou que UH-1 era lento (120km/h em cruzeiro), pouco potente, de curto alcance e leve para ser um bom helicóptero artilhado. Não tinha velocidade para escoltar os CH-47, bem mais rápidos e também não podiam servir como helicópteros artilhado e de transporte ao mesmo tempo.

Em 1964 foram iniciadas as operações com os "Eagle Flights" com cinco UH-1C armados (um levando o comandante) e 7 UH-1D levando tropas como força de reação e ataque, tudo com um planejamento mínimo.


O resultado gerou as táticas com equipes "pink" de helicópteros de reconhecimentos OH-6 usados para reconhecimento. Ao identificar as tropas inimigas eles marcavam a posição e chamavam a equipe "blue" para atacar as tropas em terra. A equipe "azul" consistia de oito helicópteros UH-1D com um pelotão de fuzileiro.

Em 1964 havia 200 UH-1 no Vietnã. Nos últimos anos de guerra chegaram a 2.500 helicópteros. Ao invés de ir a pé, a infantaria voava pelo país. Tomavam o terreno em busca de guerrilheiros e voltavam para a base. Logo os Vietcongs tomavam novamente o terreno. As perdas mostraram ser menores que o esperado.


Na Segunda Guerra Mundial um soldado lutava cerca de 40 dias em um ano. Os helicópteros fizeram os soldados americanos lutar 240 dias por ano no Vietnã.

O Vietnã mostrou a grande vantagem da mobilidade e tempo de resposta do assalto de helicóptero com as principais batalhas vencidas devido aos helicópteros. Antes o poder de fogo tinha que ser perdido para ter mobilidade e vice-versa e a Cavalaria Aérea fez os dois andarem juntos.

As defesas antiaéreas eram a fraqueza da tecnologia da época. As escoltas de helicóptero mostraram que podiam diminuir as baixas nos helicópteros de transporte durante o conflito do Vietnã, mas não funcionavam contra defesas pesadas.


Neste conflito, 5-7 helicópteros armados (gunships) podiam escoltar 20-25 UH-1 slick.

A fase de ingresso era voada bem alto e desciam antes do pouso. As aeronaves tinham que descarregar as tropas rápido para se expor por pouco tempo e diminuar o rsco de serem abatidas.


Os UH-1 são sempre lembrados como um símbolo da Guerra do Vietnã e realmente participaram das principais batalhas durante o conflito.






Marcelo Ferla

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