Que a crise nos EUA está à vista dos olhos do mundo todos já sabem. O que as pessoas não saibam talvez, é que o movimento que vem ocorrendo no centro do “money”, a “Ocupar Wall Street”, que está ocorrendo no Park Zuccotti e que reúne pessoas de todas as tribos, principalmente, as da classe média americana, as mais atingidas pelos rolos econômicos que por lá vem ocorrendo esta incomodando muito.
Alguns estudiosos estão fazendo menção e relacionando esse movimento à chamada “Primavera Árabe”, a série de manifestos brutais e violentos que derrubaram uma série de regimes governamentais da região e que tem como foco na mídia, neste momento, a Líbia e o Bahrein, dentre os outros já derrubados.
Mas há algo que incomoda muito mais no movimento que vem ocorrendo nos EUA em relação áqueles movimentos ocorridos na Primavera Árabe. A inexistência de violência.
Poderiam dizer-me: “Mas como assim? Você é a favor de movimentos populares com violência, agressividade, correria, gente ferida, morta, imagens de pessoas sendo arrastadas para longe das bombas de efeito moral lançadas pela polícia, civis morrendo aos montes?”. Não. Sou a favor de movimentos pacíficos, justamente como estes que vem ocorrendo no Park Zuccotti e em outros locais do restante dos EUA.
Quem não está gostando nem um pouco do que está acontecendo por lá é a molecada de Obama.
Pense comigo. Existe algo pior do que um governo como o americano, a dita maior potência mundial, ter uma crise de força e proporções mundiais ainda incertas, não poder sequer colocar as mãos nesses malditos baderneiros que estão bagunçando o quintal alheio com barracas, informações que correm o mundo em tempo real via internet e outras coisas que incomodam demais muita gente?
A época da segregação racial americana, uma das mais violentas do mundo, quando um negro, americano ou não, protestava, tomava pau, ia preso ou na maior parte das vezs morria.
Quando algum hippie na época da guerra do Vietnã, protestava contra a guerra e o envio de jovens americanos àquela guerra sem propósito, tomava pau e ia preso.
Mas os tempos são outros, não está ocorrendo qualquer tipo de violência ou protesto mais ácido por parte dos participantes do manifesto, logo, nada pode ser feito por aqueles que costumam dar pau em quem os incomoda. Eles se fizeram democráticos e agora serão.
Nada pode ser pior para o governo americano, do que o fato de não poder haver repressão contra a voz do povo. O governo americano está de mãos atadas em todos os sentidos e, pior do que isto, sem qualquer razão em relação aos fatos que vem ocorrendo. Ele, o governo, que errou e feio.
Michael Moore, Tim Robbins e Susan Sarandon estiveram lá no manifesto, os dois primeiros são ganhadores de Oscar, fato que faz com que fique demonstrado que a coisa é muito mais séria do que as pessoas podem imaginar, não somente pela presença dos famosos, mas pelo motivo que movimenta esta revolta civilizada.
Os “Iunaitedis Istaitis ofi América” está com seríssimos problemas, estão sujeitos a não ser mais o que foram e o que tentam a todo custo sustentar ainda ser.
Guerras que custam milhões, vidas em vão, jovens em sacos pretos, a velha fórmula da máquina de guerra que dá muita grana já não é mais o suficiente. Juntamente com isto, pacotes econômicos cada vez mais pesados, índices de desemprego aumentando vertiginosamente para os índices americanos, tudo isto agora é o pesadelo americano que se tornou a realidade americana.
O povo pelo povo. Saibam vocês que o povo tudo pode, ainda mais quando a causa é nobre, e o povo americano que de bobo não tem nada e que já é muito calejado por sofrimentos que não foram gerados por estes, estão fartos e nós, brasileiros, vejam vocês, que sempre vivenciamos estes novos problemas americanos aqui no Brasil, estamos sujeitos a ter que dar aula de sobrevivência a quem dizia saber tudo, sempre.
Marcelo Ferla
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