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sábado, 3 de setembro de 2011

Opinião do Blogueiro





É preciso construir e não destruir.

A Copa do Mundo de 2014, assim como as Olimpíadas que ocorrerão no daqueles que vivem do esporte, acompanham o esporte, gostam do esporte e são esportistas.

Porem há um preço a se pagar por esta evolução, falo da evolução avassaladora que vem com eventos deste vulto quando ocorrem em território nacional.

Um dos ramos que mais deve sofrer adaptações e rentabilidade com ambos os eventos esportivos é o comercial. Imagine, no momento em que o Brasil recebe a visita de milhões de estrangeiros, ávidos por gastar com souvenir dos eventos, ingressos, alimentação, hospedagem, são infinitas as possibilidades, assim como o lucro.

Ocorre que esta semana, em um dos lugares que, juntamente com os estádios vem trazendo mais dor de cabeça aos organizadores e governos, os aeroportos, em um deles, mais especificamente o Salgado Filho, aconteceu algo que em nada tem haver com o que realmente deve simbolizar a evolução de um país que ocorre a partir de acontecimentos mundiais tão importantes quanto estes dois.

Onze lojas localizadas no aeroporto Salgado Filho, algumas desde a sua inauguração, receberam ordem de despejo, para assim, desocuparem os locais para que através de novas licitações, feitas com novas empresas de poder aquisitivo mais pesado, tais locais sejam por estas ocupados, eis que assim, estas injetarão mais dinheiro no sentido de modernização e qualidade de atendimento nos serviços postos a disposição daqueles que chegam para os dois grandes eventos do ano através deste aeroporto ou que por ele precisem passar para chegar até lá, esta é a alegação da Infraero.

A questão é que, dentre estes tradicionais comércios que ali ainda se encontram, por meio de uma queda de braços injusta na justiça, como o caso da Livraria Delamor, que esta semana conseguiu uma liminar para permanecer mais 15 dias no local, encontram-se também locais como a loja de chocolates caseiros Lauxen, empresa que faz parte do salgado Filho a mais de 40 anos, sem falarmos na Joalheria Alberto, a casa de vinhos Terra Sul, dentre tantas outras que fazem parte da história do aeroporto.

Estes estabelecimentos vêm sofrendo pressões constantes, mais precisamente desde o ano de 2009, pressão esta que têm como intuito, tão somente o lucro dos que podem mais, juntamente com o apoio dos que mandam mais, tudo em detrimento dos que nada podem.

Penso aqui com meus botões. Ao invés de simplesmente dar um bico na bunda de empresários que lá estão por décadas e que por isso, justamente, tem o direito de fazer parte desta historia, mas que sem dó serão arremessados de lá, sem mais nem menos, para dar lugar a quem tem um café expresso mais forte à frente e que já imagina como o lugar vai ficar depois que no espaço, tudo em nome do progresso e lucro, não deveriam estes empresários que já estão lá ser respeitados e permanecer em seus lugares, renovando-se assim, seus contratos e, posterior a isto, o espaço do aeroporto ser ampliado para acolher uma maior variação de empresários de grande porte e seus estabelecimentos tinindo de novos, ficando assim estes juntamente com mais antigos e que ali estão e sempre estiveram?

Ao que parece não. Não é esta a solução escolhida pela Infraero, eis que devem sim sair os mais fracos para dar lugar aos mais fortes e poderosos, tudo em nome do massagear das pupilas dos gringos que por ali passarão e chegarão de fora e que freqüentarão os locais novos por um tempo que pode ser muito menor do que se imagina. 


Mas o porto alegrense também não ganha com tais mudanças? Sim ganha, mas também perde com a queda das antigas lojas.

O que está em xeque aqui é a falta de capacidade que Porto Alegre já está demonstrando de não mostrar aos de fora, sua história, suas coisinhas, coisas como aquelas que são mostradas a uma visitante que vai até sua casa depois de muito tempo ou que jamais esteve nela. Sua tendência é mostrar o local, suas coisas, seus pertences mais valiosos. Isso precisa existir e ser mantido.

Mas não, me parece que Porto Alegre, como parte do Brasil, persiste na idéia de que o brasileiro e o seu habitat, não precisam de memória, não precisam valorizar aquilo que de mais importante possuem, que é a sua identidade conquistada ao longo do tempo.

Imagine você, como ficará aquele senhor que residindo ali perto do aeroporto, costumava comprar seus jornais em várias línguas ou o jornal local mesmo e escolher calmamente uma poltrona em uma cafeteria do Salgado Filho para ler sem ser incomodado por ninguém as notícias do dia?

Isso é algo dele, que faz parte da vida dele, ele a quer assim, quer morrer assim, tomando seu cafezinho, em seu aeroporto, pois é porto alegrense.

Agora imagine esta mesma situação e, ao chegar meses depois de todo esse fuzuê de Copa do Mundo, o mesmo senhor não encontra mais lá, no aeroporto que a anos freqüentava, a sua vida, a sua historia de vida, o seu descanso merecido, o seu hábito de quase uma vida toda.

Que destruir qualquer tipo de coisa sempre foi mais fácil do que construir, todos nós, seres humanos, sabemos, mas devemos ter a hombridade de reconhecermos que por mais lucrativo que seja, não temos o direito de destruirmos a história das pessoas, a vida delas em prol de um lucro que pode chegará até os bolsos de quem interessa, mas que isso ocorra de outra forma qualquer que não esta forma predatória de histórias.

Marcelo Ferla.   

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