Tenho a comodidade de ter um aparelho de televisão em minha sala no escritório, o que é muito bom e ao mesmo tempo muito ruim, pois trata-se de um vício auditivo. Desde que estava na faculdade, estudava com o som da televisão ao fundo, bem baixinho, coisa que levei para a minha vida profissional.
A questão é que não possuo tv a cabo neste aparelho do escritório, o que já seria o máximo, pois assim, não presenciaria coisas, como a que vi hoje.
No "realiti chou" "A Fazenda", aliás belo nome, muito oportuno em relação ao fim comum da coisa toda e dos participantes, a boxeadora sérvia, deu um belo e forte peteleco na cabeça do atorzinho nunca visto, irmão de um outro ator global tão "inho" quanto ele.
O que me encomoda, e isso me encomoda a muito, é a amplitude dos "rialitis chous", a capacidade de atigir as pessoas que estão a frente de milhões de televisores.
Milhares de milhões de pessoas assistem a estas coisas e, da mesma forma, milhares de milhões se envolvem com o que ocorre nestes meses de terror da televisão brasileira aberta, já emporcalhada com outras coisas.
Me encomoda mais ainda, saber que por decisão dos coordenadores destes programas, sim, não é tudo natural como imaginam, é sim, como o filme "O Show de Truman", esreado por Jim Carrey no papel de Truman Burbank que desde seu nascimento é acompanhado pelo mundo inteiro e vem a descobrir que sou vida é um programa de televisão e que tudo a seu redor ou dentro do cenário que vive é falso. Pois assim também são nossos "falsalitis chous", não se iludam.
O problema é pior ainda se analisado sob o olhar de que a ferramenta a ser utilizada para tornar a coisa mais interessante, entenda mais ibope, é a violência, justo este ato, já transformado a muito em fenômeno social generalizado e que vem literalmente nos detonando.
Em partindo do princípio de que as pessoas que estão alí já foram ou pior do que isto, ainda são pessoas públicas e em tendo este título são pessoas de maior alcance do que o ser humano médio e como se já não bastasse a violência que temos fora de casa e, em alguns casos mais tristes, dentro de casa, a coisa definitivamente se demonstra descontrolada, apelativa, vergonhosa e reincidente, pois isso já aconteceu em outras edições.
É lamentáel que a nossa televisão esteja também sendo atingida sem pirdade pela violência, chegando a um ponto onde o cidadão que realmente quer ver algo de descente precisa se esmerar no trabalho para assim, aumentar a sua renda mensal e aí sim, poder adquirir uma televisão paga, tudo para ter a opção de acesso a bons conteúdos.
Como disse, não é de agora que critico nossa televisão pátria, a muito digo que a coisa está cada dia pior, cada dia mais visceral, agressiva, furiosa, sanguinolenta, algo escarrado por todos os lados da tela.
Os defensores da verdade nua e crua, argumentam ser preciso demonstrar a realidade, como se o que eles colocam nas programações e chamam de "necessidade de demonstrar a realidade" já não fosse a triste realidade que nós vemos com nossos próprios olhos sem precisar de nenhum equipamento eletrônico.
No Brasil, a "realidade em prol do ibope" só demonstra o grau a que chegamos, a comodidade a que nos delitamos quando olhamos coisas na televisão que são pútrefas, dignas da série "Fases da Morte", mas que, surpreendentemente, já nos servem e com muito gosto de carniça sem nem que sintamos o gosto azedo, podre, enfim.
Veja bem, não que eu seja um tirano querendo retirar coisas assim das telas dos cidadãos, até por que isto é pura utopia, não que não dê uma olhadinha nos "realitis", estaria mentindo se diria que não, eis que as mulheres que participam, em sua maior parte, me agradam, mesmo que na forma mais vulgar do "ser uma mulher".
A questão é a fórmula, o horário, o conteúdo, a quantidade de palavrões, a vulgaridade humana, a bebida que é alcóolica e cada vez em maior quantidade, a agressão física, o convívio descontrolado, a sub-sociedade que alí se estabelece e que não tem lei.
Por tudo isto a coisa é um caos e não terminará, emquanto não tivermos o que na minha opinião é a única forma de salvarmos as novas gerações de uma verdadeira lavagem cerebral que nos agride todos os dias, EDUCAÇÃO DE QUALIDADE.
Marcelo Ferla
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