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Sempre gosto de lembrar aos leitores que este blog tem como intenção trazer à tona a informação, o conhecimento e o debate democrático sobre os assuntos mais variados do nosso cotidiano, fazendo com que todos se sintam atualizados.

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O diálogo sobre o que é escrito aqui e sobre o que vem acontecendo ao nosso redor é muito mais valioso e poderoso do que podemos imaginar.

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Opinião do Blogueiro





A dificuldade de escrever.

A algum tempo li uma das maravilhosas colunas em Zero Hora de Paulo Sant’Ana, o “Pablo”, onde este narrava a dificuldade e a pressão que sofre um colunista importante como ele de um jornal não menos importante como a Zero Hora, em escrever uma coluna diariamente.

Escrevia o mestre, sobre a pressão de seu editor e do relógio posto a sua frente todo santo dia e que, na medida em que ia passando o tempo e os ponteiros iam se mexendo, o editor gritava em seus ouvidos: “Sant”Ana, a coluna, a edição já está fechada” e Pablo sequer sem uma idéia qualquer do que escrever.

Eis que então, como é típico dos mestres, Sant’Ana teve um lampejo, um sobressalto, um choque mental em que, quase que de forma sobrenatural, mística, fez com que lhe viesse a cabeça um assunto, uma coisa muito boa para se escrever.

Desta forma colocava-se a apertar as teclas, aplicava sua genialidade, com pressa  e “cabum”, segundos antes da edição ir para a impressão a coluna era entregue, pronta, polida, texto fluente e compreensível.

Confesso a vocês, como já disse em outros textos, que não tenho a genialidade de um David Coimbra, um Paulo Sant’Ana, uma Lia Luft ou de um Arnaldo Jabor para escrever como um colunista ou formador de opinião tão potente. Tento ser um, confesso a vocês que gosto muito de escrever e, igualmente, confesso que venho compartilhando com “Pablito”, mesmo não sendo um gênio como os citados acima, da dificuldade de escrever, talvez não pelos mesmos motivos, vai saber. Para que compreendam melhor em relação ao que digo prestem atenção nos exemplos abaixo:

 OAB divulga lista de faculdades que tiveram aprovação zero
- Felipe Mortara, Estadão.Edu -
Dos 1.120 cursos de Direito existentes no País, 81 não aprovaram um aluno sequer no exame da Ordem
Fonte: Estadão.com.br

polêmica
Ministro da Saúde indiano diz que homossexualidade é uma 'doença'.
Fonte: folha.com

Saúde
Seis emergências operam acima da capacidade me Porto Alegre.
Fonte: zerohora.clicrbs.com.br

Estas notícias foram retiradas hoje destes três jornais de grande repercussão regional e até em nível nacional. Pois bem, eis a demonstração da dificuldade de se escrever hoje em dia.

A pergunta que me faço, ao menos nos últimos tempos é: “O que eu vou escrever em meu blog, trazendo boas informações aos seus leitores com uma boa análise pessoal sem cair na armadilha de me tornar coisas do tipo Cidade Alerta, Balanço Geral, Polícia 24hs ou B.O – Boletim de Ocorrência?

A grande dificuldade é justamente esta, pois, além de nós estarmos nos tornado presos, ao invés dos presos de verdade, frase esta que já torrou o saco no que se refere a desculpa sobre a deficiência e indiferença das autoridades, somos dentro das prisões que nós construímos, torturados por programas que tratam o sangue como combustível, número de mortos como ibope e sensacionalismo como forma de prender os pobres espectadores.

Não há um dia em que não se abra qualquer jornal de grande circulação sem que este esteja tomado por notícias, adivinhem, violentas.

O cidadão já entra em estado de depressão e corre para as inúmeras caixas de medicamentos contra síndrome do pânico e se arma com cápsulas que não são de fuzis, mas de drogas que lhe dão condições, mesmo que esta seja paliativa, de suportar a pressão comum da vida, somada a pressão de um mundo onde se tem tudo errado, onde os princípios, além de não serem mais seguidos e, justamente por isto, trazem como efeito sua inversão.

Temos inversões de valores, de princípios sociais de convívio, de civilidade mínima entre seres que dizem ser racionais, mas que na verdade comportam-se, por nada, de forma menos racional e mais agressiva do que um hipopótamo africano tendo seu território invadido.    

A mim, resta o refúgio nos estudos para me especializar e me tornar um profissional mais qualificado, os documentários da TV a cabo e atualmente, os jogos da Copa América, que em nada ajudaram até agora, diga-se de passagem.

A televisão aberta é um verdadeiro genocídio intelectual, um motor propulsor para novos desequilibrados. Trazem em suas novelas situações escabrosas fantasiadas de problemas sociais, recheados estes de excessos, erros técnicos, ou seja, o erro do erro.

Aí vem o pior. Tudo isto entra de uma forma direta ou indireta dentro da cabeça dos cidadãos sem se saber o resultado disto. Má qualidade, vulgaridade, violência explicita, miolos a mostra, vísceras em close, isto tudo é o que vem reunindo cordeiros indefesos, vendendo e, se é isto que vem vendendo, o que esperar dos consumidores deste tipo de coisa, os inocentes cordeiros, agora cuidados por lobos ferozes? 

Realidades que mais parecem filmes ou seria o inverso, filmes que por mais brutos que sejam, relatam tão somente a realidade. Exemplo disto são os chamados “filmes cerebrais” ou filmes que fazem o espectador matutar.

A saga de mortes “Jogos Mortais” é tida como um filme de altíssima inteligência por parte dos seus criadores, um filme cerebral, que mexe com os miolinhos de quem o assiste, com seus medos e fraquezas, angústias. Por favor, me poupe.

Um homem, abalado por ter uma doença terminal e pela perda de seu filho de forma inesperada, pensa que não a merece tudo isto, vez que nunca foi um cidadão “politicamente incorreto” e, a partir disto, enlouquece, fica obcecado. Ao descobrir que possui um fim irreversível e, por já ter perdido o filho, começa a pegar cobaias “politicamente incorretas” e lhes dá um “trato especial”, os coloca em um joguinho de sobrevivência, com mortes bizarras e de violência absurda.  De sobremesa, surgem pupilos do psicopata mor, todos traumatizados pelo jogo que lhes deu chance de ganhar. Eles aproveitam a chence, ganham, mas por conta da forte experiência, seguem com a saga de seu mentor. Belíssima idéia,a criação de uma escolinha de psicopatas, genial.

Claro, haverá aqueles que dirão, “esse cara é um Mané, um conservador, careta, chato”. “Vá olhar ursinhos carinhosos, seu idiota”.

Convido vocês a simplesmente refletirem como eu refleti, quando vi a dificuldade. Há que se tomar cuidado.

Mas o que tento é lhes trazer não somente críticas a tudo, isso é chato às vezes, necessário sim, mas chato, cansativo.

Tento, quando possível, trazer coisas boas, construtivas, produtivas e que façam vocês pensarem, é este o meu intuito em escrever. São estas coisas pesadas, sobre coisas ruins? Sim, às vezes são. Mas não apelativas ou sensacionalistas e, tão pouco, potencializadas ao ponto de tornar vocês parte indispensável do problema ou pessoas perturbadas mentalmente por serem bombardeadas por sangue, morte e coisas bisonhas. Quero o problema solucionado e não explorado, dando “idéia” para todo mundo.
Minha intenção é puxar o suicida da beira do abismo e não empurrá-lo, para depois fazer um filme ou colocar como notícia de abertura de jornal seu salto para o infinito.

Por tudo isto, por ser um leitor dedicado é que lhes confesso sem medo. A dificuldade de escrever é grande, tanto para os amadores como eu quanto para os profissionais, basta para sentir isto, ser prestativo e querer debater soluções. Quanto a dificuldade, está vem de brinde.

Marcelo Ferla

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