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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Opinião do Blogueiro




O Fenômeno da saudade

O que dizer quando se perde alguém que fez parte de sua vida, não de uma forma direta, pois perder um ente querido é horrível, mas uma pessoa que lhe trazia alegria, orgulho e mais, era um mito que tinha os defeitos de todo e qualquer mortal, pois tinha vontade e gostava da idéia, lá de vez enquanto, de ser mortal. Tristeza é o que sinto.

Pois é, fazendo um plágio das palavras ditas por Tiago Leifert, eu também sou da geração Ronaldo Fenômeno, sim, pois de fato, vi jogar mesmo, acompanhando desde o início, o Fenômeno, me recordo de quase tudo dele.

Conheço muito bem as histórias e glórias de Pelé, Maradona, Platini, Cruyff, Rivelino, di Stefano, Beckenbauer, Careca, Falcão, Figueroa, Renato Portaluppi (que foi e é o ídolo maior do meu time de coração) e tantos outros, mas ver jogar, ver mesmo e vibrar, ficando estupefato com a habilidade do craque, infelizmente não vi estes fazerem, jogarem, como vi e vejo Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Neymar, Thiago Silva, Ruan, Lúcio, Júlio César, Seedorf, Totti, Zidane, Maicon, Messi, Romário, Zé Roberto, Taffarel, Mazinho, Jorginho, Leonardo, Aldair, dentre tantos outros. Mas um era diferente destes últimos.

Ver mesmo, o “Fenômeno”, nome dado na Espanha a ele, esse eu vi e isso ninguém me tira da cabeça. Um jogador além do jogo, que pensava antes de pensarem, era o improvável, o moleque esperto que roubava bolas das mãos de goleiros fanfarrões as empurrando para dentro do gol sem saber nem se isso valia, um atacante que jogava com vontade, que corria como um touro enfurecido atrás da bola, que voava quando lançado ou que as vezes nada fazia, eis que a bola muitas vezes o encontrava sem que ele sequer precisasse correr, um predestinado, o cara que é, que foi, e que eu vi fazer tudo isto sem que ninguém me contasse.



Três vezes o melhor do mundo, o maior goleador de todas as Copas do Mundo, bi-campeão do Mundo, com múltiplos títulos mundo afora e gols com dribles, visão de jogo e ocupação de espaço que se simplesmente contados em uma roda de botequim, sem serem vistos, fariam parte de uma utopia.



Ronaldo também se feriu de muitas formas, primeiramente nos campos. Não me esqueço daquela imagem e a sensação de expectativa quando da sua entrada em pleno Giuseppe Meazza, completamente lotado, depois de meses de recuperação de uma das tantas lesões no joelho. Era à volta do “Fenômeno”.

A multidão foi à loucura. Pois eis que no primeiro arranque, a queda e a imagem bizarra e desumana de um joelho se deslocando de forma desfigurada e dolorida. Caia mais uma vez o ‘“Fenômeno” e com ele toda a vontade de vê-lo jogar novamente.

Mas recuperou-se, como fez muitas vezes e, depois disto, a Copa de 2002, o título e a glória de um Titã, um Mito, a literal Fênix que ressurgira do improvável.

Em um segundo momento sentiu a dor de quem sofria críticas severas e impiedosas.

Mesmo assim, depois de tudo que fizera, depois de todo o respeito que achava que tinha conquistado, trazendo alegria a milhões de brasileiros e não brasileiros, Ronaldo foi impiedosamente criticado, mas me desculpem, pois, sobre as críticas a Ronaldo não escreverei uma só linha, me nego, mas justificarei.

Há que se recordar que Ronaldo fora menino pobre que como tantos que prosperam driblando as dificuldades da vida, se deslumbrara com o mundo lá fora que conheceu, que usufruiu e, em sendo assim, ao usufruir cometeu erros que são pertinentes ao mundo dos “boleiros”. 

Mas confesso que perto de erros cometidos por “boleiros” que com ele jogaram, ao seu lado, erros estes como a falta de pagamento de pensão alimentícia a filhos rejeitados, dívidas sem fim, problemas sérios com alcoolismo, acidentes de trânsito com vítimas fatais, que geraram um processo sem condenação, isto tudo, ou melhor, nada disto, nem perto disto, Ronaldo chegou a fazer, portanto, se formos falar de alguém, que seja de quem cometeu erros grosseiros, tirando vidas, negando vidas que foram geradas pelos que as negaram. Isso sim é digno de críticas severas e impiedosas.

Não que os erros de Ronaldo não tenham sido tristes e vexatórios, até por que Ronaldo é referência mundial e como tal tem que se comportar, ser politicamente correto, caso contrario é execrado, crucificado vivo, mas no resumo da obra, não foi nada perto de outros no quesito mau exemplo.

Mesmo assim foi detonado, escutou tudo quieto, não respondia com maus modos, não gritava, não dava tapas em câmeras e máquinas fotográficas.

Depois de tudo, sentia sim dor, muita dor, ora física, que jamais comentou, a não ser em sua despedida e quando o corpo desabava por lesões, ora psicológica, pois deveria se perguntar: “quando agradarei e satisfarei esse povo que me exige tanto?”, povo que carece de atenção, de carinho e talvez por isto, cobrava de quem justamente lhe dava atenção. Foi à cruz de um ídolo, de um gigante.

Ronaldo é um excelente homem, um ótimo pai, educado, representante da UNICEF, assumiu todos seus filhos, deu carinho imediato ao último, jamais se negara a fazer DNA, diferente do Rei do Futebol, por exemplo, que manteve a paternidade de uma filha anos a fio no infinito esquecimento, ignorando-a ou do chamado “La mano de Dios” ou “Dieguito” que se afogou e se engasgou até os fios de cabelo com cocaína.

Como disse o comentarista da Band, Neto, quando uma autoridade brasileira ia visitar outra em seu país, não levava a esta de presente cana de açúcar, mas sim uma camiseta do “Fenômeno”.

Ronaldo, vamos sentir sua falta, falta do seu sorriso, da sua quase ingenuidade, do seu eterno jeito de menino e confesso que ontem fiquei muito triste como disse no início, pois via terminar algo que como admirador me encantara por anos e que deixará um vazio enorme.

Obrigado Ronaldo, por tudo que fez até agora.

Marcelo Ferla  
 

Ah, já ia esquecendo. Para aqueles que ainda não concordarem comigo, olhem o tanto que esse cara fez:

Títulos

Cruzeiro:

•    Copa do Brasil: 1993;
•    Campeonato Mineiro: 1994;

PSV Eindhoven:

•    Copa dos Países Baixos: 1996;

Barcelona:

•    Supercopa da Espanha: 1996;
•    Copa da Espanha: 1997;
•    Recopa Europeia: 1997;

Internazionale:

•    Copa da UEFA: 1998;
 
Real Madrid:

•    Copa Intercontinental: 2002;
•    Campeonato Espanhol: 2003 e 2007;
•    Supercopa da Espanha: 2003;

Corinthians:

•    Campeonato Paulista: 2009;
•    Copa do Brasil: 2009;


Seleção Brasileira:

•    Copa do Mundo da FIFA: 1994 e 2002;
•    Copa América: 1997 e 1999;
•    Copa das Confederações: 1997;
•    Olimpíadas: Medalha de bronze em 1996;

Prêmios individuais:

Ronaldo ganhou pela revista France Football o troféu Bola de Ouro em 1997 e 2002;

•    Melhor jogador do mundo pela FIFA em 1996, 1997 e 2002;
•    Segundo melhor jogador do mundo pela FIFA em 1998;
•    Terceiro melhor jogador do mundo pela FIFA em 2003;
•    Chuteira de ouro em 1997;
•    Melhor jogador da Europa pela revista Onze de Oro em 1997 e 2002;
•    Melhor jogador na final do Mundial Interclubes em 2002;
•    Melhor jogador do mundo pela revista World Soccer em 1996, 1997 e 2002;
•    Troféu Bravo em 1997 e 1998;
•    Bola de ouro pela revista France Football em 1997 e 2002;
•    Melhor jogador da Copa do Mundo pela FIFA em 1998;
•    GoldenFoot em 2006;
•    Melhor jogador do Campeonato Paulista em 2009;
•    Brasileiro do Ano, pela Revista Isto É: 2009;
 
Artilharias

•    Supercopa Libertadores de 1993 (12 gols);
•    Campeonato Mineiro de 1994 (23 gols);
•    Campeonato Neerlandês de 1994/95 (30 gols);
•    Campeonato Espanhol de 1996/97 (34 gols);
•    Copa América de 1999 (05 gols);
•    Copa do Mundo de 2002 (08 gols);
•    Campeonato Espanhol de 2003/04 (25 gols);
•    Maior artilheiro da história das Copas do Mundo (15 gols em 04 edições): 1994 (não jogou), 1998 (04 gols), 2002 (08 gols) e 2006 (03 gols);

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