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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tensão prematura.

Volto a escrever depois de um tempo em que estava refletindo a cerca do que eu pretendia colocar em minhas linhas de reflexão. Muitos são os assuntos interessantes de se refletir. Por conta disto, tenho sempre vários textos pela metade, mas como quase sempre ocorre, não raro, acabo interrompendo o que estava por terminar para refletir sobre outro assunto diverso.

Já a muito vinha pensando, por não serem poucos os motivos que me impulsionavam em escrever sobre o caos que o nosso sistema de saúde vem sofrendo, pelos mais diversos motivos como já se está careca de saber, acontecimentos que presenciamos todos os dias, a todo o momento, vindo estes, infelizmente, sempre regados com o cheiro da morte, do esquecimento, o que moldura um quadro trágico.

Mas um caso em específico me chama a atenção, ora por ser recorrente, ora pela fragilidade de suas vítimas. 

O seqüestro de bebês em maternidades hospitalares.




Tal situação, por si só, sem que haja aqui a necessidade de se elencar mais acontecimentos de negligência, demonstra o quão frágil é o nosso sistema de saúde atual. Tão frágil, mas tão frágil, que chega a ser covarde ao ponto de colocar uma mulher, futura mãe, em estado de pânico e alerta total antes mesmo de parir. O que deveria ser um momento dela e do pai, bem como para seus familiares, de plenitude, podendo todos, ou melhor, devendo todos, aproveitar cada milésimo de segundo de um acontecimento que engrandece as pessoas, emociona, traz alegrias e satisfações sem medidas, coloca todos em alerta total. Não se pode relaxar, não se retira proveito do momento, do acontecimento. Tensão total, alerta total. Nada de relaxar, seu filho (a) pode ser levado por um desconhecido e como num toque de varinha mágica desaparecer para todo o sempre.

A vítima, desprotegida que é em sua inocência, nada pode fazer, salvo se um dia lhe for oportunizada por meio das mãos e obra de outro mundo, a benção ou destino, para quem nele acredita, de ter revelado para si aquela que é realmente sua mãe, voltando aos braços desta, descobrindo assim, sua verdadeira origem. 

Os familiares, descrentes no que vêem, agradecem a seu Deus, exatamente como foi o caso do menino Pedrinho, anos atrás. Menino de sorte. Voltou aos braços da mãe verdadeira, viu uma safardana ir para detrás das grades e ainda, como se já não bastasse, e não bastava, fez com que sua irmã, na verdade falsa irmã, descobrisse à semelhança dele que também era vítima do mesmo crime e que também fora seqüestrada e registrada como filha da maldita falsa mãe, que não merece esse título, podendo ser chamada de qualquer coisa, menos de mãe. 

Dito isto e, pelo fato de estar se tornando recorrente o delito, está em andamento um projeto de lei que permite que os bebês que se encontram nas maternidades, todas elas, usem uma pulseira eletrônica, para assim serem rastreados, monitorados, sem que haja, assim se imagina, a possibilidade de ocorrência de casos assim.

Ora, ora, não sejamos inocentes a este ponto. Não creio mais que mecanismos que não sejam a própria mente humana, possam ter serventia a este tipo de caso. A questão é simples. Os hospitais e aqueles que trabalham neles, jamais, eu disse jamais, devem isentar-se de toda e qualquer responsabilidade que sobre eles recaem. Aos Hospitais cabe o cumprimento de sua função social, a de dar vida e preservar esta a todo custo.

Uma pulseira? Até imagino as futuras declarações do tipo, “o sistema falhou”, “o (a) seqüestrador (a) burlou a pulseira de segurança”, “não imaginávamos que isso poderia ocorrer”. “A princípio o sistema era isento de falha”. 

Senhores, a responsabilidade de assegurar de forma absoluta a estada descente de uma mãe, bem como o nascimento igualmente descente de seu filho, bem como a manutenção destes até a sua chegada em seu lar, é do Hospital o qual estão ambos internados e do Estado, ponto final. 

Em um claro ato de irresponsabilidade maior do que aqueles existentes em uma mente perturbada que orquestra um delito desta natureza, vem os hospitais simplesmente isentarem-se de cuidar e preservar o menor, a mãe e sua família através de uma pulseira. Nem cães de valores inestimáveis aos seus donos se livram de tal problema com coleiras, quiçá tentar-se algo do tipo com um ser humano, por meio de uma pulseira. Viramos ninhada, o que combina com nada, com o perdão do trocadilho infame.

Ando seguro de que o ser humano, ao se colocar diante de uma situação na qual ele não pode mais exercer o seu controle, causando com isso um efeito grave, automaticamente coloca a sua mente em estado de curto-circuito, sua cabeça se desnorteia, pifa e aí vem o mesmo ser humano e cria aberrações paliativas de que nada adiantarão. O que impera é o jeitinho e não a solução enérgica do problema. O que impera é livrar-se da batata quente.

O ser humano, caso queira ou ainda tenha interesse em viver de forma descente, precisa rever seus conceitos para com seus semelhantes rapidamente, caso contrário, será ele vítima de uma simbiose, um comerá ao outro, até que não reste mais nada sobre o chão que pisamos e nada disto, não se engane, decorrerá do clima, da violência, da barbárie, do descontrole generalizado, não, até por que todas estas coisas, sem exceções, são fruto das ações do próprio ser humano, só ele é o culpado de tudo que vem ocorrendo, o que se pensa não ser decorrente dele não é nada mais do que o resultado do que antes fora feito por ele mesmo. 

Ação e reação. 

Portanto, se nos consideramos ainda seres humanos precisamos nos mexer, agir. Vamos nos mexer, vamos agir, todos nós, caso contrário, estaremos fadados a falência generalizada, seremos extintos por nós mesmos.

Marcelo Ferla

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