O amistoso da Seleção Brasileira hoje pela manhã, serviu de preparação para um país acostumado a essa competição chamada Copa do Mundo. Já para o adversário, serviu como fonte de alegria e de orgulho em ser anfitrião de uma potência do futebol, bem como de um dos protagonistas desse evento global que está por vir.
Depois dessa introdução deve-se observar uma outra faceta desse jogo, qual seja, a de que estavamos diante de dois países acostumados com grandezas. Zimbábue? grandeza? Sim.
De um lado, tinhamos o Brasil, país que já passou por um período inflacionário (há quem diga que ainda há uma inflação mascarada) e que hoje vêm ocupando um espaço importante nos noticíarios internaconais, podendo ser, quem sabe, uma das potências emergentes que o G8 terá que engolir mais cedo ou mais tarde, estando dentre estes, juntamente com o Brasil a China, Índia e Rússia. Diz estar bem economicamente, pagou a dívida com o FMI, está emprestando dinheiro ao invés de pedir emprestado, ou seja, estamos por cima. Será?
O outro tem sua grandeza na miséria, na desgraça. Possuí uma inflação que em Novembro de 2008 chegou a impressionantes 516 quiquilhões, difícil de imaginar quanto é um quiquilhão, eu não consigo imaginar, só sei que é muito pelo "lhão" no final da palavra. Também é um país que possuí uma nota emitida de 100 trilhões de dólares zimbabuanos. Realmente surreal tudo isso. Mas não se estivermos falando em África.
Definitivamente, o que mais me impressiona quando falamos em termos de África é a disparidade de nossas vidas aqui no Brasil em relação ás pessoas, cidadãos africanos e o esquecimento letárgico em que nos colocamos nos demais dias de nossas vidas em que não nos deparamos com conflitos ou problemas sociais e políticos que ocorrem nesse continente, ou seja, para nós ou a maioria de nós, só há África quando vemos um noticiário ou documentário sobre a extinção do Rinoceronte Branco ou quando há conflito político militar no continente por meio de alguns dos países que compõem o continente. Enfim, na maior parte das vezes, nada do que vem de lá é bom, ou não querem que seja.
Confesso que isso ocorre comigo também, essa ignorância, e tento, na medida do possível, fazer com que seja diferente, mas na maior parte das vezes não obtenho sucesso, como aliás, deve ocorrer com a maioria dos cidadãos do mundo, ou seja, manter um contato maior com esta realidade é um desatre, uma desfeita, talvez decorrente de um ato falho de me manter distante de mais problemas além dos que possuo em minha vida pessoal, algo egoísta, que é de todos nós.
Esse é, provavelmente, o maior motivo que faz com que todos nós ainda nos espantemos quando deparamo-nos com situações de miserabilidade semelhantes a estas que encontramos quando de acontecimentos graves em locais como o Zimbábue.
Espero realmente que essa copa inédita no continente africano, não beneficie tão somente a África do Sul, mas seus vizinhos também, como é o caso de Zimbábue, que faz fronteira com o país sede da copa.
Isso se faz necessário e urgente, pois nossos irmãos que se encontram no continente de onde todos nós surgimos, o berço da humanidade, seja tratado como tal e não como um local onde pessoas estravagentes vão tão somente para ver zebras e leões em safaris mil.
Marcelo Ferla
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