A jaqueta da Honestidade
Nesta última semana que passou e que sucede o fim de semana natalino, li uma reportagem no jornal Zero Hora, aqui do Rio Grande do Sul, sobre um homem chamado Daniel Manoel da Silva, brasileiro, catarinense, casado, agricultor, com 58 anos de idade, vítima da tragédia de Santa Catarina, ocasião em que perdeu cinco familiares vítimas de soterramento, e todos os seus pertences, bem como a sua moradia.
Mas, confesso que não fiquei surpreso com a condição especifica do Sr. Manoel, o que, diga-se de passagem, é algo extremamente trágico e triste. O que me surpreendeu foi o ato praticado pelo Sr. Manoel.
Completamente na contramão dos grotescos saques praticados por militares e voluntários que deveriam cuidar dos mantimentos e atuavam na triagem das doações que a todo o momento chegam ao Estado de Santa Catarina, o Sr. Manoel, através desse serviço, recebeu uma doação de roupas, na qual se encontrava uma jaqueta, aparentemente comum. Até ai nada demais, o ato de receber uma jaqueta de um desconhecido. Antes fosse.
Além de todos os sentimentos que cercam o caminho desses tipos de atitudes, havia o fato de se ter dentre estas coisas recebidas uma jaqueta incomum, era uma jaqueta da honestidade.
Mas o que seria uma jaqueta da honestidade? Vou contar a vocês o que é uma jaqueta da honestidade.
A jaqueta da honestidade na verdade, passou a vir ao meu conhecimento através do Sr. Manoel, foi ele quem me apresentou este modelo de jaqueta e como se porta uma pessoa que pode e deve vesti - lá.
A tal jaqueta da honestidade, consiste em uma jaqueta, doada por uma pessoa de bom coração à outra pessoa que se encontra necessitada, precisando de ajuda o mais rápido possível, mas que além de ajuda precisa obrigatoriamente ser honesta. Tarefa difícil vestir esta jaqueta.
Ocorre que o Sr. Manoel possui todas estas características, principalmente a da honestidade e, bem provavelmente, foi por este motivo que tal jaqueta lhe foi entregue. Digo isto porque dentro da tal tão falada jaqueta se encontrava o valor, em dinheiro, de R$ 20, 000,00 (Vinte Mil Reais), exatamente, uma bolada, ainda mais em se falando de ser esta recebida por alguém que perdeu tudo. Que sorte do Sr. Manoel, diriam as pessoas.
Não, que sorte de nós todos termos um Sr. Manoel, sim porque este mesmo Sr. Manoel, ao encontrar dentro de um dos bolsos da jaqueta da honestidade este valor o devolveu ao seu real dono, não querendo ficar com o dinheiro, mesmo porque, como ele mesmo dissera, aquele dinheiro não era dele.
Pronto, estavam preenchidos os todos os requisitos e por conta disso a jaqueta da honestidade entrava em ação, vestida pelo super-herói que a usa.
Ora veja, uma pessoa que perdeu cinco familiares, perdeu tudo que tinha, encontra 20 (vinte) Mil Reais e os devolve.
Eis ai, em detalhes, o que é necessário para se tornar um usuário da jaqueta da honestidade, um super-herói e convenhamos, isso não é para qualquer um, talvez não seja para mim, para vocês, por que talvez não conseguiríamos agir como o Sr. Manoel agiu, ser o que ele é e muito menos serve esta jaqueta para os militares e voluntários saqueadores, inescrupulosos, engodos humanos. Ela é para o Sr. Manoel, esse sim é um homem digno de ser usuário dessa peça encantada, a jaqueta da honestidade.
Marcelo Ferla
Nesta última semana que passou e que sucede o fim de semana natalino, li uma reportagem no jornal Zero Hora, aqui do Rio Grande do Sul, sobre um homem chamado Daniel Manoel da Silva, brasileiro, catarinense, casado, agricultor, com 58 anos de idade, vítima da tragédia de Santa Catarina, ocasião em que perdeu cinco familiares vítimas de soterramento, e todos os seus pertences, bem como a sua moradia.
Mas, confesso que não fiquei surpreso com a condição especifica do Sr. Manoel, o que, diga-se de passagem, é algo extremamente trágico e triste. O que me surpreendeu foi o ato praticado pelo Sr. Manoel.
Completamente na contramão dos grotescos saques praticados por militares e voluntários que deveriam cuidar dos mantimentos e atuavam na triagem das doações que a todo o momento chegam ao Estado de Santa Catarina, o Sr. Manoel, através desse serviço, recebeu uma doação de roupas, na qual se encontrava uma jaqueta, aparentemente comum. Até ai nada demais, o ato de receber uma jaqueta de um desconhecido. Antes fosse.
Além de todos os sentimentos que cercam o caminho desses tipos de atitudes, havia o fato de se ter dentre estas coisas recebidas uma jaqueta incomum, era uma jaqueta da honestidade.
Mas o que seria uma jaqueta da honestidade? Vou contar a vocês o que é uma jaqueta da honestidade.
A jaqueta da honestidade na verdade, passou a vir ao meu conhecimento através do Sr. Manoel, foi ele quem me apresentou este modelo de jaqueta e como se porta uma pessoa que pode e deve vesti - lá.
A tal jaqueta da honestidade, consiste em uma jaqueta, doada por uma pessoa de bom coração à outra pessoa que se encontra necessitada, precisando de ajuda o mais rápido possível, mas que além de ajuda precisa obrigatoriamente ser honesta. Tarefa difícil vestir esta jaqueta.
Ocorre que o Sr. Manoel possui todas estas características, principalmente a da honestidade e, bem provavelmente, foi por este motivo que tal jaqueta lhe foi entregue. Digo isto porque dentro da tal tão falada jaqueta se encontrava o valor, em dinheiro, de R$ 20, 000,00 (Vinte Mil Reais), exatamente, uma bolada, ainda mais em se falando de ser esta recebida por alguém que perdeu tudo. Que sorte do Sr. Manoel, diriam as pessoas.
Não, que sorte de nós todos termos um Sr. Manoel, sim porque este mesmo Sr. Manoel, ao encontrar dentro de um dos bolsos da jaqueta da honestidade este valor o devolveu ao seu real dono, não querendo ficar com o dinheiro, mesmo porque, como ele mesmo dissera, aquele dinheiro não era dele.
Pronto, estavam preenchidos os todos os requisitos e por conta disso a jaqueta da honestidade entrava em ação, vestida pelo super-herói que a usa.
Ora veja, uma pessoa que perdeu cinco familiares, perdeu tudo que tinha, encontra 20 (vinte) Mil Reais e os devolve.
Eis ai, em detalhes, o que é necessário para se tornar um usuário da jaqueta da honestidade, um super-herói e convenhamos, isso não é para qualquer um, talvez não seja para mim, para vocês, por que talvez não conseguiríamos agir como o Sr. Manoel agiu, ser o que ele é e muito menos serve esta jaqueta para os militares e voluntários saqueadores, inescrupulosos, engodos humanos. Ela é para o Sr. Manoel, esse sim é um homem digno de ser usuário dessa peça encantada, a jaqueta da honestidade.
Marcelo Ferla
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