"Sou um homem
livre", diz Joaquim Barbosa sobre Eleições de 2018.
Ex-presidente
do STF não descarta a possibilidade de disputar a Presidência da República.
Por:
Estadão Conteúdo
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Foto:
Nelson Jr. / STF/Divulgação
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O ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não descarta a possibilidade de disputar
a Presidência da República em 2018.
— Sou um homem livre,
muito livre — declarou Barbosa.
O ministro participou,
nesta quarta-feira, de uma homenagem ao ex-ministro da Corte Cezar Peluso no
STF.
Barbosa comparou a eleição
do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, com o cenário político
brasileiro, que considera estar mais conservador.
O ex-ministro do Supremo também
voltou a criticar o processo de impeachment da presidente cassada Dilma
Rousseff e disse que o país "voltará a ter paz em 2018" com a eleição
de um novo presidente da República.
— A situação (nos EUA) é
muito parecida com a que se instalou no plano político brasileiro após o
impeachment, com a diferença de que lá a coisa se deu pelas urnas, aqui ocorreu
por um processo controverso, contestado por uma boa parcela da população —
afirmou.
— Mas a democracia tem esse poder regenerador.
Nós teremos paz em 2018
com a eleição de um novo presidente da República, que está no centro de todas
as instituições — avaliou o ex-presidente do Supremo.
Barbosa disse que o
sistema eleitoral americano é complexo e pode provocar muitas surpresas.
— É um choque para o sistema
de aliança que foi montado no mundo ocidental principalmente após a Segunda
Guerra Mundial.
As posições extremistas de Trump colocam em risco todo esse
sistema — avaliou.
Apesar de demonstrar
preocupação com as propostas de Trump em campanha, Barbosa não acredita que o
presidente eleito irá conseguir levá-las adiante.
— Eu não acredito que ele
vá concretizar nada do que ele disse em campanha, porque a democracia americana
é muito sólida, as instituições são muito sólidas, existem mecanismos muito eficazes
de contenção de um presidente com essas posições extremistas, elas não vão
acontecer, mas se acontecerem aí sim o mundo estará em perigo.
Para Barbosa, uma das
questões mais importantes da eleição de Trump é a nomeação do cargo vago da
Suprema Corte.
Ele diz não ter dúvidas de que será alguém com perfil
conservador.
— Completando assim todo
um espectro bem conservador nas instituições americanas.
Essa visão estará na
presidência, nas duas Casas e na Corte Suprema. Situação muito parecida com a que
se instalou no plano político brasileiro após o impeachment.
Questionado se uma
situação semelhante a que ocorreu nas eleições nos EUA poderia ocorrer no
Brasil no próximo pleito, Barbosa disse que o Brasil "não tem o mesmo peso
internacional que os EUA".
— O Brasil não interfere
nem sequer aqui no nosso quintal, na Venezuela, que passa por uma crise
terrível, a Colômbia, em um processo grave, e qual é o papel do Brasil? Nenhum.
Então não há esse risco aqui — afirmou.
*Estadão Conteúdo
post: Marcelo Ferla
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