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segunda-feira, 19 de março de 2018

Opinião do Blogueiro.


Nove contra três.
Marcelo Ferla



Não conhecia a moça.
Como escrevi em minha primeira postagem que fiz em meu instagram, com o título “a troco de que?”, logo após ler, por cima, o que tinha ocorrido.
Não fazia naquele momento ideia de quem se tratava, nem tão pouco do que viria a seguir.
O que sabia é que se tratava, inicialmente, do assassinato de Marielle Franco, vereadora pelo PSOL no Rio de Janeiro e de seu motorista Anderson Gomes.
Logo depois a avalanche de informações e sentimentos começou.
Comecei a conhecer quem era Marielle Franco pelas notícias na televisão, quem era aquela moça de 38 anos que havia passado desapercebida por mim, por ignorância minha, eis que não era uma qualquer, definitivamente.
Confesso que por tudo que li e pelo que escreverei me sinto envergonhado por isto.
Tudo começou para mim na televisão.
Estava atônito, mudo, olhos arregalados, a muito algo não repercutia na tv, nas rádios, no Rio, no país e no mundo daquela forma.
Mulher, negra, “cria da Maré”, uma das maiores favelas do mundo, começou a trabalhar com 11 anos de idade.
Depois, matriculou-se no primeiro curso pré-vestibular oferecido no Complexo da Maré, pagando os estudos com o exercício de dançarina do grupo Furacão 2000, vindo, logo adiante, a prestar vestibular na PUC-RJ para Ciências Sociais, o qual foi aprovada e ingressou em 2002 na Universidade particular.
"Sou fruto do pré-vestibular comunitário", dizia com orgulho Marielle Franco.
Utilizando-se do Programa Universidade para Todos (Prouni) para poder concluir o pré-vestibular e sua faculdade, visto que já era mãe jovem (aos 19 anos deu à luz a sua filha Luyara), posteriormente formou-se.
Após graduar-se em Ciências Sociais, concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde defendeu a dissertação intitulada "UPP - A redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro".
Era só o início de uma passagem civil social e política de uma cidadã exemplar.
Inconformada que sempre foi com o que via em sua comunidade, o desrespeito aos negros, a mulher negra, aos moradores de favelas, a criminalidade desenfreada, a violência policial, rodeada de todos os tipos de preconceitos, haja vista, ser ela mulher, negra e lésbica, na eleição estadual carioca de 2006, Marielle Franco integrou a equipe de campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
Com a posse de Freixo, foi nomeada assessora parlamentar do deputado.
Anos depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Depois de adquirir experiência política nos dez anos de gabinete ao lado de Freixo, sentiu-se preparada para dar voz a suas angústias e lutar por elas, e em 2016 na sua primeira disputa eleitoral, foi eleita vereadora na capital fluminense pela coligação “Mudar é possível”, formada pelo PSOL e pelo PCB.
Com mais de 46 mil votos, foi a quinta candidata mais votada na cidade e a segunda mulher mais votada ao cargo de vereadora em todo o país.
Na Câmara Municipal, presidiu a Comissão de Defesa da Mulher e integrou uma comissão composta por quatro pessoas cujo objetivo era monitorar a intervenção federal no Rio de Janeiro.
Marielle Franco trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei, pelo aumento na participação feminina na política e militou pela construção de novas Casas de Parto, criadas para a realização de partos normais.
Não era só isso.
Marielle militava em muitas frentes frágeis e necessitadas de pessoas com voz ativa e ações, o que a jovem vereadora tinha de sobra.
Muito conhecida por militar pelas mulheres negras, ativista feminista que era, defensora voraz do movimento LGBT, lutava pelo fim da violência contra as minorias.
Para terem uma ideia clara do que Marielle fazia como Vereadora colocarei abaixo material do site vice (https://www.vice.com/pt_br/article/paxeev/marielle-franco-projetos-lei-camara-rio) que resumiu todas as iniciativas da vereadora executada.
Leiam com atenção.



Intitula o site:
“Pelo que lutava Marielle Franco
Nos 16 projetos de lei que criou e apoiou durante seu curto mandato, a vereadora focou na efetivação de políticas públicas em prol dos direitos das mulheres, negros e LGBTs.
Durante seu curto mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora do PSOL Marielle Franco, assassinada na noite de quarta-feira (14), escreveu e assinou 16 projetos de lei.
Os temas são próximos em quase todas PLs: Marielle pretendia melhorar a qualidade de vida e assegurar os direitos de mulheres, negros e LGBTs, criando programas e campanhas como a de institucionalização do enfrentamento ao assédio e à violência sexual e incorporando datas simbólicas em comemoração a existência e resistência dessas classes.
Além de criar novas medidas, Marielle também focava em assegurar que o poder público estivesse de fato cumprindo com medidas previstas na legislação em projetos como o Dossiê Mulher Carioca e o Programa de Efetivação de Medidas Socioeducativas.
A preocupação com a classe trabalhadora também é um tema presente.
Ativista também nas redes, Marielle se propôs a denunciar os abusos da intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro.
Dias antes de sua morte, a vereadora fez uma postagem em sua página no Facebook sobre a atuação do 41º BPM (Batalhão da Polícia Militar) no bairro de Acari, citando que a polícia estaria "aterrorizando e violentando" os moradores e contando que dois jovens tinham sido mortos e jogados num valão. Ela recentemente havia sido nomeada relatora da Comissão da Câmara dos Vereadores para acompanhar a intervenção militar, e declarou publicamente que se colocava contra a medida.
Apesar do triste assassinato da vereadora, os projetos de lei de Marielle em apoio aos menos favorecidos permanecem em tramitação e dependem da aprovação de comissões e sancionamento do prefeito para entrarem em vigor, o que ainda pode acontecer. 
Leia sobre os projetos abaixo e acompanhe o processo de tramitação no site da Câmara dos Vereadores.

Programa de desenvolvimento do funk
O último Projeto de Lei da autoria de Marielle, assinado por ela e o vereador Marcello Siciliano (PHS) em 22 de fevereiro, foi pela criação do Programa de Desenvolvimento Cultural do Funk Tradicional Carioca, que se encarregaria de incentivar a produção de eventos de funk, a ocupação de espaços públicos para apresentações do gênero e promover e difundir a cultura em veículos institucionais da prefeitura. 
Em justificativa, a dupla argumentava que o projeto era necessário porque "o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito da sociedade, sendo uma das razões para isso a sua popularidade junto as camadas mais pobres da sociedade."

Assistência habitacional para famílias de baixa renda
O Projeto de Lei 642/2017, assinado no dia 21 de dezembro, assegura assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção habitacional para famílias cuja renda mensal seja de até três salários mínimos, ampliando e especificando a já existente lei 11.888, aprovada em 24 de dezembro de 2008.

Dossiê Mulher Carioca
Notando a ineficácia das políticas públicas direcionadas a mulheres num âmbito municipal, Marielle pretendia cobrar comprometimento do poder público com a proteção de mulheres no Rio de Janeiro com o Dossiê Mulher Carioca, versão municipal do Dossiê Mulher, documento produzido anualmente pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, a partir dos registros realizados nas delegacias. 
Na ementa do Projeto de Lei 555/2017, Marielle falou sobre a baixa taxa de denúncias de violência doméstica e estupros, e alerta que esses dados precisam ser conseguidos por outras fontes.

Programa de Efetivação de Medidas Socioeducativas
Mais uma vez, Marielle pressionou o Estado — mais especificamente, o Poder Judiciário — a cumprir suas imposições na PL 515/2017, que tange a efetivação das medidas socioeducativas impostas a crianças e adolescentes que cometeram crimes. 
Entre as diretrizes do programa, estão a proteção integral ao adolescente conforme previsto no ECA, o fortalecimento dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) e o respeito "à capacidade do adolescente de cumprir a medida; às circunstâncias; à gravidade da infração e às necessidades pedagógicas do adolescente na escolha da medida."

Prioridade para pagamento dos servidores públicos
Assinada por Marielle ao lado de outros 26 vereadores do Rio de Janeiro no dia 24 de outubro de 2017, o Projeto de Lei 493/2017 prioriza o pagamento de servidores públicos ativos, inativos e pensionistas sobre o pagamento do subsídio mensal do prefeito, vice-prefeito, secretários e subsecretários do município.

Cartazes informativos dos direitos das vítimas de violência sexual
Com a PL 442/2017, Marielle solicitava a fixação de cartazes que informariam os direitos das mulheres vítimas de violência sexual em lugares visíveis nos serviços públicos de atendimento a essas mulheres. 
Os cartazes mostrariam o seguinte texto: 
"Em caso de violência sexual, não fique sozinha! Dirija-se a Unidade básica de Saúde ou Hospital de Emergência mais próximo. 
Você tem direito ao atendimento emergencial e integral de saúde em toda a rede pública, incluindo a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV/AIDS, Contracepção de emergência e Gravidez (Lei 12.845/2013). 
Em caso de uma gravidez decorrente de estupro, você tem direito ao aborto permitido por Lei (art. 128, II do Código Penal). 
Não é necessário o Registro de Ocorrência ou Autorização Judicial para esse tipo de atendimento."

Contratos de gestão entre o Rio de Janeiro e ONGs de saúde
O projeto de lei 437/2017, assinado por todos os 51 vereadores do Rio de Janeiro, restringia quais poderiam ser os objetos de contratos de gestão entre o município e as chamadas OSS (Organizações Sociais de Saúde).

Campanha de enfrentamento ao assédio sexual
Marielle queria institucionalizar a conscientização e enfrentamento ao assédio e violência sexual no Rio de Janeiro com a PL 417/2017, que dizia respeito à responsabilidade do poder público em informar mulheres sobre o acesso a seus direitos, assegurar as condições para o exercício efetivo de seus direitos e promover programas educacionais que disseminem respeito à sua dignidade.

Dia Municipal da Luta Contra o Encarceramento da Juventude Negra
No dia 20 de junho, o Rio de Janeiro incorporaria a seu calendário o Dia Municipal da Luta Contra o Encarceramento da Juventude Negra, conforme sugerido por Marielle e os vereadores e companheiros de PSOL Tarcísio Motta, Renato Cinco, David Miranda e Paulo Pinheiro no Projeto de Lei 288/2017.

Combate ao "jogo" Baleia Azul
Depois da popularização do "jogo" Baleia Azul, que incentivava a automutilação e o suicídio, a vereadora e oito outros companheiros institucionalizavam o combate aos desafios propostos pelos criadores do evento no Projeto de Lei 169/2017, que sugeria que os órgãos municipais criassem uma força-tarefa responsável por capacitar docentes e equipes pedagógicas e a implementar campanhas que alertassem sobre a "brincadeira".

Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra
Marielle se inspirou na história de Tereza de Benguela, escrava que liderou Quilombo de Quariterê e foi morta por soldados em 1770, para no Projeto de Lei 103/2017 incluir ao calendário municipal do Rio um dia oficial para celebrar a existência e resistência de mulheres negras por todo o Brasil, que seria 25 de julho.

Revogação da diminuição da taxa de ISS sobre empresas de ônibus
Notando que a redução do prefeito Eduardo Paes da alíquota de Imposto Sobre Serviço de 2% para 0,01% para as empresas de ônibus "jamais se reverteu em redução da tarifa para o passageiro" e "não pode incidir somente sobre a classe trabalhadora", a PL 101/2017, assinada por Marielle e outros cinco vereadores, sugere a revogação dessa alteração.

Dia Municipal da Visibilidade Lésbica
Marielle desejava tornar a data comemorada nacionalmente em 29 de agosto também um evento municipal, conforme previa a PL 82/2017.

Dia da Luta Contra a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia e Transfobia
Ainda no tema LGBT, a vereadora institucionalizava a data de combate à homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia no dia 17 de maio, segundo o Projeto de Lei 72/2017.

Programa Espaço Infantil Noturno
Procurando atender à demanda de famílias que tenham suas atividades profissionais ou acadêmicas concentradas no horário noturno, Marielle sugeriu que a estrutura já existente das creches municipais atendesse a crianças de seis meses a cinco anos durante o período da noite na PL 17/2017.

Programa de Atenção Humanizada ao Aborto Legal e Juridicamente Autorizado
Primeiro projeto de lei criado por Marielle, em 15 de fevereiro de 2017, o programa se preocupava em instituir na cidade do Rio de Janeiro o modelo humanizado de atenção às mulheres que realizam o aborto por meio da rede pública de saúde.

Defensora dos direitos humanos denunciava em suas redes sociais o seu repúdio a violência da polícia carioca em Acari, principalmente contra estas minorias, mostrando-se sempre uma verdadeira inconformada que vivia na pele as coisas das quais defendia.

Era contra a intervenção federal no Rio de Janeiro, declarando que esta faria somente com que mais dos seus morreriam.

A prova de real de que a intervenção não apresenta resultados trazendo mais segurança aos cariocas e que está sendo completamente falha, fazendo com que a população do Rio continue se sentindo insegura foi sentida diretamente por Marielle, que em plena intervenção, fora executada cruelmente.   
Em comentário que escutei na tv fora dito que dos 46 mil votos que Marielle recebera nas eleições de 2016, somente 10% vinham de eleitores de comunidades carentes do Rio de Janeiro.
Os outros 90% foram de pessoas que não frequentam as comunidades pobres, as favelas, mas que votaram em Marielle Franco.
Mas não se enganem, ela era extremamente popular e bem quista nas comunidades, transitava livremente por elas, e claro, tudo isto começou a gerar um incômodo, principalmente, por se tratar de pessoa que crescia dentro de suas lutas, fazia suas bandeiras serem cada vez mais vistas e balançadas, o que inevitavelmente perturbou a todos que de alguma forma tem envolvimentos ilícitos nestes lugares ou não queriam que as inciativas da Vereadora fossem á frente.



O pior de tudo isto é que não falo diretamente do tráfico.
Como fora bem lembrado ontem no Programa Morning Show da rádio Jovem Pan por Claudio Tognolli:

“Feliz ou infelizmente, nos anos 80 e 90, eu passei ao longo de 20 anos indo ao Rio de Janeiro pela Folha de São Paulo, só pra frequentar tiroteio e favela...
...Narcotraficante mata com fuzil e mata com escopeta. 
Quem mata com tiro seco de arma é policial, sobretudo, maus policiais militares.
Eu vejo uma semelhança muito grande entre o assassinato da Marielle com o da Juíza Patricia Acioli.
Me parece, posso estar enganado, mas o cheiro, o faro, me parece de crime cometido por mau PM.”


"Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas."
O mandato de uma mulher negra, favelada, periférica, precisa estar pautado junto aos movimentos sociais, junto à sociedade civil organizada, junto a quem está fazendo para nos fortalecer naquele lugar onde a gente objetivamente não se reconhece, não se encontra, não se vê. 
A negação é o que eles apresentam como nosso perfil", disse.
"Ter a nossa casa (a Casa das Pretas), ter o nosso lugar, ter o nosso período, ter o nosso lugar de resistência, daí fazer esse evento no bojo das atividades do 21 dias de Ativismo. 
A gente sabe que a gente tá ativa, tá militando, tá resistindo o tempo todo. 
Mas com alguns períodos onde a gente se fortalece na luta."
Marielle Franco

Outro aspecto na esfera de como Marielle foi assassinada, se dá no referente a precisão dos disparos, o que realmente impressiona.
Vi também pela televisão a imagem dos peritos cravando uma espécie de flechas para marcar as perfurações no veículo alvejado e ao lado destas, números que iam de 1 a 9, portanto, nove tiros ao todo foram disparados contra o carro que Marielle estava, logo pensei.







Por volta das 21h30 o veículo no qual Marielle, Anderson e uma assessora da vereadora trafegava pela rua Joaquin Palhares, no Estácio, região central do Rio.
Neste momento um outro carro emparelhou e foram feitos ao menos nove disparos na direção do Chevrolet Agile branco.


Os disparos foram feitos de trás para frente, no sentido do banco traseiro à direita (onde ela estava sentada) até o banco do motorista.
Marielle Franco foi atingida por quatro tiros na região da cabeça e pescoço.
Anderson foi alvo de três disparos nas costas
Uma assessora que estava no banco dos passageiros ficou ferida pelos estilhaços.
Vejam bem.
Destes nove tiros, quatro atingiram a cabeça e pescoço da Vereadora, sobrando cinco, dos quais quatro atingiram as costas e mataram o seu motorista, Anderson Pedro Gomes, pai de família, trabalhador, honesto e que tinha esta atividade para o complemento da renda familiar.
Nada foi levado, subtraído das vítimas.
Tudo perfeitamente executado. 
Tudo “muito profissional”.
Mas infelizmente não fora o suficiente.

Anderson Gomes

Anderson Gomes, motorista da Vereadora Marielle Franco, ao lado da mulher e filho recém-nascido, em junho de 2016.
Na noite de quarta (14), quando fazia um bico substituindo um amigo motorista de licença médica, Anderson Pedro Gomes, 39 anos, foi alvejado e morto por balas que não o tinham como alvo
Era ele quem conduzia a vereadora Marielle Franco, quando ela foi assassinada. 
O carro em que estavam acabara de percorrer um trajeto de 4 km entre a Lapa, no centro do Rio, e o Estácio, na zona norte, quando foi atingido pelos nove tiros. 
Anderson, como já fora dito, foi baleado três vezes nas costas - ele estava na linha de tiro dela. 
Foi o acaso que o colocou ali. 
Desempregado, começaria um período de teste como mecânico de uma empresa de aviação nas próximas semanas, de acordo com o irmão de Anderson, Francisco. 
Esta, diz Francisco, era a última semana de Anderson com a vereadora. 
"Mesmo com idade avançada, ele estava prestes a ter uma profissão. Estava todo feliz", diz Francisco, que é engenheiro de manutenção de uma loja. 
Quando foi morto, prestava serviço particular a Marielle, mas também trabalhava como motorista da Uber. 
Não tinha ensino superior, mas fez curso de mecânico. 
Chegou a trabalhar na profissão, mas apenas em estágios. 
A oportunidade que surgira na empresa de aviação era a sua primeira. 
Começou a vida profissional trabalhando em um bar. 
Depois, trabalhou em hotéis. 
Fez o curso de mecânico, mas como não conseguiu emprego na área, virou motorista. 
Casado havia cerca de quatro anos com Agatha Arnaus, assistente-executiva na área de educação do governo do Rio, tinha um filho de dois anos. 
O casal morava em um bairro de classe média da zona norte. Sua família era de Campina Grande (PB). 
Os pais foram para o Rio ainda jovens em busca de emprego. 
O pai, que já morreu, era torneiro mecânico. 
A mãe, dona de casa. 
Além de Anderson e Francisco, tiveram duas filhas. 
Segundo Francisco, a família é grande e unida. 
"Ainda não caiu a ficha. 
Ainda acho que ele vai aparecer no churrasco no sábado", diz ele.
O que mais pode ser a cara do atual Brasil em que vivemos?
Violento, com seus moradores inseguros, pessimamente administrado por governantes de todos os setores que compõem o Estado, estes com seus descasos de todas as ordens e com todos os setores da sociedade, o virar de costas para os menos favorecidos, a ambição e a cara de pau em como obter mais e mais, eis a corrupção que mata, eis a pior das corrupções, atirando antes de perguntar.



Outro aspecto a ser levantado, aliás criticado pela própria Marielle, se dá no âmbito da total ineficácia e atrapalhada decisão política que vêm sendo a Intervenção Federal do Estado do Rio de Janeiro, que além de nítida jogada política anestésica, a exemplo do Rio da Copa do Mundo e o Rio das Olimpíadas para a população fluminense, vai, mais uma vez, como na Copa e nas Olimpíadas, empurrando com a barriga os erros grosseiros de seu Governador Pezão, de seu Prefeito reacionário Crivella e do Governo Federal, na pessoa de seu Ministro da Segurança Pública Raul Jungmann e seu chefe, o Presidente Michel Temer.
Não esqueçam, jamais, que Mariella e Anderson foram executados em período de Intervenção Federal de sua cidade.
Há por parte do Governo Federal uma preocupação capital com o caso Marielle, tamanha a repercussão e comoção nacional e mundial que o caso recebe, juntamente com fortes críticas de países aliados do Brasil e de Instituições internacionais de toda grandeza e ordem. 
Prova disto é o pedido da procuradora-geral da República Raquel Dodge, para que se “federalize” as investigações da execução, bem como, do Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que já conversou com o interventor do Estado, o General Braga Netto, para que a Polícia Federal auxiliasse nas investigações. 
Nada mais conveniente e amenizador.
Atualmente para os brasileiros a Polícia Federal é a instituição com melhor credibilidade na prestação de seus serviços, por conta das mais variadas investigações que por esta estão sendo capitaneadas, estando dentre estas a maior, a Lava-Jato.

Quem foi?
Quem executou Marielle e Anderson?



Para mim não resta muitas dúvidas quando analiso tudo que já fora dito e lido por mim no que se refere ao assunto. 
Se trata de ato policial, ou por meio de milicianos, inconformados com a intromissão da Vereadora em assuntos que os perturbam, ou por meio de maus policiais, corruptos, mercenários contratados para executar a Vereadora e seu motorista.
A forte possibilidade que se levanta é o fato de Marielle ser uma crítica ferrenha da Polícia Militar do Rio de Janeiro no decorrer de suas militâncias, manifestos e curta carreira política, mais especificamente, do 41º Batalhão da Polícia Militar de Acari, o qual Marielle chamou várias vezes de “Batalhão da Morte”.
No sábado, dia 10 de março, a vereadora usou a rede social Facebook para criticar a atuação dos policiais do 41º Batalhão do Acari.
“Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento.
O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. 
Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. 
Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. 
Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
Postou ainda:
“O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! 
E acontece desde sempre! 
O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. 
CHEGA de esculachar a população! 
CHEGA de matarem nossos jovens!”



No dia 13 de março, nova denúncia feita pela vereadora nas redes sociais:
“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. 
Matheus Melo estava saindo da igreja.
Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”.


Desta forma não pode se descartar que os assassinos sejam milicianos ou policiais corruptos.
Outro aspecto que fortalece essa hipótese que é a qual defendo se dá pelo modus operandi do crime, que lembrou o da emboscada que matou a juíza Patrícia Acioli em 2011, assassinada com 21 tiros por sua atuação contra grupos de milicianos.
Posteriormente descobriu-se que o crime foi encomendado e executado por integrantes de uma milícia carioca.
"Estou devastado (...) Temos estado juntos na longa militância. 
Estive com ela dois dias antes de viajar, semana passada. 
Faltam palavras para expressar o horror e mal posso imaginar o que se passa na cabeça de sua filha e de sua família. 
E o motorista, sua família, um trabalhador inocente, honrado? 
A polícia confirma que foi execução.
Luiz Eduardo Soares, cientista político e especialista em segurança pública.
Soares lembrou o caso da juíza Patricia Acioly, assassinada em 2011 por policiais militares, afirmando que "é possível que o mesmo tenha acontecido" com Marielle. 
"(...) quando a população vai despertar e entender que a insegurança pública começa nos segmentos corruptos e brutais das polícias, e que não podemos conviver mais com esse legado macabro da ditadura.
Vamos continuar falando em "desvios de conduta individuais"? 
O que fazer, agora, além de chorar?", escreveu Soares.
O site O Antagonista (https://www.oantagonista.com/brasil/), trouxe a seguinte informação no dia 15/03:
"O assassinato de Marielle Franco foi político, assim como todos os 61.000 homicídios que ocorrem por ano no Brasil são políticos.
Eles são fruto da política da impunidade levada a cabo, ano após ano, por governos de esquerda e direita, nos diferentes níveis de administração pública.
Polícia corrupta ou que não investiga, governantes corruptos, populistas ou incompetentes que facilitam a vida da bandidos, Justiça que não prende, prende mal ou manda soltar, a apologia da vendetta pura e simples — tudo isso compõe a política da impunidade que matou Marielle e todos os brasileiros vítimas de homicídio.
E que continuará a matar, infelizmente, porque a política da impunidade é política de Estado, as exceções confirmando a regra."

Já no dia 16/03 assim postou:
“O lote de balas UZZ-18, usado pelos assassinos de Marielle Franco e Anderson Gomes, já havia sido usado na maior chacina de São Paulo, em agosto de 2015, na qual 23 pessoas foram mortas.
O Globo acrescenta que um policial militar foi condenado pela chacina.
Outros dois PMs e um guarda municipal também foram acusados pelo crime.
A esta altura, tudo indica que Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados por milicianos: munição roubada ou doada pela PF, balas do mesmo lote da chacina em São Paulo cometida por PMs, o modus operandi e vítima ativista contra a violência policial.
Será uma surpresa e tanto se não forem milicianos.”

Amadorismo sim?

“Aqui não tem amador”.
Ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral, para justificar os riscos que correriam ao levar adiante a projeto dos soldados nas ruas.
O gosto amargo veio da percepção de que o crime aconteceu sob as barbas do Exército na rua, e da polícia militar.
Ou seja, o assassino ou o grupo que determinou a sua morte, revelou o profundo desprezo pelo aparato do Estado e o papel simbólico que Marielle representava: negra, favelada, feminista.

Nota do PSOL


“Esse medo, esse desespero, a iminência de um confronto, é onde corta na nossa carne.”
Marielle Franco sobre a intervenção do Exército para conter a violência no Rio.
Como se não bastasse e como disse  o fato em si e toda a comoção, muitos foram as declarações misóginas, racistas e políticas contrárias ao PSOL e a pessoa de Marielle Franco.
Quanto a isto, prefiro não estender muito o assunto, já que qualquer manifestação neste sentido não deve ter nem receber fôlego.
Prefiro sim, demonstrar aqui algumas das mais sinceras declarações de apoio e comoção diante do que ocorreu.
Independentemente da Vereadora Marielle Franco ser de um partido dito polarizado, muitas vezes radical e coisas afim, não consegui ver durante o percurso desta mulher nenhuma característica dela neste sentido.
O que vi, tive como exemplo e aprendi ao conhecer a pessoa de Marielle Franco através deste texto foi a imagem de uma mulher lutadora e dona de seus ideias, preparada, qualificada e articulada, fatos estes que a levaram a ser votada como foi e a exercer seu trabalho como exerceu, de forma exemplar para o futuro do país e de políticos.

Nota do PSOL:
O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes, motorista que a acompanhava.
Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. 
A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. 
Não podemos descartar a hipótese de crime político, ou seja, uma execução. 
Marielle tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. 
Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade. 
Por isso, exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. 
Não nos calaremos!
Marielle, presente!
Partido Socialismo e Liberdade
14 de março de 2018.

Pressão sim!
“Independentemente da motivação dos autores da execução, o que houve ontem foi um assassinato político.
Trata-se de um novo degrau de aprofundamento das dinâmicas de violência no Rio de Janeiro, inaugurando uma nova modalidade de homicídio, o homicídio estritamente político”.
Nota do Observatório da Intervenção, criado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania
“Entendemos que os fatos prescindem de um tratamento diferenciado de um crime comum, decorrente da violência urbana cotidiana.
A investigação dos crimes praticados contra os defensores e defensoras de direitos humanos tem, necessariamente, que partir do contexto de sua atuação.”
Nota da ONG Centro Pela Justiça e o Direito Internacional
“A relevância política de Marielle, assim como de suas denúncias e o contexto de seu assassinato são fatores determinantes que devem ser tratados como eixo central na apuração dos fatos”, completava a ONG, que tem por objetivo fiscalizar a aplicação das normas internacionais de direitos humanos dos países membros da Organização dos Estados Americanos, do qual o Brasil faz parte.
O caso teve repercussão internacional e levou alguns deputados europeus de esquerda a solicitarem a suspensão das negociações com o Mercosul diante do desrespeito aos direitos humanos no Brasil.
Não se sabe o alcance dessa demanda, mas não há dúvidas que a morte de Marielle é um fator de pressão para o Governo brasileiro, que já vivia a desconfiança de seu plano de segurança para o Rio, e que vive constantes chamadas do exterior sobre o desrespeito aos direitos humanos.
Segundo o Jamil Chade, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, a Organização das Nações Unidas mandaram diversos alertas ao Brasil sobre ativistas de direitos humanos mortos ou ameaçados no ano passado.
Todos sem resposta.
“Condenamos o profundamente chocante assassínio no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e de seu motorista”, diz uma nota assinada pela porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Liz Throssell.
“Marielle [Franco] foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres”, lê-se na nota.
A ONU pediu que as investigações “sejam feitas o mais rápido possível” e de forma “completa, transparente e independente”, para que os resultados “possam ser vistos com credibilidade”.

Nota urgente: justiça para Marielle Franco
Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e defensora de direitos humanos, foi assassinada na noite de quarta-feira, 14. (Foto: Mídia Ninja)
"O Estado, através dos diversos órgãos competentes, deve garantir uma investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e defensora dos direitos humanos Marielle Franco.
Marielle foi morta a tiros na noite desta quarta feira, 14 de março, no bairro do Estácio na cidade do Rio de Janeiro.
Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial.
Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco.
#JustiçaParaMarielle" 
Anistia Internacional


O mundo se choca e apoia Marielle e Anderson, condenando Brasil.













Manifestos e apoio de pessoas e instituições de toda parte.


"Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial.
Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco".
Anistia Internacional
#MariellePresente

Notícia - 15 - mar - 2018
O Greenpeace lamenta profundamente a morte de Marielle Franco, vereadora pelo PSOL (RJ), uma mulher guerreira que dedicou sua vida pessoal, profissional e acadêmica na construção de uma sociedade melhor, mais inclusiva e participativa .
A vereadora Marielle Franco, foi assassinada na noite de ontem, no Rio de Janeiro, junto com o condutor do carro onde estava, Anderson Pedro Gomes, em um crime com características de execução, segundo as investigações iniciais das autoridades.
O Brasil é um dos países onde mais se mata ativistas pelos direitos humanos e ambientais e o assassinato de Marielle Franco leva estas estatísticas a um patamar mais preocupante e inaceitável.
O Greenpeace demanda uma investigação completa e profunda deste assassinato e a punição de todos os envolvidos.
Marielle Franco segue presente e viva na luta e dedicação de todas e todos que acreditam que inclusão, diversidade, respeito são elementos essenciais para a construção de um país mais justo e humano.

Autoridades e celebridades.

"Atiraram em 50 mil votos e acertam os corações e as mentes do Brasil e da comunidade internacional. 
Do recado mandado faremos um alerta nacional!" 
Marielle Franco e Anderson presentes!.
Jaqueline Muniz, professora da Universidade Federal Fluminense e uma das mais enérgicas em se posicionar contra a intervenção.

“Morre uma mulher. 
No caso de Marielle, morre um pouco cada uma de nós. 
Fica viva sua luta por Justiça e igualdade. 
E o nosso compromisso de continuar com ela. 
Assim, ela continua conosco. 
Para sempre Marielle!”
Ministra Cármen Lúcia do STF

"Tem faltado palavras para descrever o que está acontecendo no Rio de Janeiro, uma combinação de corrupção, violência e mediocridade. 
É um círculo vicioso difícil de se romper e que tem conduzido a extrema violência que nós estamos enfrentando continuar a luta por justiça e por igualdade"
Ministro Luís Roberto Barroso.

“Todos que velam pela higidez do processo democrático ficaram chocados que no mundo de hoje se tente calar a voz da política com uma atitude que demonstra um baixíssimo déficit civilizatório nesse campo”.

“Nesses momentos a sociedade sofre muito, mas a sociedade não se cala nem há de se calar. Nós aqui, em nome de todos os colegas [magistrados], das bancas [de advocacia] e dos eleitores, gostaríamos de manifestar profundo pesar pela trágica morte dessa vereadora.”
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Fux

“Hoje é dia em que nós mulheres estamos todas enlutadas pela morte de Marielle, uma vereadora combativa, defensora dos direitos humanos e feminista ativa que lutava pelos direitos de todos nós”.
advogada Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro - Movimento Mais Mulheres no Direito




































Marielle Franco é assassinada no Rio de Janeiro em fotos:
Ainda deve ser ressaltada, valorizada e aplaudida a participação do povo (em massa) brasileiro em todos os lugares do país, brasileiros que marchando em manifestações, gritaram, desabafaram e, com isto, mantem o grito, o desafogo que Marielle defendia em tom de revolta diante da violência que assola o país.

Protesto contra a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) reúne milhares de pessoas na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, manifestantes carregam velas e cartazes em homenagem a ex-vereadora
Milhares de pessoas também protestaram na Avenida Paulista, região central de São Paulo 
 Faixas e cartazes dos manifestantes em SP também pediam justiça e o fim da violência
O deputado estadual Marcelo Freixo e o vereador David Miranda do PSOL ajudam a carregar o caixão da ex-vereadora Marielle Franco, em velório na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Milhares de pessoas realizam ato em memória e solidariedade ao motorista Anderson Pedro Gomes e à vereadora Marielle Franco, em frente à Câmara dos Vereadores, no Rio de Janeiro
Pessoas prestam suas homenagens à vereadora Marielle e ao motorista Anderson e deixam flores na escadaria da Câmara dos Vereadores
 Multidão cobra justiça pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson
Manifestante pede fim do uso de armas
Câmara realiza sessão solene em homenagem à Marielle Franco
Conhecidos de Marielle consolam uns aos outros próximo ao local onde ocorreu o crime 
Polícia do Rio de Janeiro reboca carro em que a vereadora Marielle Franco foi assassinada

Parentes e amigos se emocionam no local do crime

Repercussão da morte de Marielle Franco



Os protestos contra a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, em imagens

Atos foram convocados em várias capitais. Velório dos corpos das vítimas, assassinados a tiros no centro do Rio de Janeiro, acontecem na Câmara Municipal.

Protesto do lado de fora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro após a vereadora Marielle Franco e seu motorista Andeson Gomes terem sido assassinados na noite de quarta-feira. RICARDO MORAES REUTERS
Mulher deposita flores em escadaria em homenagem a Marielle e Anderson. LEO CORREA AP
 Mulher chora durante ato contra a morte de Marielle no Rio. ANTONIO LACERDA EFE
Centenas de manifestantes protestaram contra o assassinato da vereadora e de seu motorista no Rio.
Criança cola cartaz em homenagem à vereadora Marielle Franco. RICARDO MORAES REUTERS
 Ato de repúdio ao assassinato de Marielle e Anderson no Rio. ANTONIO LACERDA EFE 
Mulheres se abraçam durante ato em homenagem à vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes. RICARDO MORAES REUTERS
A vereadora Marielle Franco em imagem de novembro de 2017.
Ato em homenagem à vereadora Marielle Franco na Câmara dos Deputados, em Brasília, nesta quinta-feira. JOÉDSON ALVES EFE
Deputados do PSOL, partido de Marielle, levaram cartazes e flores em homenagem à vereadora carioca na Câmara dos Deputados, em Brasília. JOÉDSON ALVES EFE
Milhares de pessoas participam de um protesto diante da Câmara dos Vereadores, no centro da capital fluminense, onde os corpos de Marielle e do motorista Anderson Gomes foram velados nesta quinta, 15 de março. SERGIO MORAES REUTERS
Flores e faixas deixadas na escadaria da Câmara dos Vereadores do Rio. SERGIO MORAES REUTERS
O corpo de Marielle Franco é carregado por familiares e amigos, entre eles o ex-deputado Marcelo Freixo (PSOL), de quem a vereadora foi assessora. LEO CORREA AP

Milhares de pessoas no protesto no Rio contra os assassinatos de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. ANTONIO LACERDA EFE
Manifestantes reunidos em torno da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. 
Manifestantes se reúnem na avenida Paulista, em São Paulo. STRINGER REUTERS 





Quem era Marielle Franco como vereadora, em fotos:




Marielle Franco e sua mulher, Monica Benício

Anielle Franco, Marielle Franco e a filha de Marielle Luyara em jogo do Flemengo no Maracaná
















Marielle foi da equipe de Marcelo Freixo antes de se lançar candidata | Foto: Facebook/Marielle Franco 












 




O paradoxo de uma tragédia
Mais do que óbvio é minha concordância no sentido de que se trata a execução de Marielle Franco algo que já se tornou paradoxal.
De um lado, o de bom que fica, Legado de Marielle, se é que pode ser dito assim, aquilo que se pode tirar de bom desta tragédia, algo terrível, mas se falando em paradoxo, mas que acaba tornando-se eficiente neste sentido (impacto e revolta), o que não pode se negar, se refere ao reforço, o acordar para o exercício de trazer a tona todas as lutas que a Vereadora travava diariamente, bem como o que defendia, as ideologias de cidadania que a moviam a trabalhar em um mandato que não era seu, mas do povo, como ela mesma disse, e que trouxe a mim e a todos que a não conheciam, uma sensação de tratar-se ela de alguém que estava representando a renovação na figura do político, algo jovem, corajoso, representativo, renovado, baseado em alguém que realmente estava atuando em prol de vários interesses da sociedade e para a sociedade e não em prol de si mesma.
O lado ruim é o que todos nós já sabemos, através de tudo que fora dito e visto e tudo que já foi dito por mim, por tudo que coloco aqui para ilustrar o fenômeno que se torna este ato brutal.

Mas que o ruim sirva aqui como força de resiliência para todos nós, para os parentes e para Brasil no sentido de fazer com que todos reflitamos tanto pelo bom, se é que se pode tirar uma reflexão boa, como pelo ruim que é óbvio.
Precisamos estar mais antenados nos fatos que ocorrem ao nosso redor,  nos informarmos mais, aproveitar para que possamos assim, escolher, se for possível (meu voto até o momento é nulo), um(a) representante que faça algo muito mais efetivo do que fora feito até agora.

Tal reflexão deve ser feita a curto prazo para as eleições presidenciais, mas deve, como exercício cívico, continuar sendo feito por todos nós, para que a médio e longo prazo possamos estabelecer um perfil de país moderno, politizado de fato e consciente do que é preciso fazer e do que queremos.
Devemos, da mesma forma, exercitar a nossa resistência ao racismo, a xenofobia, a homofobia, a misoginia, a pedofilia, contra a banalização da vida e da psique humana, enfim, contra a violência desenfreada que desce ladeira abaixo em nosso país como um caminhão lomba abaixo sem freios e cheio de explosivos. 
Por fim, fica a lição que a mulher e pessoa pública Marielle Franco nos deixa.
Um legado de uma mulher forjada por muitas minorias, com o peso de muitos preconceitos que sofreu, e por sofrer, defendeu o repúdio a estes com a sua vida, e não só isto, pagou com esta por falar, se portar, mas principalmente, agir como a maioria dos políticos não tem coragem de agir, fazendo algo de relevante diante das coisas grotescas, boçais e bárbaras que acontecem com nossos semelhantes em nosso país.
O que Marielle fez foi tomar a corajosa decisão de colocar sua própria vida em risco, acima e a favor daqueles que não tem voz em nosso país, e que quando a tem, dado a estes por alguém como Marielle, não são sequer ouvidos ou levados a sério.
As bandeiras de Marielle eram as mais difíceis de ser carregadas em um país hipócrita como o nosso que diante de pesquisas sérias, de números que não podem ser contestados, nada faz para que estes mesmos, sejam diminuídos, e que com isto, menos de seus semelhantes sofram estas injustiças.
Algo importante.

Aquele que pensa que não somos culpados pela morte de Marielle Franco e de Anderson Pedro Gomes, saiba que somos sim, e quem disser que não ou assim não se sentir, continuará contribuindo para que mais casos assim permaneçam acontecendo.
Eu falo de agir, temos que agir e parar só de falar.
Algo definitivamente tem que ser feito.
É unanimidade que isto tenha que acontecer, e não é de hoje, faz tempo, mas algo que me tranquiliza um pouco, é que já estamos como povo, tendo esta consciência, o que já é algo muito importante.
Tudo que aconteceu após a execução, manifestações, manifestos de todo tipo de pessoa nas redes sociais, etc., trata-se nada mais, do que um grito com tom de desespero e de pedido de ajuda de toda uma sociedade, amedrontada, apavorada, grito este que Marielle e/ou Anderson sequer poderão mais entoar, pois foram executados a queima roupa com nove tiros, nove contra três, nove tiros contra três pessoas inocentes. 

Todos sabemos que em um jogo da morte de nove tiros contra três pessoas inocentes quem sempre sairá perdendo são as pessoas inocentes.  







post: Marcelo Ferla
texto: Marcelo Ferla

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