Diário da Pitty Rock - 23/11/2013 - 10:24
A
muito que não escrevo um texto completo para o blog ando escrevendo mais introduções
de categorias distintas, pequenas introduções.
Sinto-me
soterrado lendo sempre sobre as mesmas coisas nos jornais e vendo os
noticiários, o que vem me causando certa crise criativa de escrita, eis que os
assuntos que dão ibope não mudam, sendo sempre eles a violência, o sexo,
celebridades e sua vida íntima, futilidades da vida, Reis de tudo e todos.
Sem
sombra de dúvidas o baixo está em alta e sobre o baixo não escrevo, salvo se
com este puder dar a meus leitores um exemplo de como manter distância daquilo
e não ser contaminado pelo veneno fatal. Definitivamente vivo uma crise criativa
de escrita, pois saiba que escrever a respeito de algo colocando sua opinião é
ato de grande responsabilidade, ao menos a mim, e isso não é nada fácil com
estas grosserias editoriais que vemos por ai.
Mas
vou retomar essa atividade falando de uma figura que os mais próximos do blog
já conhecem.
Para
aqueles que ainda não tiveram contato com essa categoria e sua personagem lhes
apresento Pitty Rock, minha cachorra labrador de 9 anos, recém feitos no dia 07
deste mês, mas que é acometida de câncer na coluna, displasia femoral grave,
artrite e artrose em grau alto.
Desde
que a Pitty fora diagnosticada com câncer, comecei a tentar escrever um diário
dela, relatando, mesmo que através de poucas linhas o dia-a-dia dela até que
ela não estivesse mais entre nós.
Fiz
isso por um tempo, mas depois, por um motivo óbvio, o medo, comecei a temer as
linhas que colocava neste diário, poderiam estas amaldiçoarem minha filha e
acabei colocando em minha cabeça que algo poderia acontecer a ela ou estar aproximá-la
cada vez mais de seu fim caso eu ficasse escrevendo todos os dias alimentando a
desgraça que fora saber o que estava acontecendo com ela, bem como pensava que
estava com minhas linhas alimentando igualmente a sua ida precoce para o céu
dos cachorros, como diz minha ex-esposa.
Mas
cá estou eu, um ano após tudo isto escrevendo para todos vocês para que saibam
como está a Pitty, pois sei que muitos de meus amigos e seguidores gostam muito
dela e, sendo desta forma, querem saber a seu respeito, sobre sua saúde.
Ela
se encontra bem, continua caminhando sem o auxílio do andador, tem dificuldade
cada vez mais visível de subir certos degraus, mas mesmo assim deixo que ela o
faça, pois quando vou ajuda-la, ela já o fez, me passando a impressão de que
ela não gosta de ser ajudada, quer se demonstrar independente tamanha sua força
e vontade de viver. Meu irmão mais jovem, Mauricio, a apelidou de Pitty – A Imortal,
eis que ela está contrariando, até agora, todos os exames e diagnósticos feitos
num primeiro momento quando fora atendida e submetida a toos os exames mais
modernos a disposição.
Para
que tenham uma ideia, Pitty não deveria estar mais caminhando, Pitty deveria
estar morta, eis que lhe fora dado, após os resultados dos exames, um fim
triste e doloroso a ela, primeiramente com o uso do andador com rodas e depois
com sua morte pelo câncer, tudo isto sem que pudéssemos fazer nada, só esperar.
Só
que nada disto está acontecendo, nem uma coisa, nem outra.
Algumas
pessoas de minha família dizem que o que está a mantendo firme e forte é o
altíssimo grau de amor que ela recebe, principalmente de minha avó materna e de
mim. Sei disso por que as pessoas elogiam muito a forma como a tratamos, já
deixei de sair para ficar com ela, estamos sempre juntos, sempre que posso não
saio de casa para ficar com ela.
Ela
por sua vez, parece um chiclete comigo, não larga mais de mim, quer carinho a
todo o momento, só fica onde eu fico e não admite, em momento algum ficar só, o
que é compreensível na sua situação. E aqui uma ressalva.
Em
todos os momentos difíceis que passei este ano, pesados momentos que fizeram
com que o ano fosse muito doloroso e penoso, ela estava ali comigo, aos meus
pés, não incomodava, nunca incomodou, mas atualmente parece que ela sente meus
momentos de fraqueza dor e medo e passa a agir com um silêncio respeitoso e acolhedor,
diferente do silêncio anterior, ela definitivamente sente que não estou bem.
Ainda
de minha parte, tento fazer o melhor, apesar de olhá-la sempre com um temor corrosivo
de que ela se vá a qualquer momento, não podendo sequer ficar por um instante
pensando um pouco mais sobre o assunto, eis que a negatividade do que fora dito
lá no início quando o problema surgira toma conta de minha cabeça e o medo é
imediato.
Faço
todo o possível, acho, abro a porta para que ela entre para casa, tantas vezes
quanto for necessário, ajudo ela a subir os lugares mais difíceis, sua
alimentação é rigorosa, abro novamente a porta tantas quantas vezes for
necessário para que ela mate sua curiosidade sobre algum barulho que ouve na
rua, arrumo sua cama nos dias frios quando sente mais dor, colocando cobertores
grossos para que se sinta aquecida, e assim, tento dar o melhor a ela, com toda
estrutura e conforto, sempre com a ajuda indispensável de meus familiares, mãe
e avó.
Ainda
mais impressionante do que isto, é a beleza cada vez mais reluzente da minha
fofa, Pitty nunca esteve tão esbelta, tão brilhosa e tão bela como agora,
contrariando mais uma vez, aquela imagem que criei dela, debilitada, sofrendo e
esperando a morte.
Por
tudo isto, antes de irmos para o litoral, faremos uma nova bateria completa de
exames, pois estamos um pouco desconfiados do que vem ocorrendo em relação ao
que fora dito no primeiro diagnóstico. O que fora dito lá, assim os prazos
máximos dados a ela não vem ocorrendo, bem como o que nos disseram que iria
ocorrer igualmente não aparece e como médicos erram, e muito, veterinários não
estão livres de cometê-lo também.
Nesse
exato momento abri a porta para que ela entrasse, deve ter ficado cansada de
circular pelo pátio e está deitada, relaxando com a pata esquerda, ato típico
seu, posta por cima de meu pé, para que assim, caso cochile ou durma, sinta se
me movo ou me levanto para sair.
Realmente
é uma cachorra incrível, que apesar de todos os problemas que apresenta em
decorrência de sua idade e hereditariedade, sempre me dá, a sua forma, força para
enfrentar as minhas mazelas. Talvez eu esteja cometendo o erro de não relevar
tanto quanto deveria os exemplos que este animal me dá, mas do que não tenho
dúvidas é que Pitty, como dissera Mauricio, já se tornou imortal, superou datas
fatais, e aparentemente está bem.
Tudo
que posso fazer é continuar cuidando e dando igualmente o amor incondicional
que esta figura única me dá, sem nos cobrarmos nada em troca nunca e torcer
para que a cada dia que eu acorde ela esteja ali, ou melhor, para que ela me
acorde todos os dias, sempre cedo, com seu rabo de castor batendo fortemente na
lateral de minha cama avisando que está na hora de seu café da manhã.
Vida
longa a você minha filha, papai te ama.
Marcelo
Ferla
AMOR!
ResponderExcluirEsse é o motivo real dela estar bem... o amor Marcelo, tudo pode, até passar por cima de certas datas, driblando o final, e ao invés disto, ela está aí, esbanjando beleza, realmente é uma cadela que quer mto viver, ela tem brilho e esse amor que tu dá constantemente, ela reflete com seu jeitinho q tu entende mto bem, e isso a mantém ótima...
Vou continuar orando para que ela esteja cada dia mais radiante!
"Pitty, querida e amada Pitty, continue mesmo por aqui, por mto tempo... tu lindona, ainda tem mto chão pela frente!"
E a comprovação disso tudo, ela dá a cada dia... a cada latido... a cada obstáculo superado!!
Beijos bela!!
Beijos Marcelo.
Feliz por vcs... mto feliz mesmo!!!!!!