Estou solteira porque
acredito no amor.
Por
Nat Medeiros
E eu sei que isso pode
parecer um tanto contraditório.
Mas calma e senta que eu te explico.
Também
quero deixar claro que não estou querendo dizer que quem está namorando ou
compromissado não acredite no amor.
Só estou dizendo que eu, Natália, me
encontro solteira porque acredito no amor…
Estar solteiro nem sempre
é uma escolha.
Eu mesma já estive solteira mesmo querendo o contrário.
Mas a
Vida é isso mesmo… Querer e nem sempre ter.
Só que hoje, após tantas situações,
eu escolhi não estar em um relacionamento apenas por estar; e escolhi isso com
toda a minha alma e coração.
Quando o cara não me
tratou com respeito, eu escolhi ficar solteira porque eu acreditava no amor e
eu sabia que amor não era aquilo.
Quando o cara me proibiu de viver, eu escolhi
estar solteira porque eu acreditava no amor e o amor não era aquilo.
Quando o
cara falou demais de si e não quis me ouvir, quando o cara falou de menos e
omitiu que tinha uma namorada…
Em inúmero casos, eu escolhi estar solteira
porque eu acreditei que o amor estava longe de ser aquilo.
Acontece que muitas
pessoas se acostumam com migalhas, com relacionamentos abusivos, com traições e
descaso e acham que sacrifício é amor.
Aceitam qualquer coisa que lhe oferecem
e esquecem do próprio valor.
Não acho que a gente domina
nossos sentimentos, mas já dizia Nina Simone: “Você tem que aprender a
levantar-se da mesa quando o amor não está mais sendo servido.”.
Nós temos toda
e total capacidade de fugir das ciladas disfarçadas de “Amor”.
Na verdade, nós
temos mais que a capacidade de fazê-lo.
Nós temos é a OBRIGAÇÃO. Somos
responsáveis por nossas escolhas e decisões…
Há algum tempo, eu me
apaixonei.
Me apaixonei de ficar sonhando acordada e escrever poesias.
Paixão é
tórrida, uma coisa meio urgente, algo que não sabe esperar.
Paixão é igual
criança: quer porque quer, deita no chão e esperneia.
Eu não tinha olhos pra
mais ninguém, essa era a verdade.
E eu não tinha como mudar esse sentimento.
Fugir do que eu estava sentindo era como fugir de mim mesma.
Só que há algo
muito bom na paixão: ela por si só é fugaz.
O véu da ilusão sempre cai. Paixão
é um fogo que não se sustenta sozinho.
Ou se transforma em amor ou acaba.
Se
transforma em amor quando há reciprocidade, conquista contínua, respeito e
admiração por quem está ao nosso lado.
Mas se o respeito acaba, se a conquista
se torna falha, se os argumentos se tornam fracos… até o desejo diminui.
A
paixão é frágil porque não é construída em cima de alicerces sólidos e sim em
cima de desejo, atração, situação… E tudo isso é efêmero. E como é!
O meu coração foi
desapaixonando dessa tal pessoa (situação vivida em 2015).
Nada mais naquela
“relação” me fazia suspirar.
O prato que antes me atraía já não mais me era
servido.
E eu resolvi me afastar daquilo porque eu acreditava no amor e eu
sabia que aquilo que eu estava vivendo e sentindo estava longe de ser amor.
Era
dor, carência e apego. E então eu optei mais uma vez por ficar solteira.
Fácil
não foi mas foi o que me permitiu cair fora de algo ilusório.
Por ser uma romântica e
acreditar no amor, eu tenho me tornado mais exigente.
Amor não sobrevive e
nunca sobreviveu com falta de consideração, falta de interesse real na vida do
outro e muito menos com falta de respeito.
Amor não nasce de papo furado nem de
sumiços seguidos de aparecimentos repentinos.
O amor está na constância. Para
haver Amor é preciso sintonia também.
Sintonia das ideias. É preciso admirar
quem está ao nosso lado.
É preciso ser amigo, parceiro, companheiro.
Não que eu
exija um tipo específico de pessoa para amar.
Muito pelo contrário, eu quero
mais é que a vida me surpreenda.
Mas eu exijo que para estar ao meu lado, o
outro esteja não só disposto a receber mas a oferecer também.
Então, quando alguma tia,
algum colega ou quem quer que seja me diz:
“Nossa, Natália, você é tão
interessante, inteligente, legal, bonita… Por que está solteira?”.
Eu apenas
respondo: EU ESTOU SOLTEIRA PORQUE ACREDITO NO AMOR.
E assim permanecerei até
que um dia apareça aquele um que faça meu coração acelerar, e as pupilas
dilatarem e que sobretudo decida ficar.
Até que apareça aquele um com quem eu
vou ter tanta sintonia e papo que o relógio perderá a sua utilidade quando
estivermos juntos.
Até que apareça aquele um que queira receber o tanto que eu
tenho a doar mas que esteja disposto a se doar também, inteiramente, com seus
defeitos, medos, qualidades e essência. Corpo com Corpo. Mente com Mente. Alma
com Alma.
Coração com Coração.
Mas enquanto ele não vem,
eu sigo solteira.
E eu sigo solteira porque eu acredito no amor.
post: Marcelo Ferla
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