Seja bem vindo ao Blog do Marcelo Ferla

Informativo

Sempre gosto de lembrar aos leitores que este blog tem como intenção trazer à tona a informação, o conhecimento e o debate democrático sobre os assuntos mais variados do nosso cotidiano, fazendo com que todos se sintam atualizados.

Na medida em que você vai se identificando com os assuntos, opine a respeito, se manifeste, não tenha medo de errar, pois a sua opinião é de suma importância para o funcionamento e a real função deste espaço, qual seja, a de levar a todos o pensamento e a reflexão.

O diálogo sobre o que é escrito aqui e sobre o que vem acontecendo ao nosso redor é muito mais valioso e poderoso do que podemos imaginar.

Portanto, sinta-se em casa, leia, informe-se e opine. Estou aqui para opinar, dialogar, debater, pensar, refletir e aprender. Faça o mesmo.

Pesquisa

Custom Search

quarta-feira, 3 de novembro de 2010






















Vida e primeiros passos no poder.

 
Ontem (01/11) a eleita Presidente da República Dilma Rousseff falou cara a cara com William Bonner no Jornal Nacional direto de Brasília.

A edição especial começou com uma matéria de Marcos Losekann na Bulgária, o país onde surgira a família Rousseff. Na matéria, Losekann foi recebido pela prima de Dilma, Tsanka Kamenova (acho que é assim que se escreve) que agora tem uma Presidente na família e que contou um pouco da origem da família e da saída do Pai de dilma da Bulgária por conta da II Guerra. Também falaram do irmão de Dilma por parte de mãe, chamado Luben, que veio a falecer em 2007. Dilma escrevia sempre cartas para o endereço do irmão, mantendo assim, o contato com as raízes do país dos Balcãs. 


Um fato curioso é que em uma das últimas correspondências Dilma mandou um maço de dinheiros a seu irmão, um gesto muito nobre, repetidas vezes feito por ela, vez que sabia das dificuldades que este enfrentava apesar de ser Luben um engenheiro.

Delis Ortiz, em uma segunda reportagem, abordou a infância e adolescência de Dilma e logo destacou que, aos 16 anos de idade, ainda na escola, Dilma começou sua caminhada como militante contra o governo instalado no país no golpe de 1964.

Dilma fazia parte de grupos que eram conhecidos por pegarem em armas para lutar por um Brasil socialista, mas tinha tão somente como atividades dentro do grupo o caráter destacado de organização, conforme declarou seu companheiro de militância Gilberto Vasconcelos que ainda disse que Dilma jamais pegara em uma arma em sua vida de militante.

Na clandestinidade, Dilma circulou pela região centro-oeste, até ser presa em São Paulo, na Rua Augusta, em 16 de janeiro de 1970.

Passou pelo temido DOPS, sendo torturada e ficando presa por dois anos e quatro meses.

Depois de tudo isto, voltou para sua terra, Porto Alegre e lá recomeçou sua vida, se formando em economia, tendo sua única filha de nome Paula e iniciando sua carreira na administração pública.

Depois das reportagens, Dilma destacou que a democracia é uma das maiores conquistas que se possa ter alcançado em termos de política pós-ditadura e que nem mesmo os militantes como ela, á época do momento em que o país vivia, acreditavam que um dia poderia se ter democracia e liberdade no país e que tudo isto só fora capaz de ocorrer através de uma reversão de valores causada pela própria ditadura, ou seja, a coisa toda na época teve efeitos posteriores, completamente adversos àqueles desejados pelos militares, se tornando assim,  um grande tiro no pé dos próprios militares e daqueles que eram a repressão e queriam a repressão como forma de governo.

Dilma falou de Lula, ato este muito questionado durante sua campanha, pois toda a oposição afirma que será seu governo um governo de fantoche, onde se terá Dilma como legítima representante do país, porém policiada e comandada por Lula e outros.

Aí um parenteses. Lula é mito político, isso ninguém pode questionar, muito fez pelo país, dando continuidade ou não a idéias trazidas antes dele pela oposição, como o plano real, por exemplo, mas qual governante não faz uso das boas idéias de seu antecessor? Nenhum. E por que não dar continuidade a todas as coisas positivas que surgiram desde 1994, melhorando aquelas que não deram certo? 


Sinceramente, quanto a isto, não vejo nenhum problema, vejo sim uma potencialização negativa de fatos ocorridos, potencilaização esta por parte da agora oposição que fora derrotada aos poucos e que se vencedora fosse, neste exato momento, também agiria em muitos aspectos exatamente como fará Dilma daqui para a frente.  

Dilma ainda destacou algo importante e que tambèm é fato consumado. Trata-se de um sonho, o sonho antes dado como inalcançável pelos jovens militantes, sonho este que era o de se ter um país livre em muitos setores, tornando assim, o Brasil independente economicamente, pois o Brasil, á época, era um país repressor, inflacionado e repleto de problemas internos e externos.


Este mesmo sonho, declara a própria Dilma, de tempos de adolescente militante começara a se realizar por completo na vida da antes sonhadora através do governo Lula, sendo este governo algo que marcou a materialização de um sonho que naquela época era distante e que ela, na época descrente como todos seus companheiros, realizou e, não somente isto, ela fez parte deste , sendo Ministra do governo, algo que jamais imaginara também.  

Depois disto, passamos a mais um capítulo da história de vida da nossa primeira Presidente de República. O capítulo que mostra a firmeza, a seriedade e a rigidez de seu trabalho desde o início como líder na coordenação deste governo, por que não dizer, revolucionário.

O motorista de tempos de Rio Grande do Sul, Joel Fontoura da Paz, conta que sua chefe era tão rigorosa que, um dia ele, precisando cortar o cabelo, fora aparar as madeixas pensando que sua chefe demoraria mais do que de costume. Quando voltou do Barbeiro, lá estava Dilma ao lado do carro enfurecida pelo atraso causado por Joel e pelo Barbeiro, claro. Aí já surgiam as primeiras demonstrações de seriedade e rigor na forma de trabalho de Dilma, características estas que surgiriam com poder irredutível mais tarde.

Dilma pode não ter sido política, vereadora, prefeita, deputada estadual ou federal, senadora, mas fora sempre peça chave na administração dos governos que participou com aqueles que ocupavam estes cargos, ou seja, decidia. Foi Secretária de Fazenda de Porto Alegre, Secretária Estadual de Minas e Energia e, posteriormente, em 2003, levou seu estilo de administração para Brasília, vindo a ser nomeada, por Lula, Ministra, comandando o Ministério de Minas e Energia por dois anos e meio.

Posteriormente, em junho de 2005, o governo Lula passava por uma severa crise decorrente da queda do Ministro da Casa Civil, José Dirceu. Eis que Lula escolhe Dilma para ocupar o lugar deste, o que viria a se tornar um desafio enorme para a então Ministra de Minas e Energia.

Entrava ema ação a “Gerente Dilma” como ficou conhecida e, a partir deste momento era ela a responsável pela coordenação de todo o governo Lula.

Veio o PAC, o programa Minha Casa Minha Vida, e a coordenação da exploração do pré-sal e do petróleo que dele poderá ser extraído, bem como, a atribuição de chefiar o trabalho de seus colegas Ministros. Desta forma, Dilma já fazia parte do comando deste país de proporções continentais e antes disto, sempre fora a participara de forma direta na governabilidade em todas as esferas, do municipal ao federal.

É bem verdade que todos estes projetos foram e muito criticados pela oposição, mas até aí podemos dizer que a coisa está funcionando como sempre, pois, se não há reclamações e críticas severas da oposição não há que se falar em fiscalização e muito menos em se fazer oposição, em se ter o exercício da democracia.

Na coordenação do trabalho de seus colegas, passou Dilma a ganhar a fama de durona, ao ponto de fazer com que o Presidente Lula virasse penico de hospital, tamanha as reclamações que recebia dos outros Ministros em relação à rigorosa Dilma, por esta ser uma profissional que cobrava, querendo respostas rápidas, eficientes, práticas e possíveis, sempre.

Dito isto, tenho comigo que a oposição engana-se no sentido de dizer que Dilma não tem preparação política para  ocupar o maior cargo do país, o de Presidente.

Vejam vocês. Dilma pode não ter sido política, mas ocupou cargos político-administrativos em todas as esferas do poder e sabemos todos que uma das coisas primordiais para que se tenha um país  se mantendo em desenvolvimento contínuo, bem alicerçado, firme no caminho do crescimento é a necessidade de uma boa administração.

Mais do que isto tudo, Dilma na acepção da palavra, até pode não ter sido política, mas fez política e desde muito cedo, diga-se de passagem. Política esta séria, pois tinha em suas mãos a função de administrar, coordenar governos, não era “uma qualquer”, idéia esta que insistente e desesperadamente tentou ser vendida durante as eleições pela oposição e convenhamos, ter que ser político de carreira para se chegar a presidência já não é garantia de mais nada no país em que vivemos, portanto, limitar as agressões sofridas por Dilma durante as eleições ao fato desta nunca ter sido nada politicamente, além de infundado, passou a ser uma idéia manipuladora e mentirosa.

Dilma fez política sim e em muitos momentos, muito mais do que  prefeitos, vereadores, governadores, senadores e outros Tiriricas da política que ocupavam estes cargos e muito pouco ou nada faziam pelo crescimento de suas regiões, quiçá do país inteiro.

Falou a Presidente eleita do que pretende fazer em termos de transição política no quadro ministerial, enfatizando que esta passagem será de ordem primeiramente, técnica e, posteriormente, política. Falou também sobre a questão mundial cambial, afirmando que o câmbio para ela, possui caráter flutuante. Disse haver uma guerra cambial clara e que esta se demonstra pela quantidade de moedas sub-valorizadas. Criticou ainda, a manipulação do câmbio feita através do uso da máquina governamental, condenando esse tipo de ação e disse ainda, que o câmbio fixo, que levou a Argentina ao caos econômico que esta vive hoje e que quase levou consigo o Brasil junto, não é possível nem tão pouco viável.

Encerrou dizendo que manterá uma relação respeitosa com a imprensa e deixo implícito que a censura recente ocorrida no meio político não ocorrerá de sua parte.

A partir de agora devemos acompanhar o desenvolvimento político de nossa presidente e elogiá-la nos acertos, mas também, se preciso for, criticá-la nos erros e torcer para que os acertos sejam superiores aos erros.

Marcelo Ferla     
      

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião.