"CORREIOS: A PIOR DAS ESTATAIS BRASILEIRAS"
"Por Luan
Sperandio, publicado pelo Instituto Liberal
A União possui 151
estatais. Ao todo, elas tiveram receitas de R$ 89 bilhões e despesas de R$ 122
bilhões nos últimos 5 anos; isto é: um prejuízo da ordem de 33 bilhões de
reais.
A despeito da forte
concorrência, os Correios se destacam como a pior entre todas elas. Isso
mesmo diante do fato de que parte do portfólio de serviços prestados pela
estatal detém monopólio legal.
Como é inerente às estatais, resta
ausente um sistema de incentivos adequado, que estimule a produtividade.
Os Correios são uma empresa
completamente inchada.
A influência política é tão alta que
atualmente todos os 25 cargos de direção da empresa são ocupadas por
indicados políticos: 1 presidente, 8 vices e 16 assessores, tendo cerca de 700
cargos reservados apenas para sindicalistas.
Todas as 8 vice-presidências
dos Correios são ocupadas por apadrinhados do PDT, PSD, PTB e PMDB.
É a
mais politizada de todas as estatais.
O próprio presidente Guilherme
Campos, ex-Deputado Federal pelo DEM, integra essa politização: ele foi
presidente do PSD, mesmo partido de Gilberto Kassab, que, como ministro das
Comunicações, nomeou-o como presidente dos Correios.
Questionado, ele admitiu
que, para retirada de tamanha politização da empresa, apenas com a sua
privatização.
Vale lembrar
os diversos escândalos de corrupção em que a empresa envolveu-se.
O
próprio Mensalão foi descoberto em decorrência da estatal, a partir de um vídeo
que mostrava um ex-funcionário do Correios negociando propina com um empresário
e mencionando o aval do então Deputado Federal Roberto Jefferson.
A partir daí
foi criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias
iniciais, e o país veio abaixo com o esquema de compra de apoio parlamentar por
parte do Partido dos Trabalhadores."
"Mais recentemente, houve
o escândalo do Fundo de Pensões dos Correios, o Postalis,
que registrou R$ 7 bilhões em prejuízos.
Boa parte disso foi por
causa de investimentos fraudulentos, negligentes e em desacordo com a própria
política interna de investimentos do fundo.
Não para por aí: além das
frequentes greves com pedidos de reajustes salariais, os atrasos e perdas
de itens são rotineiros.
Tudo isso custa muito não apenas à União, mas aos
consumidores, sendo que boa parte deles são empresas que dependem da companhia para
entregar e/ou receber seus produtos.
Não à toa que entre
2012 e 2017 foram registrados R$ 4,4 bilhões em prejuízo na estatal.
Entre
2000 e 2017, os Correios apenas conseguiram fechar as contas anuais com lucro
em apenas 5 oportunidades.
Diante do dramático quadro da empresa, diversas
medidas estão sendo tomadas pela presidência da companhia.
Houve o fechamento de mais
de 500 agências pelo país, entre as mais de 6 mil existentes.
Houve ainda
a demissão de 5 mil funcionários, entre os mais de 100 mil empregados pela
empresa.
Vale salientar que o Correios trata-se da maior empregadora do país.
Além disso, recentemente
houve um polêmico aumento do preço do frete para o comércio online.
À
época, o Mercado Livre conseguiu uma liminar impedindo o reajuste, mas ela
acabou sendo derrubada, e os valores das entregas das encomendas restaram mais
caros.
Outra mudança na política da
estatal para com seus consumidores – que, na prática, sem liberdade de escolha
são algemados aos Correios – foi na política de indenização.
Eles
reduziram drasticamente o preço pago pelas falhas da empresa, dificultando mais
ainda a vida de lojistas dependentes da empresa para entregar suas encomendas.
E, para ajudar a cobrir
o caixa da empresa, foi criada uma nova taxa para as encomendas
internacionais em R$ 15.
Esse valor se dá independentemente de peso,
tamanho ou quaisquer outras características do pedido, sendo cobrado de todos
os produtos.
Estima-se que com a medida a estatal fature mais R$ 90
milhões mensais, já que diariamente recebe entre 100 e 300 mil encomendas
internacionais por dia.
Isto é, mais de 1 bilhão de reais por ano.
Diante
da nova taxa, o PROCON do Rio de Janeiro abriu um inquérito para
investigar um possível abuso por parte da empresa pública.
Não há quaisquer
justificativas para tamanha arbitrariedade, exceto pelo fato de que os Correios
podem aplicar esta medida.
E elas continuarão acontecendo porque boa parte
dos brasileiros se recusa a apoiar a privatização dos Correios e a completa
liberalização desse mercado.
Uma solução seria a quebra
do monopólio e a privatização da empresa.
A União Postal Universal, por
exemplo, é composta por 192 países.
Destes, 56 já quebraram o monopólio.
Há 18
países que possuem uma estatal de capital misto ou mercado totalmente privado.
Um dos principais argumentos contrários à medida é que o mercado privado “não
vai querer atuar em áreas afastadas e pouco rentáveis”.
No entanto, o próprio
mercado já trouxe solução para esse problema: países europeus criaram um fundo
que compensa as perdas nessas regiões.
Outra saída seria uma abertura gradual
no mercado, atraindo competição aos poucos.
De toda sorte, manter o status
quo é persistir no erro."
post: Marcelo Ferla
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