Na verdade, sequer sei o nome do Batata.
Também não sei se ele buscou um viaduto ou uma marquise como abrigo pra fugir do temporal. Não sei.
Ou então correu atrás de uns trocados pra sustentar os mesmos vícios que destroem os lares mais abonados e poderosos da cidade, pois a droga não faz cerimônia pra dominar quem mora na calçada ou no condomínio fechado.
Ou ficou vagando encharcado mesmo, pedindo comida e conversando com vira-lata no meio da rua.
São todas hipóteses trágicas, mas plausíveis ao destino do Batata.
O que é um banho de chuva pra quem levou um balde de desrespeito por ter tido a petulância de dormir onde os outros pisam?
O que são litros e mais litros de lágrimas divinas pra quem foi chamado de vagabundo por ousar sonhar na sarjeta?
post: Marcelo Ferla
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