Falando nisso.
Mundo terá 208 milhões de
desempregados até 2015, prevê OIT
por Eleutério Guevane, da
Rádio ONU
Organização Internacional
do Trabalho afirma que recuperação lenta da crise financeira deixará mais 8
milhões de pessoas sem trabalho; Brasil é citado por aumento nos salários e
crescimento da classe média.
Um relatório lançado nesta
segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, prevê que o
número de desempregados em todo o mundo deva aumentar para 208 milhões nos
próximos dois anos.
Segundo o estudo
“Reparando o Tecido Econômico e Social”, até 2015, mais 8 milhões de pessoas
ficarão sem trabalho, por conta da recuperação lenta da crise financeira.
Brasil
O relatório nota o aumento
da classe média no Brasil, que subiu 16 pontos percentuais entre 1999 e 2010. A
OIT cita ainda que as taxas de pobreza no país “diminuíram consideravelmente”
com o “forte crescimento econômico”.
A agência da ONU elogia o
Brasil por ter implementado “políticas ambiciosas de trabalho e de proteção
social”, como o Bolsa Família, que levaram a melhor qualidade de emprego.
Salários
O salário mínimo no país
também aumentou, como explicou à Rádio ONU, o diretor-adjunto da OIT em Nova
York, Vinícius Pinheiro.
“Entre 2003 e 2013, houve
um aumento de mais de 70% no valor real do salário mínimo. E isso implica não
somente uma melhoria no mercado de trabalho, mas como o salário mínimo também é
vinculado aos benefícios da previdência, ocorre uma redistribuição de renda por
conta dos benefícios previdenciários. Então tudo isso contribuiu para que os
resultados em relação ao Brasil, tanto a diminuição da pobreza e da
desigualdade, fossem o contrário do que está acontecendo no resto do mundo.”
Na América Latina e no
Caribe, a taxa de emprego foi de 57% no último trimestre de 2012, um ponto
acima de antes da crise.
Mas o documento destaca
que a lacuna entre ricos e pobres na maioria dos países de rendas baixa e média
continua grande.
Europa
Já em muitas economias
desenvolvidas, grupos da classe média estão diminuindo, em parte pelo
desemprego a longo prazo, baixa qualidade de trabalho e pessoas saindo do
mercado de trabalho.
Em Portugal, a taxa de
emprego caiu mais de 3% nos últimos dois anos. No país, assim como na Grécia,
Irlanda e Itália, a maioria das demissões afetou os trabalhadores com os
menores salários. Por isso, o desemprego levou à redução das desigualdades
salariais.
O estudo da OIT destaca
que essas tendências no mercado de trabalho geraram tensões sociais em
economias avançadas e também no sul da Europa, no sul da Ásia e nos países
árabes.
* Publicado originalmente
no site Rádio ONU.
(Rádio ONU)
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