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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Opinião do Blogueiro





Amém FIFA.

O esquema é o seguinte. Em decorrência de ser a patrocinadora da Copa do Mundo de 2014 uma marca de cerveja, a presidente Dilma teve que, juntamente com seu ministro do Esporte e com os mandachuvas da FIFA, liberar a ceva nos estádios, dentro e fora deles, por toda parte, Copa afora.

Ainda na contramão a FIFA se manifestou no sentido de que não tem arrego para os velhinhos e novinhos estudantes do nosso país para que estes vejam os jogos de maneira mais leve para o bolso. Motivo? O aumento dos demais ingressos para os que são grandinhos, nem jovenzinhos e nem tão velhinhos, portanto, me ferrei, graças à mais comum das fórmulas políticas, poder elevado ao dinheiro.

Mas o que realmente me preocupa quando de minha leitura e análise desta notícia sobre a decisão ou cabresto colocado pela FIFA ao Brasil, é o que já ocorre nos jogos por aqui, onde se pode vender a bebida alcoólica.

Lembrando aqui de algumas tragédias do futebol dentro de estádios e a que mais me marcou e surge de imediato em minhas lembranças foi a fatídica partida no Morumbi, no jogo São Paulo e Palmeiras em 1994, onde vi pela televisão um torcedor do São Paulo ser brutalmente espancado com pedaços de bandeiras, ferros e pedaços da arquibancada, indo depois de encontro a grade do alambrado arrancado e caindo quase já sem um suspiro de vida.

Aí vem a grande questão. Se estavam, os agressores, sob a influência de álcool e drogas, provavelmente era isto ou o fato de serem, todos, seres psiquicamente desviados, hipótese menos viável, o que sei é que de sã consciência ninguém faria aquilo, por mais sangue nos olhos que estivesse com o resultado negativo de sua equipe no jogo, nada justifica aquilo, somente a seqüência de erros e é isto que me preocupa num futuro próximo, erros. Foram cenas grotescas, muito além da violência e da sanidade humana.

Acho eu, de sã consciência, que o Brasil, assim como o policiamento brasileiro e demais instituições e formas de segurança que serão utilizadas na Copa do Mundo de 2014, não possuem e nem possuirão condições de conter qualquer fato que venha a ocorrer no evento, parecidas ou não como a de 1994 no Morumbi. Não gosto nem de pensar em uma desclassificação da seleção brasileira, fenômeno que tem um efeito perigoso, pois, quanto mais tardia esta, mais coisas vão acontecer, mais revolta da torcida, ora por não se poder ver de forma descente os jogos e se estar pagando um rio de dinheiro nos ingressos, ora pela seleção vencer e não convencer, ora por que esta perdeu em casa a Copa e está eliminada.

Inúmeros são os casos de violência dentro e fora dos estádios no Brasil. Mas aí ocorre outra coisa, vem alguém e me diz: “nããããã, você está agourando a Copa, só por que ela é no Brasil e você acha que não temos capacidade, competência, criatividade e inteligência para tal evento de tamanha grandeza! Exato, eu responderia, em termos de segurança, não temos mesmo.

A venda de bebida alcoólica não poderia ser autorizada pelo governo brasileiro, por motivos e exemplos que já presenciamos e que se demosntram mais do que claros, ocorridos aqui, acontecimentos em que depois do ocorrido quase nada foi feito para a melhoria da situação como um todo.


Estatuto do Torcedor? Isso não existe, existe? Existe e não é cumprido. Como sempre se faz por aqui, mais uma lei criada de forma atrasada, não de forma antecipada, preventiva e sim paliativa e mesmo assim, nem isso ela gera como efeito de sua aplicação.

Aceitamos a decisão sobre a bebida alcoólica por que se a FIFA convenceu um país como o Qatar, mulçumano, a vender bebidas alcoólicas na Copa de 2022 que ocorrerá por lá. E daí? E dai que imagine não autorizar coisa deste tipo aqui, o país do futebol, de mulheres gostosas na praia, do calor e do samba.

Mais uma vez o dinheiro convertido em poder ou vice-versa, impôs e levou o que quis e como quis.

Mas continuo a afirmar que meu pensamento vai à contramão do que foi decidido, até por que não tenho a malandragem dos bastidores podres do poder. O Brasil, sendo quem é em termos de futebol no mundo, deveria vestir a camiseta da proibição da venda de bebidas alcoólicas nas imediações e, nem se fala em sendo essa venda dentro dos estádios da Copa. Por que não ir de encontro a idéia e relacionar a mente e corpo limpos com um dos esportes mais populares do mundo? 


Nada mais natural e propício para se fazer uma campanha assim, mas não, a grana vem da fervura da FIFA e da cevada a ser produzida para cobrir a demanda de tamanho evento.

O torcedor tem toda a liberdade de se sentir entorpecido de cerveja e de alegria ou exercer seu alcoolismo, mas tudo longe dos estádios da Copa. Acho que o conceito de esporte moderno não combina com bebidas alcoólicas e de alguém alcoolizado, ainda mais quando estamos diante de um lugar que não apresentou até então condições de conter de forma descente crises e escândalos causados por torcedores em condições de embriagues e outras drogas licitas ou não.

Portanto, acho que a bebida no entorno dos estádios da Copa 2014 e, mais ainda, dentro destes, deveria ser sumariamente proibida. Não o foi por força do poder alimentado pelo dinheiro, juntamente com o fato de que aqueles que decidem estarão em locais dentro dos estádios, vendo os jogos, sem a preocupação de serem alí, agredidos pela policia, por outros torcedores, nem tão pouco correm o risco de serem estes pisoteados na correria com seu filho a tira colo, tomando pancada e bombas de efeito moral caso a muvuca pegue nas arquibancadas.




Além do que, tudo é festa.

Marcelo Ferla  
   

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