Uma investigação revela que
o tubarão da Groenlândia se desloca a uma velocidade máxima de 0,74 m por
segundo, o que, tendo em conta o seu tamanho, o torna o peixe mais lento do
mundo, sendo impossível que persiga as focas de que se alimenta, levando os cientistas
a sugerir que as caça durante o sono enquanto dormem dentro de água a salvo dos
ursos polares.No âmbito de um projeto que teve como objetivo determinar a razão
do declínio das populações de foca do Cabo ao largo da costa da ilha de
Svalbard, uma equipe de investigadores noruegueses decidiu estudar o
comportamento de deslocação do tubarão da Groenlândia, Somniosus microcephalus.
Trata-se da espécie de
tubarão que vive a latitudes mais elevadas e que já se sabia ser o membro mais
lento deste grupo de peixes, tendo em estudos anteriores sido encontrados
restos de foca no seu sistema digestivo. Normalmente, os peixes que vivem em
águas mais frias têm músculos locomotores menos ativos e tornam-se presas
fáceis de aves e mamíferos, mas o inverso acontece com o tubarão da Groenlândia
que caça focas.Para perceber se esta espécie de tubarão apresenta alguma
adaptação que lhe permita melhorar o desempenho natatório, uma equipe de biólogos
do Instituto Polar Norueguês equipou seis indivíduos desta espécie de tubarão
com dispositivos que forneceriam dados sobre as suas deslocações, tendo ficado
surpreendidos com os resultados.
Com efeito, os data-loggers
revelaram que, nadando a uma velocidade média de 0,34 m por segundo e atingindo
uma velocidade máxima de 0,74 m por segundo, o tubarão da Groenlândia é, tendo
em conta o seu tamanho, o peixe mais lento do mundo.Mesmo à sua velocidade de
ponta, este predador seria incapaz de capturar uma foca, que é uma exímia
nadadora, chegando a nadar a uma velocidade de 0,9-1,7 m por segundo,
dependendo da espécie.Visto que nestas latitudes, as focas dormem na água em
vez de sobre as massas de gelo para ficar a salvo dos ataques dos ursos
polares, os autores do estudo agora publicado no Journal of Experimental Marine
Biology and Ecology, sugerem que é nestes momentos que estes mamíferos são
predados pelo tubarão da Groenlândia, algo que deve ser confirmado em estudos
futuros.
Marcelo Ferla
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