Super sombras - parte I

Vou falar um pouco de minha infância. Bons tempos. Mas melhor ainda, era a liberdade que se tinha de se exercer a atividade brincar propriamente dita. 

Todo verão é o mesmo comentário na sacada de minha casa, "poxa vida, a rua está vazia Vó. Lembra que a senhora ficava nos olhando brincar de policia e ladrão, de esconder, subir em grandes árvores como se fossem elas uma jornada a uma grande floresta inabitada, de pegar, telefone sem fio, e por ai vai?"

Então ela responde sempre melancólica: "Sim Marcelo, mas eram outros tempos, hoje não dá mais, muito perigoso".

Hoje em dia as coisas não funcionam mais assim, não há mais quaisquer possibilidade de se deixar um filho, em horário de verão, até as 21:30 na rua, como ocorria e minha época, correndo rua e até quadras.

Atualmente, coisas como a pedofilia então mais em voga, a geração Y, se já não começou o alfabeto novamente ou se já não acresceu algo a letra em decorrência de sua rapidíssima evolução, só quer saber de games,  estudar, namorar e se preparar para a vida, antes mesmo que a vida tenha preparado algo para elas. São rápidos, ágeis, versáteis, adaptáveis, parecem até seres de outro planeta.

Mas em algumas ocasiões, nós, os mais "antiguinhos", recordamos com facilidade, e rimos, de como era fácil criar uma grande aventura, a partir de uma coisa muito simples, fazendo-se uso, as vezes, de coisas vistas hoje, até com estranheza, como uma caixa de televisão vazia, um lençol preso aos sofás da sala que se tornava uma cabana, os galhos das grandes árvores que eram podadas e que ao chão, serviam de naves espaciais, enfim.

E é justamente nisto que pensei quando encontrei estas ilustrações que, com um sistema de silhuetas de crianças brincando, fazem com que as figuras destas, se tornem verdadeiros(as), super-heróis e vilões de nossos tempos.  o trabalho magnífico é de Andy Fairhurst.

Veja como é fácil ou era. Curta ai.

Super sombras - parte I

Marcelo Ferla