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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Opinião do Blogueiro







Bahia, terra de todos os crimes.


“O governador, Jaques Wagner (PT), disse que os métodos usados por uma parte dos grevistas da Polícia Militar do Estado são "coisa de bandido", e acrescentou que não vai ter negociação e anistia a esses policiais.

O governador apontou o envolvimento de policiais em tomadas de ônibus para bloquear vias e a alguns dos assassinatos nos últimos dias. Desde o início da greve, na noite de terça-feira (31), 93 homicídios foram registrados na região metropolitana.

O governador afirmou que a greve na Bahia está sendo orquestrada nacionalmente para pressionar a aprovação da PEC-300, a proposta de emenda constitucional que cria um piso nacional para os policiais”.

Fonte folha.com




Realmente, algumas das atitudes tomadas pelos policiais militares do Estado da Bahia não condizem com a profissão e posição que estes devem ocupar e nem tão pouco tais atos condizem com o exercício de sua profissão, onde deve se ter estes, como referência de segurança e seriedade para a população como um todo.

Como era de se esperar, a violência em todos os recantos da Bahia têm aumentado em decorrência da situação posta, com assassinatos já beirando a primeira centena e, como não poderia ser diferente, a depredação,  ocorrência de roubo e furto em estabelecimentos que já trazem consigo prejuízos enormes, tudo a véspera da festa mais importantes para todo o Estado da Bahia e para a sua capital Salvador, o carnaval. O caos está instalado.






O quadro que se apresenta na terra do axé não é nada mais do que um bater de cabeças do Governo do Estado com a categoria policial militar.


Que a polícia, ficou dentre as últimas colocações em nosso país no quesito confiança em pesquisa realizada recentemente pela Fundação Getúlio Vargas, isso não é novidade nem causa espanto, aliás, a pesquisa infelizmente ganha muita credibilidade na medida em que os fatos levantados na pesquisa se concretizam através do que vem ocorrendo na Bahia com uma violência crescente e desenfreada que obriga o baiano a fechar seus estabelecimentos comerciais, ficando proibido de trabalhar e recolher-se aos seus lares em um verdadeiro toque de recolher, tudo como se estivessem estes em terra de ninguém ou em estado de sítio.

Trata-se, portanto, de uma realidade paradoxal e de extrema sensibilidade ao ser analisada e, posteriormente, resolvida, eis que de um lado se tem a atitude de boa parte dos profissionais da segurança pública que vêm gerando insegurança e que, ao contrário do que vem fazendo, deveriam estar gerando segurança a sua população que se põem em pânico coletivo, na medida em que aqueles agem como vândalos durante as manifestações durante a greve.

Paradoxal, porque se instala com tudo isto, uma sensação de muita insegurança e desconfiança crescentes, na medida em que estes agem, se manifestando e reivindicando direitos seus, através de atos como a de armas apontadas para cima, á moda comemoração no Oriente Médio, grupos armados que param e atacam ônibus se pondo a atear fogo nestes, o número de assassinatos em Salvador que atinge até esta segunda-feira ao número de 93, policiais que agridem violentamente policiais e militares que agridem violentamente os mesmos policiais, tudo regado a muita violência e, principalmente, gerando, com todos estes atos, o fechamento de escolas, com mães e crianças assustadas e trancadas em casa, algo que é inadmissível.

Ainda mais paradoxal, na medida em que a população, conforme eu já disse aqui em vários textos, de boba não tem mais nada e se mantém informada, desconfia mais e mais da autoria destes atos de vandalismo e violência, no sentido destes não estarem sendo feitos por criminosos, mas sim, pelos próprios policiais militares.  

Desculpem-me os policiais militares e a categoria como um todo, mas em um país onde as milícias já foram, inclusive, objeto de filme (Tropa de Elite II) e que a corrupção é ato natural, não há como não surgir a dúvida de que alguns ou todos estes atos estão sendo efetuados pelos próprios policiais militares, porque não? A grande verdade é que a população, não sabe mais quem é ladrão e quem é policial militar ou se sabem, não se manifestam, eis que correm o risco de perderem a vida.

Em um país onde, policial militar mata traficante e outros policiais para obter maior poder através do domínio de áreas de altíssima criminalidade, principalmente, onde há o tráfico de drogas, tudo com o intuito de alimentar o bolso e a corrupção impregnada nestas instituições, não há, realmente, qualquer dúvida de que milicianos estejam envolvidos sim, das mais variadas formas, envolvidos nos atos ocorridos até agora na Bahia.

A situação é tão séria que a força nacional, completando o ambiente de guerra urbana, adentrou a cidade de Salvador e imediações, armada até os dentes, equipada com tanques de guerra, a semelhança do que ocorreu na ocupação dos Complexos da Penha e da Rosinha, no Rio de Janeiro, para lá restabelecer a ordem, juntamente com uma parcela pequena de policiais militares que, independentemente da situação, se mantiveram nas suas atividades.







Como sempre se debateu dentre os especialistas em segurança a polícia, de um modo geral, tem que ser dentre as instituições, uma das mais bem pagas do país, possuir benefícios extras que devem ser dados aos policiais com extensão destes a seus familiares. Os equipamentos de combate ao crime devem ser de ponta, á altura da qualificação dos policiais, que igualmente deve ser de ponta, deve m estes ser preparados e qualificados, sempre atualizados. 

Há que se encontrar, urgentemente, uma forma de tornar mais atrativo o fato de se ser um policial honesto, que trabalha com o máximo de segurança possível, orgulhoso do ofício, caso contrário, se perderão sempre estes profissionais para a corrupção que é, até o presente momento, muito mais atrativa financeiramente e muito mais segura do que o exercício da profissão no setor de segurança, onde se combate o crime.

Conforme material que li no blog http://www.sagapolicial.com/2011/10/experiencia-colombiana-de-combate_19.html, na Colômbia , um dos exemplos a serem seguidos é o da Colômbia, onde a corrupção era dominante até ao morte do mega traficante Pablo Escobar em 1993.

Posteriormente a isto, algumas medidas foram tomadas para que o grau de corrupção atingisse um patamar tolerável.

Diz o texto do Blog:

“A primeira atitude foi a criação de um órgão externo à corporação, com amplos poderes de fiscalização. Semelhante ao Ministério Público e composta de jovens advogados, a Fiscalía General de la Nación atua de forma implacável na perseguição aos desvios cometidos pelas forças de segurança. Desde sua criação, em 1991, foram expulsos da Polícia Nacional nada menos que 20. 000 homens, mais de 20% do efetivo atual. Seu trabalho foi facilitado com a aprovação de uma lei, no mesmo ano da morte de Escobar, que agilizou sobremaneira os processos de ejeção dos criminosos. No Rio, um procedimento como esse pode demorar até dois anos. Na Colômbia, apenas alguns dias. Em paralelo, realizou-se uma reestruturação completa da carreira. 

Logo na largada, os integrantes da tropa receberam um aumento de 30%, acrescido de um plano de promoções por metas alcançadas e bônus em caso de sucesso. A ideia era atrair perfis diferentes, incentivando a entrada de mulheres (atualmente elas representam 8% do contingente) e abrindo as portas para pessoas com diplomas em diversas especialidades. Hoje, mais da metade dos policiais de Bogotá possui nível superior. Há dezoito anos, o índice não passava de 10%. Aqui não temos sequer essa estatística. "O objetivo é que em 2014 todos falem inglês", conta o major Domingo Lopez, ele mesmo formado em agronomia e gestão pública. 

Não existem indicadores precisos para medir o grau de corrupção de uma corporação. O alto número de expulsões, seguido por sua drástica diminuição, pode indicar tolerância zero com os infratores no primeiro momento e uma tropa mais higienizada nos anos seguintes. A melhora nos índices de criminalidade, especialmente depois de um período de descontrole, também costuma ser encarada como avanço não só da eficiência, mas da integridade dos policiais. Na Colômbia, as duas variáveis aconteceram nas últimas duas décadas.

Mas o melhor termômetro para mensurar o impacto dessas mudanças foi a recuperação da imagem da Polícia Nacional junto à sociedade colombiana. Em 1993, a taxa de confiança da população nela era de apenas 17%. Hoje, esse número chega a 61%, um progresso notável em menos de duas décadas. "Mas essa é uma guerra sem fim. Qualquer descuido ou leniência com as fraudes pode levar rapidamente ao retrocesso", adverte Alex Wong, diretor sênior do World Economic Forum e especialista no tema”.

Acho que o caminho é este, e como já disse anteriormente, deve-se tornar a coisa toda muito mais atrativa do lado de cá, evitando assim, as greves, dando o real valor que estes profissionais merecem. 

Jamais podemos esquecer o que mostra o filme de José Padilha, onde o grau de corrupção parece impossível de ser combatido e extirpado, estando em todas as esferas e envolvendo corruptos de todos os setores da sociedade.

Mas há que se recordar que, na medida em que temos corruptos em todos estes setores, também temos pessoas de bem em todos estes setores e que, com a ajuda maciça do povo brasileiro, a corrupção há de diminuir, mas nunca desaparecer.

Marcelo Ferla  



Um comentário:

  1. Poxa!!! muita coisa bacana!!! Estava mesmo desatualizada... Tenho q sair, mas voltarei em seguida...

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