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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Especial Guerra do Vietnã - 50 anos depois.





Guerra do Vietnã - parte XX




O especial que fiz aqui sobre a guerra do Vietnã está chegando ao fim. Ele me deu, de certa forma, a oportunidade de dividir com meus leitores, um pouco de um dos assuntos que estudo já a algum tempo. Esta guerra foi marcada, especialmente, por uma série de mudanças no âmbito militar, desde a última grande intervenção militar americana em território internacional na II Guerra Mundial. 

Várias foram as novas estratégias utilizadas, tanto pelos americanos, quanto pelos Norte-Vietnamitas, muito se aprendeu com tudo, principalmente, que a persistência, a paciência e a coragem de um dos lados, derrota sim, a tecnologia, a arrogância e a indiferença do outro lado.

Imagine que, depois de quase 20 anos de batalhas intermináveis, logo após o último helicóptero americano ter levantado voo da capital sul-vietnamita Saigon, em exatas 72 horas, o lado defendido pelo EUA durante toda guerra fora invadido pelos norte-vietnamitas com a derrubada dos portões do palácio presidencial por um tanque com soldados vietcongs em cima dele empunhando a bandeira do lado comunista, tão temido. 


Tanque norte-vietnamita invadiu o Palácio Presidencial em Saigon, que significou a queda do Vietnã do Sul e decretava o fim da guerra. 30/04/1975. Foto: AP

Os prejuízos dentro do território, foco da guerra, foram incalculáveis e o legado deixado por esta carnificina em florestas úmidas e lamacentas foi o pior possível.

Após a guerra, em 2 de julho de 1976, (72 horas após a saída do último helicóptero americano) fora proclamada a República Socialista do Vietnã. Mas o país estava arrasado, com a maior parte de suas terras agriculturáveis queimada e envenenada (pelo bombardeio de agentes químicos) deliberadamente pelos norte-americanos.

Além disso, sob pressão dos Estados Unidos, o mundo ocidental negou-se a prestar socorro aos vietnamitas. Quem os ajudou nesse período de terríveis carências, foram as nações comunistas, especialmente a União Soviética. O socorro soviético estreitou as relações entre os dois países, mas provocou o afastamento da China (rival da URSS).

Milhares de sul-vietnamitas, particularmente militares e funcionários do governo de Nguyen Van Thieu (que se refugiou em Taiwan e, depois, nos Estados Unidos), fugiram do país em barcos, sendo que muitos deles morreram tentando escapar pelo mar. Os que ficaram foram aprisionados, sendo mantidos, por algum tempo, em Campos de Reeducação. Estima-se que cerca de dois milhões de sul-vietnamitas deixaram o país.

Ao ampliar o alcance da guerra para toda a Indochina, bombardeando o Cambodja e o Laos, o presidente Nixon acabou contribuindo, indiretamente, para a vitória das guerrilhas comunistas naqueles países, na medida em que os camponeses (principais vítimas dos bombardeios) passaram a apoiar, maciçamente, os guerrilheiros.

No Laos, o governo monárquico foi derrubado pelo Pathet Laos, instalando-se a República Democrática do Povo do Laos.

Em 15 de maio de 1975, 41 militares estadunidenses foram mortos na tomada do navio mercante SS Mayagüez por tropas do Khmer Vermelho. Dois dias após, Phnom Penh, a capital do Camboja, foi tomada pelo Khmer, que proclamou a fundação do Kampuchea Democrático.

Inspirado na Revolução Chinesa e disposto a tornar o país exclusivamente campesino, o líder do Khmer, Pol Pot, fez deportar as populações urbanas para as áreas rurais, submetendo-as a trabalhos forçados nos arrozais, a torturas e a fuzilamentos sumários.

Segundo a Anistia Internacional, algo em torno de 1,4 milhão de cambodjanos foram mortos, incluíndo 15 a 20 mil professores e 90% dos monges budistas. Esse banho de sangue só foi estancado em 1979, quando tropas da República Socialista do Vietnã invadiram o país, obrigando Pol Pot e muitos de seus seguidores a se refugiarem na fronteira com a Tailândia, onde apenas sobreviveram graças ao apoio da China e à ajuda econômico/militar dos Estados Unidos da América.

Em represália, a China invadiu o Vietnã (pretextando questões de fronteiras), mas enfrentou séria resistência. Diante disso, após tomarem algumas poucas pequenas cidades no interior do país, os chineses proclamaram-se vitoriosos e se retiraram.


Ao se pensar em uma guerra como esta, surge também o conceito de intervenção internacional que os EUA tem apresentado nos mais variados locais do mundo pós-Guerra do Vietnã, como nos casos mais recentes de Iraque, Afeganistão, etc.

O quanto vale a pena? Para quem vale a pena? Por que esse tipo de intervenção faz parte da cultura americana? O povo americano é favorável ao envio de tropas para revolver determinados problemas?


A máquina estatal americana, trabalha tão bem assim, a ponto de sempre convencer o seu povo de que a intervenção é algo positivo?


O que há por trás de todos estes acontecimentos, qual a verdade?

Todas estas são perguntas que ficam, a partir do momento em que os EUA desloca seu poderio armamentista para questões desta natureza, que na maior parte de suas vezes, termina sempre da mesma forma, ao menos de 1959 - 1975 (Guerra do Vietnã) para cá,  ou seja, com o desperdício indiscriminado de vidas e com o sucesso de determinada ofensiva, sempre questionado na medida em que a intervenção dura mais tempo do que deveria.




Marcelo Ferla


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