Folha de São Paulo 19/10/2010.
Não haveria o menor problema em se ler uma notícia desse teor se as comissões e os presidentes não fossem Hugo Chaves e Mahmoud Ahmadinejad, respectivamente os líderes de Chile e Irã.
Pior ainda do que o encontro entre os dois líderes mais controversos dos tempos atuais é a informação contida na reportagem da F. de São Paulo que diz respeito “a reuniões focadas na expansão da parceria entre as duas nações, especialmente na área energética.” Para os menos avisados, se tem diante dos olhos uma noticia comum, mas não se enganem.
Com a compra desenfreada de armamentos dos mais variados por parte da Venezuela e em se empregando uma interpretação mundial de que essa expansão energética significa o aumento do enriquecimento de urânio, elemento este que quando puro se apresenta na forma sólida, metálica e, claro, extremamente radioativo, sendo que pode ser inicialmente utilizado para fins bélicos (bomba nuclear) ou como fonte de combustível a notícia passa a ser definitivamente uma bomba.
Se pensarmos que á dias atrás, Hugo Chaves prometeu a Belarus o fornecimento de petróleo por mais de 200 anos, o problema de combustível não é uma prioridade para a Venezuela, restando assim, a questão bélica.
Coisa piora cada vez mais na medida em que vamos avançando com os olhos diante das últimas notícias vindas das bandas de lá. Isso por que há informações de que nos três primeiros dias de visita de Chaves, haveria este prometido um investimento da Venezuela na jazida de South Pars, considerada a mais rica do mundo em, adivinhe, urânio e da qual as grandes multinacionais tiveram que se retirar devido às sanções que pesam sobre o Irã por seu programa nuclear.
Talvez nada disso seja o que estes dois ditadores queiram realmente fazer, sendo essas informações tão somente uma forma de arrepiar a espinha do Ocidente ou da luta contra o “Imperialismo Ocidental”, como ambos chamam o fenômeno de domínio que o demônio EUA lidera.
Mesmo assim é algo a se refletir, pois, em se falando sempre de EUA, Venezuela e Irã, concluí-se, inevitavelmente, em qualquer mesa de debate, a forte possibilidade de uma guerra nuclear o que, afinal, nenhum de nós, seres racionais, deseja.
Portanto, seria tudo isto fogo de palha ou conversas e desejos sérios de ambos os malucos aí embaixo? Espero que se possa descobrir antes que o primeiro botão vermelho seja apertado, pois se isso vier a ocorrer já tarde e fatal.
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