Brasil desconhecido.
O círculo restrito das construtoras, dos bancos e das
mineradoras
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Juiz Márlon Reis: contra a corrupção eleitoral. |
O juiz maranhense Márlon Reis, do Movimento de Combate à
Corrupção Eleitoral, afirmou na audiência pública no STF que não é razoável
imaginar que as empresas brasileiras estão "doando" dinheiro para as
campanhas eleitorais.
E alfinetou: "os grandes doadores são apenas as
empresas que integram um círculo restrito das construtoras, dos bancos e das
mineradoras". Esses setores que concentram as doações, ressalta o
magistrado, são exatamente aqueles que "precisam" manter estreitas
relações com o poder público.
Em seguida, o juiz perguntou: "Seriam esses segmentos
empresariais os exemplos de cidadania"? Ele mesmo garantiu que "todas
as demais centenas de esferas de atividade empresarial não participam do
financiamento de campanhas".
Pesquisa realizada pelo Kellogg Institute for International
Studies demonstra que as empresas doadoras em campanhas eleitorais recebem, nos
33 primeiros meses após a eleição, o equivalente a 850% do valor doado em contratos
com o poder público.
Conclui a matemática, então, que é um retorno de 850% em
relação à doação - o que, na prática, se constitui num rentável investimento.
Especialistas também compararam as doações a um sistema de
crédito para as empresas, que vão buscar a compensação mais tarde nos cofres
públicos.
A auditora do TCU Lucieni Pereira, que é presidente da
Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas
do Brasil (ANTC), chamou a atenção para o que ocorre com a concessão de
benefícios fiscais para atração de empresas: "mecanismo para atrair
doações de campanha aos candidatos a governos estaduais".
texto: Marcio Fernandes
fonte: Espaço Vital.
post: Marcelo Ferla
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